Bela Flor - Romance gay Capítulo cinquenta e um

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POV: Jaejun

Estava nevando.

Havia acabado de sair de mais uma sessão de terapia e estava sorrindo. Havia sido boa. Um pouco emotiva em alguns momentos, mas falei um pouco de como me lembrava da mamãe e do papai, sem citar as partes ruins da minha memória, e, de certo modo, aquilo me trouxe tantos sentimentos bons que não parava de sorrir.

E saber que meu namorado estava me esperando em frente a clínica cujo estava, me fazia ficar radiante.

Mas meu sorriso aumentou mesmo quando vi os flocos pequenos e branquinhos caindo. Sorri, encarando Hyun-suk e correndo em sua direção.

O abracei tão forte que o fiz dar um passinho para trás, me apertando e rindo, compartilhando da felicidade que eu sentia.

ㅡ É a primeira neve, amor. ㅡ disse, olhando para o céu.

Hyun-suk ainda sorria, mas fez conchinha com a mão para proteger meus olhos do sol e me permitiu ver mais e mais flocos de neve caindo.

Olhei para seu carro, ele estava com um preto que não era novo, mas que eu ainda não sabia o modelo. O capô do carro já tinha pontinhos brancos e isso me enchia o coração.

ㅡ Eu amo o inverno, Hyun!

ㅡ Você ficará com frio logo, logo, então que tal entrar rapidinho no carro, uh? Vai ficar quente com o aquecedor.

ㅡ Mas estou usando um casaco...

ㅡ Um muito fino. Logo, logo estará mais frio, amor. Vamos para a casa.

ㅡ Podemos parar numa praça antes?

ㅡ Qual praça?

ㅡ Qualquer uma, Hyun. Só para vermos as plantinhas ficarem cobertas pelo branco da neve.

Sabia que Hyun-suk raramente conseguia dizer não para mim, por isso sorri quando ele assentiu, abrindo a porta do carro para que eu entrasse.

Me aproximei de si um pouquinho mais para lhe dar um beijo na boca antes de entrar.

Ainda observava a neve cair, desde que cheguei em Seul, aquela era a primeira vez que eu via a neve.

E estar ao lado da pessoa que amava me fazia sentir que tudo daria mesmo certo. As superstições eram verdadeiras, a vovó sempre dizia.

Hyun-suk dirige devagar devido à pista estar um pouco mais perigosa, mas ele vai direto para o centro da cidade. Franzo o cenho quando ele para de frente com uma loja e me pede para esperá-lo ali.

Não demora mais que dez minutos para Hyun-suk voltar de lá com uma sacola grande.

ㅡ O que é isso? ㅡ perguntei curioso.

Ele sorri, mas senta no banco e não põe o cinto de segurança. O que Hyun-suk faz é abrir a sacola e retirar de lá um sobretudo preto e grossinho. Ele me entrega, mantendo seu sorriso.

ㅡ Para você não sentir frio e acabar doente.

ㅡ Como você é bobo, amor. ㅡ digo retirando a etiqueta que ele fez questão de não deixar o preço e me esgueiro até ele, o abraçando pelo ombro e o beijando na bochecha. ㅡ muito obrigado por se importar assim comigo.

ㅡ É claro que me importo. E oh ㅡ ele busca da sacola outro sobretudo, me fazendo rir. ㅡ seremos um par de jarras, tudo bem? É assim que os namorados fazem, não é? Andam combinando?

ㅡ É sim, amor. Vamos ficar fofos assim.

ㅡ Tudo bem. Agora vamos achar uma praça antes que tudo esteja tomado pela neve.

Assinto, vestindo o sobretudo e vejo Hyun-suk deixar o dele sobre as coxas. Ele se preocupa em pôr o cinto de segurança e em procurar no GPS do carro um local bom para irmos.

Eu, por outro lado, coloco o cinto de segurança após vestir meu novo sobretudo. E ele é tão quentinho que me faz suspirar em deleite.

