Resumo do capítulo Capítulo trinta e nove do livro Bela Flor - Romance gay de Evy Maze
Descubra os acontecimentos mais importantes de Capítulo trinta e nove, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Bela Flor - Romance gay. Com a escrita envolvente de Evy Maze, esta obra-prima do gênero Erótico continua a emocionar e surpreender a cada página.
POV: Jaejun
Era dia de visitar a vovó.
Havia acabado de sair do trabalho e retirava a gravata enquanto esperava no ponto de ônibus.
Aquilo me pinicava um pouco, eu odiava ter que usá-la e amava tirá-la, mas após o tempo que já trabalhava, havia meio que me acostumado, e o fato Hyun-suk ter me arrastado até sua casa para tirar minhas medidas junto a si com o alfaiate que ele disse ser o melhor, eu me sentia mais à vontade com a ideia de que logo teria roupas mais confortáveis para aguentar um dia longo de trabalho.
O ônibus não demorou muito. Durante a viagem tentei ouvir um pouco de música, mas sorri quando entre as mensagens que eu respondia, havia uma dele de alguns minutos atrás perguntando como eu estava.
Jaejun:
|Estou bem, Hyun. Acabei de sair do trabalho, estou indo ver a vovó.
Hyun-suk:
|Hoje é o jantar mensal de gala?
Jaejun:
|É sim.
O jantar mensal, algo que eu só havia ido uma vez apenas, mas já havia gostado muito. Basicamente era um jantar no maior salão da clínica. Tudo ficava enfeitado e os idosos vestiam suas melhores roupas. Vovó vestiria um vestido que eu mesmo havia comprado, ela com certeza iria ficar linda.
Hyun-suk:
|Então acho que é um bom dia para ela receber um presente.
Jaejun:
|Um presente? O que é?
Hyun-suk:
|É uma surpresa, você logo verá.
Minha curiosidade aflorou. Olhei através da janela e ainda faltavam muitos quilômetros até eu realmente descobrir.
Jaejun:
|Nem uma dicazinha?
Hyun-suk:
|Não, você verá quando chegar.
Bufei e não pude digitar mais nada. Odiava o fato de ser curioso, mas Hyun-suk brincava com isso até me irritar às vezes.
Ergui-me rápido quando o ônibus parou na parada da clínica e sorri grande quando ajeitei o terno e guardei a gravata na bolsa. Tentei sentir meu próprio odor, não estava fedendo ou suado, mas ainda assim me preocupava não chegar devidamente apresentável para sentar ao lado da vovó na mesa. Ela falaria um monte e não me exibiria para os outros como o neto brilhante que ela tinha.
Isso fazia meu ego inflar um pouquinho.
Passei pelos portões da clínica, cumprimentando a recepcionista e busquei o broche que todos os visitantes com parentes ali deveriam usar na noite, o encaixando sobre a camisa preta e social que usava.
O jardim estava bonito. Luzes enfeitavam as árvores e os arbustos. Música clássica tocava num volume brando e tudo tinha cheiro de colônia de flores.
O típico cheirinho de idoso.
Passeei meus olhos por todos ali, procurando pela vovó. A encontrei rápido, ela estava ao lado de Hyubin, sua cuidadora particular, mas me surpreendeu ela estar sentada num dos banquinhos de madeira do jardim, conversando com um homem vestido num terno inteiramente branco.
Franzi o cenho, não reconheci de imediato, mas arregalei os olhos ao enfim perceber que era Hyun-suk ali.
ㅡ Hyun? ㅡ me aproximei mais rápido.
Ele ergueu o rosto, me dando um sorriso genuíno. A vovó também sorriu ao me ver, se erguendo com calma enquanto abria os braços para me receber.
E é claro, eu não perdi tempo. Entreguei-me aquele abraço caloroso e suspirei, perdido ali. Era o que eu mais tinha perto de um "amor materno" e era bom.
ㅡ Que bom que chegou, meu neto. Estava com saudade de você. ㅡ ela falou, tocando o meu rosto com ambas as mãos, ainda sorrindo contente.
Não fazia muito tempo desde que eu havia ido vê-la, mas também já estava com saudade.
ㅡ Vim te acompanhar no jantar, vovó. Estou bonito?
Ela me olhou de cima a baixo, o que me fez sorrir e dar uma voltinha.
