Resumo de Capítulo quarenta e dois – Capítulo essencial de Bela Flor - Romance gay por Evy Maze
O capítulo Capítulo quarenta e dois é um dos momentos mais intensos da obra Bela Flor - Romance gay, escrita por Evy Maze. Com elementos marcantes do gênero Erótico, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
POV: Jaejun
O mundo havia acabado para mim.
Não conseguia sentir nada além do medo, como se uma enorme nuvem escura estivesse cobrindo tudo e todos e eu estivesse outra vez sozinho em meio a imensidão vazia.
Eu já não tinha mais nada outra vez.
Estava deitado sobre a cama de Hyun-Suk, encolhido e sentia frio. Tudo era silencioso, sequer os pássaros cantavam no céu e de certa forma isso me dava um pouco de conforto.
Não queria ver, falar ou ouvir alguém se lamentar. Eu não queria mais me lamentar, mas era difícil só em pensar que não teria mais a minha avó comigo como pensei que teria.
Outra vez eu estava sozinho.
Ouvi o som da porta do quarto se abrir e me encolhi, puxando o edredom para me cobrir um pouco mais.
Não queria ver ninguém, não queria que sentissem pena de mim. Eu estava arruinado, mas não queria que todos entendessem isso também.
Senti quando algo foi deixado sobre o colchão e quando ele afundou ao meu lado e o toque frio da mão pequena se encaixar em meu rosto.
Hyun-Suk afagava minha bochecha com acalento, entendia que ele estava tão devastado quanto eu, mas ele tentava me animar. Entretanto, não havia nada mais no mundo que pudesse me fazer voltar a sentir alegria.
Não naquele momento.
ㅡ Você precisa vir. ㅡ ele disse mantendo o tom da voz baixinho. ㅡ precisa se despedir dela, amor.
Neguei, encolhendo mais os meus pés.
ㅡ Eu sei que é difícil, Jaejun... mas é preciso.
ㅡ Não quero ir...
ㅡ Se você não for, se arrependerá depois, amor. É seu último momento ao lado dela, é importante.
Ergui meus olhos para ele. Hyun-Suk tinha a ponta do nariz vermelha, seus olhos pareciam cansados, mas ele sorriu.
Com custo me sentei sobre a cama, sentindo meu corpo doer. Esfreguei meus olhos molhados e suspirei de modo que todo o meu corpo pesou.
ㅡ Jackson já chegou?
ㅡ Ele está chegando.
Assenti, mantendo meus olhos baixos, mas os levei até o terno deixado sobre a cama e voltei a encarar Hyun-Suk.
ㅡ Seus ternos foram entregues hoje. Separei esse para que usasse.
ㅡ Eu preciso mesmo usar isso? ㅡ perguntei, me encolhendo mais no edredom. ㅡ Não vamos fazer uma cerimônia tradicional, isso não vai demorar.
ㅡ Não precisa usar se não quiser, só achei que seria bom.
Assenti, respirando fundo outra vez. Tentava não pensar muito na vovó, em que não a teria mais e tentava não voltar a chorar.
Me ergui da cama ainda com Hyun-Suk me observando.
ㅡ Quer que eu te ajude no banho? ㅡ ele perguntou quando eu já caminhava em direção ao banheiro.
Neguei, mas Hyun-Suk se ergueu e caminhou até ali também.
ㅡ Tem certeza?
Retirei a camisa que usava, olhando-o.
ㅡ Quero ficar sozinho.
ㅡ E você vai ficar bem?
ㅡ Você acha que estou bem? ㅡ perguntei de modo sincero, cansado. ㅡ acabei de perder tudo o que tinha. É o fim da minha família, Hyun, perdi tudo. Então não, eu não vou ficar bem.
ㅡ Eu entendo como você se sente agora, Jaejun. ㅡ Hyun-Suk se aproximou, tocando meu rosto. Encarei seus olhos. ㅡ eu já estive onde você está e eu não tinha ninguém ao meu lado. Então eu sei que mesmo sem estar bem, você não quer ficar sozinho.
O abracei, deitando minha cabeça em seu ombro. Hyun-Suk afagou meus cabelos, me causando um arrepio.
ㅡ Hyun, por favor... ㅡ pedi, o apertando de modo necessário. ㅡ me deixa sozinho.
Hyun-Suk suspirou.
ㅡ Tudo bem. ㅡ falou, me dando um beijo sobre a testa. ㅡ me chame se precisar, tudo bem?
Assenti, vendo-o ir.
Quando a porta do banheiro se fechou, pude respirar com mais alívio. Meus ombros caíram. Meus pés estavam pesados, caminhar até o box foi complicado, mas me forcei a ir até lá sem querer olhar minha imagem no espelho.
Não optei por água quente, queria sentir algo em mim além de tristeza, e a dor da água gelada batendo com força sobre minha pele ao menos me fez despertar um pouco mais.
Mas isso fez com que eu me tremesse um pouco mais.
Não quis me demorar ali, me enrolei na toalha após me secar e saí depressa, me assustando ao ver Hyun-Suk ainda ali, sentado na cama, me esperando.
ㅡ Vem cá. ㅡ ele chamou ao ficar de pé.
Meus ombros ainda estavam baixos, mas fui até lá. Ele me abraçou outra vez, suspirando enquanto o fazia, quando para mim o toque era sufocante.
ㅡ Vou te ajudar a se trocar. ㅡ ele diz ao me soltar, buscando minha cueca. ㅡ vou cuidar do meu bem.
ㅡ Eu posso fazer isso sozinho, Hyun. Você... não precisa ter pena suficiente de mim para agir assim.
ㅡ Não é pena. Eu só quero cuidar de você.