ㅡ Aqui está bom? ㅡ Hyun-suk pergunta, parando o carro, olhando para uma praça quase vazia.

Assinto, não estamos em um lugar longe do centro ou perigoso. É perfeito!

Hyun-suk desce do carro e eu desço em seguida. Ele trava o automóvel, me esperando dar a volta no veículo. Espero-o vestir o sobretudo e o ajudo a arrumar a peça com classe sobre as roupas que ele já usa. Quando está pronto, ele beija minha testa e segura minha mão, cruzando os dedos aos meus.

Atravessamos a rua com cuidado por estarmos fora da faixa de pedestre. Hyun-suk sorri quando aponta para algumas pequenas plantas já quase completamente cobertas pela neve, mas há muitas flores em um canteiro e já um banco de madeira em frente. Nós caminhamos até lá, e mesmo que o assento do banco esteja um pouco molhado e gelado, nos sentamos lá juntos. Hyun-suk não largou a minha mãe e até me deixou encostar a cabeça em seu ombro enquanto observávamos as flores juntos.

ㅡ Como está se sentindo hoje? ㅡ ouço a pergunta de Hyun-suk e brinco com seus dedos juntos aos meus.

ㅡ Estou me sentindo bem, Hyun. É como se... depois de uma tempestade longa e um afogamento que quase me tirou a vontade de voltar a respirar tivesse enfim passado. Acho que estou começando a nadar no sentido certo da minha vida.

Eu sei, metáforas são bregas, mas eu as amo. Hyun-suk também parece entender também, porque ele assente e continua sorrindo. Ele está sorrindo desde o primeiro segundo em que nos vimos e isso faz o momento ficar ainda mais gostoso.

Desvio os meus olhos para as flores e me encanto com as pétalas de cores diversas sendo cobertas pelo manto branco que se estende por toda cidade.

ㅡ Está esfriando mais. ㅡ Hyun-suk diz, largando minha mão com calma para esfregar suas mãos uma na outra. Ele até as assopra, me fazendo buscá-las para esquentá-las dentro das minhas.

ㅡ Eu esquento você.

ㅡ Mesmo?

Esfrego as mãos nas de Hyun-suk e assinto.

Estou cuidando de você. Também não quero que fique doente.

Ele é quem deita a cabeça em meu ombro dessa vez e me abraça forte, me esmagando dentro de seus braços.

ㅡ Amo estar vivendo esse momento com você, Jaejun. Nunca imaginei estar numa praça desconhecida sentado num banco que está deixando minha bunda dormente de tão gelado. Mas nunca imaginei fazer isso com a pessoa com quem eu realmente amo. A pessoa que quero para o meu futuro.

O olho nos olhos.

ㅡ No seu futuro?

ㅡ Até o fim dos meus dias. Vamos ficar velhos juntos, o que

Acho que seria muito bom. Mas você já é velho, Hyun, então acha que temos muito tempo?

a boca completamente desacreditado com minha brincadeira, mas me aperta ainda mais forte quando eu rio, o que faz um ossinho ou dois estalarem, o fazendo arregalar os olhos completamente preocupado com o medo de ter quebrado uma das minhas costelas com sua força.

Desculpa, desculpa, desculpa! ㅡ ele diz rápido, me analisando enquanto tudo o que eu faço é rir ainda mais.

Está tudo bem, seu bobo. Ainda estou inteiro.

ㅡ Por completo?

ㅡ Por completo. Ainda sou o seu Jaejun.

ㅡ Que bom. ㅡ ele diz, infiltrando os dedos de uma de suas mãos em minha nuca, me fazendo arrepiar por estarem frios, mas me fazendo suspirar em seguida quando adentra meus cabelos, puxando-os com tanta leveza que me faz fechar os olhos e buscar por sua boca quase como um instinto, completamente entregue a si. ㅡ meu Jaejun... sabe como amo essa pequena frase?

ㅡ Ama? ㅡ sussurro contra seus lábios e o sinto assentir, encaixando-os aos meus e me permitindo lhe dar um pequeno beijo, o que faz um estalinho baixo soar no ar.