ㅡ Está muito bonito, e está combinando com o seu namorado.
Olhei para Hyun-suk, minhas bochechas queimando por ela usar a palavra "namorado" sem nenhum preconceito no meio.
ㅡ Ele está todo de branco, vovó. Eu estou de preto.
ㅡ É, mas ainda assim combinam.
Encarei os olhos do Hyun outra vez. O sino baixo tocou, ele avisava que todos precisavam se reunir na mesa, pois logo o jantar seria servido.
A vovó adentrou primeiro junto a cuidadora, ambas estavam bonitas, vestidas com vestidos dignos de baile, e me enchia o coração ver como a vovó havia gostado do presente que eu havia escolhido para si.
E enquanto elas iam, aproveitei para me aproximar sorrateiro do meu namorado e lhe abraçar, suspirando em pura saudade. Já fazia dias que não o via.
ㅡ Você está bonito. ㅡ ele disse.
ㅡ Você quem está! Porque não me disse que viria aqui?
ㅡ Porque era uma surpresa, queria ver esses olhos lindos arregalados quando me visse.
ㅡ Então você era o presente?
ㅡ Digamos que sim. ㅡ e riu baixo, me roubando um beijo ligeiro.
Adentramos o lugar também, sendo guiados até o salão principal. Mas não conseguimos chegar até lá, um chamado de voz conhecida me fez parar.
Ou melhor, congelar.
ㅡ Jaejun, você está me ouvindo!
Virei-me sentindo meu coração acelerar. Su-Ji estava lá. Era ela, em carne e osso e me olhava de maneira que antes jamais havia feito. Os seguranças fechavam a passagem, mas ela me olhava como a primeira vez que ela me olhou após a morte dos meus pais.
Ela me olhava de uma forma humana.
ㅡ Por favor, peça para que eles me deixem entrar. Eu quero ver a vovó, Jaejun.
Meu coração doeu ao vê-la daquela forma.
ㅡ Hyun... ㅡ chamei baixo por Hyun-suk, segurando seu braço, sentindo medo.
ㅡ Como ela se atreve a vir até aqui? ㅡ Hyun-suk perguntou e deu um passo em direção a ela, travando a mandíbula e as mãos em punhos.
O segurei, negando para quando ele me olhou.
ㅡ Não vá. Deixe-a.
ㅡ Eu quero ver a minha mãe, eu tenho direito a isso! ㅡ Su-ji fez questão de gritar aquilo, mudando completamente seu tom e seus olhos. Causando burburinho nas pessoas que ainda adentravam o salão.
Hyun-suk soltou vagarosamente a minha mão em si e arrumou o terno branco que usava. Com um respirar profundo, ele deu passos leves até onde a mulher estava, e encarou os seguranças que agora a seguravam.
ㅡ A levem para fora desse lugar, não estão vendo como essa mulher está perturbada, ele veio apenas para causar estresse naqueles que estão aqui para descansar!
Os homens assentiram, puxando Su-ji para fora, mas ela se manteve firme.
ㅡ Como ousa falar assim comigo? Seu riquinho de merda, você nem me conhece!
ㅡ Ah, eu conheço sim, sua ladra mau caráter! ㅡ Hyun-suk cuspiu aquilo na cara dela. Seus olhos passearam pelas pessoas ao redor. De modo baixo, Hyun-suk se desculpou pelo transtorno. ㅡ Levem-na daqui.
Su-ji tentou se soltar dos seguranças e até conseguiu um pouco. Com a mão livre ela tentou agarrar Hyun-suk, mas tudo o que ele fez foi rir, dando um passo para trás enquanto via a mulher surtar.
ㅡ Jaejun? ㅡ A voz da minha avó me fez virar. ㅡ Meu neto, o que está acontecendo?
ㅡ Não é nada, vovó, vamos entrar. ㅡ chamei, mas seus olhos foram guiados para onde Hyun-suk estava e eu a vi arregalá-los.
ㅡ Su-ji? Filha, quanto tempo.
ㅡ Me soltem, seus merdas! ㅡ Su-ji gritou com os seguranças.
ㅡ Estão a machucando? ㅡ a vovó olhou para mim.
Neguei, tentando outra vez chamar a vovó para entrar, mas ela foi quem negou, caminhando devagar até onde Su-ji estava.
Hyun-suk a encarou, me olhando em seguida e eu não pude fazer nada.
