Bela Flor - Romance gay romance Capítulo 53

POV: Jaejun

Estava nevando.

Havia acabado de sair de mais uma sessão de terapia e estava sorrindo. Havia sido boa. Um pouco emotiva em alguns momentos, mas falei um pouco de como me lembrava da mamãe e do papai, sem citar as partes ruins da minha memória, e, de certo modo, aquilo me trouxe tantos sentimentos bons que não parava de sorrir.

E saber que meu namorado estava me esperando em frente a clínica cujo estava, me fazia ficar radiante.

Mas meu sorriso aumentou mesmo quando vi os flocos pequenos e branquinhos caindo. Sorri, encarando Hyun-suk e correndo em sua direção.

O abracei tão forte que o fiz dar um passinho para trás, me apertando e rindo, compartilhando da felicidade que eu sentia.

ㅡ É a primeira neve, amor. ㅡ disse, olhando para o céu.

Hyun-suk ainda sorria, mas fez conchinha com a mão para proteger meus olhos do sol e me permitiu ver mais e mais flocos de neve caindo.

Olhei para seu carro, ele estava com um preto que não era novo, mas que eu ainda não sabia o modelo. O capô do carro já tinha pontinhos brancos e isso me enchia o coração.

ㅡ Eu amo o inverno, Hyun!

ㅡ Você ficará com frio logo, logo, então que tal entrar rapidinho no carro, uh? Vai ficar quente com o aquecedor.

ㅡ Mas estou usando um casaco...

ㅡ Um muito fino. Logo, logo estará mais frio, amor. Vamos para a casa.

ㅡ Podemos parar numa praça antes?

ㅡ Qual praça?

ㅡ Qualquer uma, Hyun. Só para vermos as plantinhas ficarem cobertas pelo branco da neve.

Sabia que Hyun-suk raramente conseguia dizer não para mim, por isso sorri quando ele assentiu, abrindo a porta do carro para que eu entrasse.

Me aproximei de si um pouquinho mais para lhe dar um beijo na boca antes de entrar.

Ainda observava a neve cair, desde que cheguei em Seul, aquela era a primeira vez que eu via a neve.

E estar ao lado da pessoa que amava me fazia sentir que tudo daria mesmo certo. As superstições eram verdadeiras, a vovó sempre dizia.

Hyun-suk dirige devagar devido à pista estar um pouco mais perigosa, mas ele vai direto para o centro da cidade. Franzo o cenho quando ele para de frente com uma loja e me pede para esperá-lo ali.

Não demora mais que dez minutos para Hyun-suk voltar de lá com uma sacola grande.

ㅡ O que é isso? ㅡ perguntei curioso.

Ele sorri, mas senta no banco e não põe o cinto de segurança. O que Hyun-suk faz é abrir a sacola e retirar de lá um sobretudo preto e grossinho. Ele me entrega, mantendo seu sorriso.

ㅡ Para você não sentir frio e acabar doente.

ㅡ Como você é bobo, amor. ㅡ digo retirando a etiqueta que ele fez questão de não deixar o preço e me esgueiro até ele, o abraçando pelo ombro e o beijando na bochecha. ㅡ muito obrigado por se importar assim comigo.

ㅡ É claro que me importo. E oh ㅡ ele busca da sacola outro sobretudo, me fazendo rir. ㅡ seremos um par de jarras, tudo bem? É assim que os namorados fazem, não é? Andam combinando?

ㅡ É sim, amor. Vamos ficar fofos assim.

ㅡ Tudo bem. Agora vamos achar uma praça antes que tudo esteja tomado pela neve.

Assinto, vestindo o sobretudo e vejo Hyun-suk deixar o dele sobre as coxas. Ele se preocupa em pôr o cinto de segurança e em procurar no GPS do carro um local bom para irmos.

Eu, por outro lado, coloco o cinto de segurança após vestir meu novo sobretudo. E ele é tão quentinho que me faz suspirar em deleite.

ㅡ Aqui está bom? ㅡ Hyun-suk pergunta, parando o carro, olhando para uma praça quase vazia.

Assinto, não estamos em um lugar longe do centro ou perigoso. É perfeito!

Hyun-suk desce do carro e eu desço em seguida. Ele trava o automóvel, me esperando dar a volta no veículo. Espero-o vestir o sobretudo e o ajudo a arrumar a peça com classe sobre as roupas que ele já usa. Quando está pronto, ele beija minha testa e segura minha mão, cruzando os dedos aos meus.

Atravessamos a rua com cuidado por estarmos fora da faixa de pedestre. Hyun-suk sorri quando aponta para algumas pequenas plantas já quase completamente cobertas pela neve, mas há muitas flores em um canteiro e já um banco de madeira em frente. Nós caminhamos até lá, e mesmo que o assento do banco esteja um pouco molhado e gelado, nos sentamos lá juntos. Hyun-suk não largou a minha mãe e até me deixou encostar a cabeça em seu ombro enquanto observávamos as flores juntos.

ㅡ Como está se sentindo hoje? ㅡ ouço a pergunta de Hyun-suk e brinco com seus dedos juntos aos meus.

ㅡ Estou me sentindo bem, Hyun. É como se... depois de uma tempestade longa e um afogamento que quase me tirou a vontade de voltar a respirar tivesse enfim passado. Acho que estou começando a nadar no sentido certo da minha vida.

Eu sei, metáforas são bregas, mas eu as amo. Hyun-suk também parece entender também, porque ele assente e continua sorrindo. Ele está sorrindo desde o primeiro segundo em que nos vimos e isso faz o momento ficar ainda mais gostoso.

Desvio os meus olhos para as flores e me encanto com as pétalas de cores diversas sendo cobertas pelo manto branco que se estende por toda cidade.

ㅡ Está esfriando mais. ㅡ Hyun-suk diz, largando minha mão com calma para esfregar suas mãos uma na outra. Ele até as assopra, me fazendo buscá-las para esquentá-las dentro das minhas.

ㅡ Eu esquento você.

ㅡ Mesmo?

Esfrego as mãos nas de Hyun-suk e assinto.

ㅡ Estou cuidando de você. Também não quero que fique doente.

Ele é quem deita a cabeça em meu ombro dessa vez e me abraça forte, me esmagando dentro de seus braços.

ㅡ Amo estar vivendo esse momento com você, Jaejun. Nunca imaginei estar numa praça desconhecida sentado num banco que está deixando minha bunda dormente de tão gelado. Mas nunca imaginei fazer isso com a pessoa com quem eu realmente amo. A pessoa que quero para o meu futuro.

O olho nos olhos.

ㅡ No seu futuro?

ㅡ Até o fim dos meus dias. Vamos ficar velhos juntos, o que acha?

ㅡ Acho que seria muito bom. Mas você já é velho, Hyun, então acha que temos muito tempo?

Hyun-suk abre a boca completamente desacreditado com minha brincadeira, mas me aperta ainda mais forte quando eu rio, o que faz um ossinho ou dois estalarem, o fazendo arregalar os olhos completamente preocupado com o medo de ter quebrado uma das minhas costelas com sua força.

ㅡ Desculpa, desculpa, desculpa! ㅡ ele diz rápido, me analisando enquanto tudo o que eu faço é rir ainda mais.

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