ㅡ Pra caralho. ㅡ Hyun-suk diz, mordendo meu lábio inferior.

Sinto quando fico ainda mais mole em suas mãos e isso faz todo meu corpo arrepiar.

ㅡ Sinto sua falta. ㅡ confesso de forma vergonhosa. Sequer há um "porquê" de lhe confessar isso, mas me sinto à vontade para dizer.

sinto, meu bem. Mas não tenho pressa. Você ainda será meu no

Sorrio, buscando a boca de Hyun-suk outra vez e desta vez eu inicio um beijo de verdade, um pra valer, que nos faz se envolver no banco de uma praça desconhecido enquanto neva em nossas cabeças. Um beijo que nos pede para durar a eternidade, mas que toma completamente o ar até que precisamos nos separar e voltar a encher os pulmões. Nos encaramos de forma que fazem semanas que não fazemos.

Sinto meu corpo arrepiar novamente.

Eu amo você. ㅡ ele sussurra, tocando meus cabelos, fazendo a neve cair sobre a ponta do meu nariz.

me sentindo tímido e esquisito. Ainda não me sinto pronto para me deixar bagunçar pela forma em como Hyun-suk age tão simplista e me faz enlouquecer e queimar em paixão ao

praça mais alguns minutos, mas tivemos que voltar para o carro quando tudo de fato começou a esfriar

mesmo ligou o aquecedor do carro para que ficássemos aquecidos e não doentes

chegamos a casa ㅡ a casa de Hyun-suk ㅡ, Sunhee não está porque saiu novamente com o homem misterioso que ela ainda se nega a nos apresentar por ainda não estar cem por cento apaixonada e que não é seu namorado

está na cozinha como sempre, ela comanda as cozinheiras que fazem o jantar e não gosta de ser interrompida enquanto isso, mas Hyun-suk e eu entramos na cozinha em silêncio e a fizemos rir quando buscamos quatro cápsulas de chocolate quente para preparar na máquina que não era nem um

costumava tomar apenas o chocolate quente, ele dizia que era muito doce e preferia apenas café ou em dias que seu humor não estava nada bom, misturar apenas um daquele. Mas com o tempo que estou em sua casa ele parece já ter se acostumado. Gosto de usar duas cápsulas de só uma vez, isso faz com que minha xícara ㅡ que nós dois compramos numa loja de namorado e que a minha é de coelho e a dele de patinho ㅡ fica cheia até a

o chocolate quente e Hyun-suk pisca para a noona antes de me chamar para ir até à

é acesa, não vejo nenhum funcionário por aqui e isso me faz ficar mais à vontade. Os sofás de Hyun-suk são inteiramente brancos, então me sento no chão, fazendo-o até mesmo me seguir naquele

quentinho... ㅡ digo bebendo um gole do chocolate e sentindo meus pés quentes. A lareira, mesmo a alguns metros de distância, esquenta

ㅡ Você parece a vontade aqui.

ㅡ Me sinto um pouco.

ㅡ Só um pouco?

para Hyun-suk e assinto. Ele bebe o chocolate como se estivesse pensativo ou nervoso, mas isso faz com que ele fique com um bigode de espuma marrom quando abaixa a xícara e é adorável, sequer parece meu namorado tão maduro e

Ele parece apenas um fofo!

ㅡ Só um pouco, Hyun.

Mas porque? Você... não

Gosto, mas... já faz quase três semanas que estou aqui. Não queria incomodar tanto ou ficar tanto... Por isso tento não ficar muito à vontade, quero voltar logo para

porque? ㅡ ele usa um tom mais alto, sequer notando. Seus olhos se tornam duas bolotas, e com o bigodinho de chocolate quente ainda presente em seu rosto, é impossível não rir de tanta

apaixonado é estar propício a correr o risco de morrer de fofura por qualquer

aqui não é o meu lar, seu bobo. Não quero ser um

não é intruso coisa nenhuma. Eu pensei