ㅡ Filha. ㅡ a vovó a chamou.
Su-ji parou de se debater para se soltar, seus olhos foram para a vovó e eles a analisaram de cima a baixo.
ㅡ Então a senhora está bem?
ㅡ Estou, filha. ㅡ a vovó sorriu. ㅡ você também veio para o jantar? Venha, entre.
ㅡ Jantar? ㅡ Su-ji riu de modo sarcástico, negando. Me aproximei, parando um passo à frente da vovó. ㅡ claro que não, mãe.
ㅡ Então vá embora, por favor. Olhe só o transtorno que está causando. ㅡ pedi, baixo.
Su-ji olhou-me de cima a baixo, assim como fez com a vovó.
Ela me olhou com sua típica cara de nojo, e como se aquilo já não me magoasse muito, ela cuspiu no chão, antes de voltar a me olhar e soltar suas palavras maldosas:
ㅡ Vocês são meros objetos, não são? Estão sendo comprados por esse daí?
ㅡ Senhora, por favor, se retire. ㅡ uma das organizadoras do evento pediu, tentando tocar o braço de Su-ji.
ㅡ Não me toca, merda! ㅡ mas ela gritou outra vez, voltando a se tornar agressiva quando tentou se soltar outra vez. ㅡ mamãe, até você?! Até você se rendeu a essa merda de dinheiro?! Olhe só pra você, está vestida como a merda de uma velha rica!
ㅡ Não fale assim com a vovó! ㅡ dei passos a frente, parando perto dela. ㅡ vá embora, ninguém precisa de você, você não faz falta. É insignificante!
ㅡ Eu quem sou insignificante? ㅡ Su-ji riu. Os homens a puxaram outra vez, desta vez a levando de vez para fora.
Hyun-suk os seguiu, eu olhei para a vovó e lamentei.
ㅡ Desculpa por isso, vó. Vamos entrar.
ㅡ Porque Su-ji estava tão irritada?
ㅡ Porque ela é uma miserável, vovó. Ela não ama ninguém, ela é má.
ㅡ O que vão fazer com ela?
ㅡ Não vão fazer nada, eu prometo.
ㅡ O coração dela parou, precisamos levá-la para o hospital. ㅡ Hyun-suk falou, se pondo em posição para iniciar a massagem cardíaca.
ㅡ Chamem uma ambulância. ㅡ eu pedi, mas Hyun-suk negou.
ㅡ Não vai dar tempo, vamos levá-la. Busque meu carro. ㅡ ele buscou a chave e a me entregou.
Encarei aquilo, entrando em pânico. Eu não sei dirigir!
ㅡ Eu busco! ㅡ Hyubin falou, buscando as chaves com pressa. Ela correu até o estacionamento que ficava ao lado de onde estávamos e sequer precisou perguntar qual era o carro de Hyun-suk, era obviamente o mais caro dentre todos aqueles.
Meu choro tomou conta e ele me olhou preocupado. Segurei a mão da vovó e ergui meu rosto, olhando-o com dor, mas desviei os olhos quando Hyubin parou o carro e desceu com pressa.
Ela abriu a porta traseira, me ajudando junto a Hyun-suk a levar a vovó para o banco de trás.
Foi o Hyun quem correu para o banco do motorista e deu partida sem sequer pensar enquanto Hyubin continuava com a massagem cardíaca.
Ele corria com pressa, o hospital ficava a menos de dez minutos de onde estávamos, mas ele com certeza chegaria lá em menos de dez minutos.
Conseguia ouvir as buzinas enquanto passávamos por entre os carros e os xingamentos baixos que ele deixava escapar enquanto os carros não nos davam passagem rápida.
ㅡ Você está cansada? Me deixe fazer. ㅡ pedi a Hyubin, mas ela negou.
ㅡ Você não tem preparo, senhor Jeon, o coração da sua avó continua parado, se pararmos de bombeá-lo, o cérebro e os demais órgãos ficarão sem oxigênio.
ㅡ Porque o coração dela parou? ㅡ deixei mais lágrimas caírem, estava nervoso.
ㅡ Ela possivelmente teve uma parada cardíaca súbita, movido a todo o estresse.
ㅡ Isso é perigoso, não é? Ela ainda vai voltar?
ㅡ Vamos nos manter positivos.
ㅡ Estamos chegando. ㅡ Hyun-suk falou. Olhei adiante, e já conseguia ver o hospital.