ㅡ Eu já tô quebrado, você não precisa se preocupar mais com isso. Só quero ficar só, por favor.
No primeiro segundo, Hyun-Suk ficou quieto, apenas me olhando. No outro, ele assentiu, sorrindo pequeno ao abaixar os olhos e me entregar a peça de roupa.
ㅡ Então eu vou... te esperar lá embaixo.
Assenti, vendo-o outra vez ir.
Quando a porta se fechou, sentei sobre a cama e me praguejei por agir de forma tão arrogante com ele, mas eu precisava mesmo de um pouco de espaço, de tempo sozinho e de um tempo com quem eu mais me sentisse a vontade, e por mais que eu ame Hyun-Suk, eu precisava dos meus melhores amigos naquele segundo.
Vesti as roupas e sorri triste quando vi a porta do quarto se abrir e todos os meus melhores amigos adentrarem ali.
Jackson e Taeil foram os primeiros a me abraçar de forma forte e confortável. Sorri quando olhei para Rini, mas meu sorriso desmanchou quando ela se aproximou e me tomou em seus braços, me acalentando de forma tão quente que minhas lágrimas simplesmente voltaram a rolar por meu rosto.
Com a compreensão do que ele possa estar sentindo agora com a morte da vovó e o aniversário de morte dos seus pais, caminho até lá e sento ao seu lado, buscando uma de suas mãos para entrelaçar os dedos aos meus.
Instantaneamente ele ergue o rosto. Seus olhos com escleras avermelhadas se conectam com os meus. Sinto a dor da alma de Hyun-Suk se conectar com a minha.
Ele sorri, erguendo a mão livre e toca meu rosto. Meus olhos se fecham, sentindo o toque que já não parece sufocante, mas sim acalentador.
É como se entendendo que ele realmente sabe como me sinto sem nada, completamente perdido, minha mente o torna um ponto de apoio, o que é completamente egoísta da minha parte.
ㅡ Sinto muito por te tratar daquela forma. ㅡ falo, mas ele apenas nega, se aproximando para deixar um beijo na ponta do meu nariz. ㅡ eu não queria te magoar.
ㅡ Está tudo bem. Quando eu estive no seu lugar, ninguém sequer pôde chegar perto do meu quarto por uma semana inteira, eu compreendo você querer ficar sozinho um pouco.
Apertei sua mão, sorrindo pequeno ao puxá-la para deixar um beijo em seu dorso. Respirei fundo quando voltei a olhá-lo.
ㅡ Essa é a semana black?
Hyun-Suk arqueou as sobrancelhas com sutileza. Seus olhos percorreram por todo meu rosto, até se abaixarem para nossas mãos unidas.
ㅡ Como soube?
ㅡ Minah me contou.
Hyun-Suk suspirou de modo pesado.
ㅡ Desculpa não ter te contado.
ㅡ Não precisa se desculpar, só... não precisa se manter forte por mim, Hyun-Suk. Eu vou tentar superar isso e vou ficar ao seu lado também.
ㅡ Só não queria demonstrar a minha dor. Você... já passou por coisas demais.
ㅡ Eu sei. ㅡ falei, acariciando suas mãos. ㅡ mas, infelizmente, coisas ruins acontecem o tempo todo, Hyun. E... mesmo que eu queira ficar quieto, sozinho... eu não vou te abandonar, então se quiser chorar, pode usar o meu ombro também. Eu vou te acalentar e entender.
Hyun-Suk sorriu pequeno, assentindo devagar.
ㅡ Você também. Chore no meu ombro quando quiser, vou sempre enxugar suas lágrimas.
Deixei um pequeno selar em seus lábios, ainda me sentindo quebrado, mas um pouco menos preocupado em como ele poderia estar.
A tristeza ou a dor de uma perda como a nossa, vai ser para sempre lembrada e sentida, mas a gente sempre a supera, aprende a viver com ela, e eu sei que é isso que Hyun-Suk quer tentar demonstrar para mim. Ele sofre, talvez esteja sofrendo nesse segundo, mas ele sorri, demonstrando que ainda está vivo, que ainda pode continuar com sua vida.
Aperto sua mãe e sequer preciso chamá-lo para enfim ir, ele compreende meu desejo apenas com o olhar.
Não queria admitir para todos, mas, após perder a vovó, após entender que ela já não estava mais ao meu lado para sorrir e aquecer meu coração, eu só queria que tudo acabasse o mais rápido possível.
Talvez tenha sido por isso que acabei optando por não seguir o rito fúnebre tradicional coreano com duração de três dias. Apenas faríamos a última despedida e o corpo da vovó seria cremado em seguida.
Acho que ela iria querer assim também, a vovó não gostava de velórios e achava uma martirização imensa ter de ficar ao lado de quem amávamos e havíamos acabado de perder.
Me ergui junto a Hyun-Suk. Senti sua mão repousar em minha cintura sem apertá-la e todos os meus amigos seguirem logo atrás de nós dois.
Sunhee também iria conosco. Ela, mesmo sem conhecer a vovó, havia me ouvido falar tanto sobre como ela era meu tudo que estava tão abatida quanto os que passaram um pouco de tempo com a vovó.
Carros altos, pretos e idênticos estavam enfileirados e estacionados de frente com a casa de Hyun-Suk. Motoristas nos esperavam ao lado de cada um, e sem que fizéssemos perguntas, adentramos os carros nos dividindo.
Hyun-Suk e eu entramos no primeiro carro. Talvez todos os outros entendesse como eu não queria falar, tampouco queria ficar em meio a tantas pessoas e vozes, por isso permitiram que eu fosse naquele com apenas ele, que, mesmo ali, me deu espaço e não se importou quando me encolhi no canto e encostei na janela, observando a paisagem com minha mente tão vazia.
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