ㅡ Você é forte, vovó. Por favor, não morra, não posso ficar sem você também. Você não pode fazer o que a Su-ji quer.
ㅡ Eu deveria ter impedido a senhora Jeon de ir até aquela mulher. Eu deveria cuidar dela.
ㅡ Você não tem culpa de nada disso, Hyubin. Foi aquela diaba. Tudo é culpa da Su-ji, e a vovó só queria vê-la bem. Mas olhe só o que ela causou!
Hyun-suk freou com pressa. Sua buzina soou incansavelmente.
Ele desligou o carro e saiu rápido. Enfermeiros vieram até onde estávamos. Outros trouxeram uma maca e ajudaram a pôr a vovó ali, assumindo a massagem cardíaca enquanto Hyubin demostrava como seus braços estavam cansados, mas não parando de se manter ao lado da vovó.
Após aquilo, eu só conseguia voltar a chorar, correndo pelos corredores do hospital, enquanto Hyubin explicava o que havia acontecido aos médicos.
ㅡ Você quer entrar com ela? ㅡ ela me perguntou. Neguei, não aguentaria olhar sequer mais o sofrimento da vovó, então a deixei ir e me senti enfraquecido quando Hyun-suk me abraçou com força. Me protegendo do mundo, quando sequer eu conseguia proteger os que amava.
ㅡ Ela vai ficar bem, Jaejun. Ela vai, amor.
Apertei o Hyun, queria gritar em puro ódio.
Ele me levou para sentar numa das cadeiras de espera e tentou me acalmar naquele segundo, mas nada seria possível de fazer com que meu coração se acalmasse. Nada até ver Hyubin voltando para a sala de espera após mais de uma hora ali.
ㅡ Como ela está? Onde está a vovó?
ㅡ Ela está estabilizada agora, mas está em observação.
ㅡ O que ela teve? ㅡ Hyun-suk perguntou.
ㅡ Uma parada cardíaca súbita, como eu presumi. A pressão da senhora Jeon estava elevada, talvez ter que ouvir tudo aquilo tenha feito descontrolar, o órgão não aguentou e parou.
ㅡ Então ela é a culpada. Su-ji é a culpada! Vamos prender ela. Vamos fazer isso, Hyun, vamos mandar a polícia atrás daquela miserável. ㅡ olhei para Hyun-suk e o vi suspirar, antes de assentir apenas por o fazer.
Ele sabia que não era simples assim.
Mas eu não iria descansar até vê-la pagar por tudo que havia feito até ali. Estava cansado, farto de tudo e principalmente de ser bom com ela.
ㅡ O coração da senhora Jeon já havia passado por um estresse muito grande com o transplante. ㅡ Hyubin continuou a nos explicar. ㅡ ela não podia ter passado por nada daquilo, mas no momento está estabilizada e em observação. O médico informou que seria melhor que ela não recebesse visitas por agora.
ㅡ Tudo bem. ㅡ funguei e limpei o rosto. ㅡ mas eu vou ficar aqui. Não vou sair até poder ver a vovó.
ㅡ Tudo bem, eu fico com você. ㅡ Hyun-suk falou.
Sorri para ele e vi Hyubin sentar-se ao meu lado.
ㅡ Você pode ir descansar, Hyubin.
ㅡ Se importa se eu também ficar, senhor Jeon? Meu coração não ficará em paz enquanto não puder ver a senhora Jeon acordada e bem.
Sorri para ela e toquei sobre sua mão, agradecido.
E desse modo ficamos ali, sentados, naquela sala silenciosa enquanto meu coração se encontrava em pedacinhos pequenos.
Não conseguia parar de pensar que minha vida era um poço de infelicidade, a começar por mim mesmo. Era sempre eu o alvo das coisas ruins que aconteciam e isso sempre recaia sobre as pessoas ao meu redor.
Foi assim com meu pai, com minha mãe, e agora com minha avó.
Hyun-suk me abraçou mais forte, em silêncio, ele me acalentou. Não tinha como tudo aquilo piorar e eu ser jogado no fundo do poço outra vez.
Eu já estava lá, não tinha como ir mais fundo, então esperava ao menos uma notícia boa vir daqueles médicos.
Não queria voltar a sentir o medo de perder o que me restava de família. Não aguentaria perder mais ninguém.
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