Resumo do capítulo Capítulo quarenta e seis do livro Bela Flor - Romance gay de Evy Maze
Descubra os acontecimentos mais importantes de Capítulo quarenta e seis, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Bela Flor - Romance gay. Com a escrita envolvente de Evy Maze, esta obra-prima do gênero Erótico continua a emocionar e surpreender a cada página.
POV: Jaejun
Me sentia um pouco melhor. Não dava para dizer que já estava cem por cento, mas com o passar dos dias, a realidade foi voltando a fazer lógica e já não fazia mais sentido querer mais me esconder.
Naquela manhã me encontrava ainda nos meios de lençóis do meu namorado. Hyun-Suk havia acordado mais cedo e aberto as cortinas para que o sol entrasse. Ele sabia que eu adorava o calor que adentrava o quarto. Conseguia sentir minha pele esquentar e isso me fazia querer ficar mais tempo ainda naquela cama.
Mas eu não podia, é claro. Mesmo com tudo ainda é um pouco ruim dentro de mim, eu precisava tocar minha vida para sempre.
E com isso, é claro, eu precisava voltar a trabalhar.
Me remexi devagar na cama até que enfim abri meus olhos. Estava sozinho no cômodo. Talvez Hyun-Suk já tivesse ido trabalhar ou tivesse descido mais cedo para pedir que preparassem o nosso café da manhã. Busquei meu celular e olhei as horas. Era segunda-feira, pouco mais de sete da manhã. Bocejei e me espreguicei ao sentar na cama. Limpei meus olhos antes de tocar meus pés no chão e caminhar ainda sonolento até o banheiro.
Eu adorava o fato de que a luz do sol iluminava até mesmo aquele cômodo. Tudo ficava quente e bem iluminado. Precisei de coragem para encarar minha imagem no espelho e suspirei de modo pesado ao ver como os meus olhos estavam marcados, escuros e tristes.
Mas já era de se esperar, eu havia passado tanto tempo chorando que até me surpreendia ainda estar bem hidratado.
Mas fiz minha higiene matinal e tentei não demorar tanto no banho já que eu realmente precisava ir trabalhar. Vesti uma cueca que pertencia a Hyun-Suk e que eu já havia usado algumas vezes, e caminhei pelo closet, indo até os meus ternos que Hyun-Suk havia guardado ali.
Dava para sentir a diferença de tecido no toque. Os ternos que eu usava para trabalhar não se comparam com aqueles. Busquei o penúltimo, era em um tom azul-escuro, e se completava com uma camisa social branca.
Optei por usar apenas a calça e a camisa social branca. Sentia um pouco de fome, portanto desci as escadas com o terno nas mãos e cumprimentei alguns trabalhadores que estavam limpando a casa, indo em direção a cozinha.
Mas sorri ao chegar lá. Encontrei meu namorado vestido em um terno alinhado e preto, com seus cabelos loiros penteados para trás, tão alinhados quanto suas roupas, comendo algumas uvas enquanto separava outras em uma tigela.
ㅡ Bom dia. ㅡ ditei ao adentrar o cômodo e vi a surpresa de Hyun-Suk ao me ver já de pé e arrumado.
ㅡ Oh, você já acordou? Estava agora mesmo fazendo algo para você comer, ia levar para você no quarto.
Me aproximei dele e o abracei pela cintura. Ele estava cheiroso. Hyun-Suk se inclinou sobre o ombro para me dar um beijo de bom dia e riu quando roubei uma uva da tigela.
ㅡ Isso é para mim?
Ele assentiu, entregando-me a tigela.
ㅡ Vou separar mais algumas frutas e fazer um sanduíche para você.
ㅡ Não precisa, não quero comer muito, me dá uma sensação de peso no corpo, como no intervalo das dez na Jung's.
Ele detestava quando me recusava a comer tão cedo, mas não era mentira. Comer muito no início do dia nunca me fazia bem.
ㅡ Bom dia. ㅡ ouvi a voz de Sunhee e a vi adentrar a cozinha.
Ela usava um vestido que ia até o meio de suas panturrilhas e que era bem justo, marcando todas as suas curvas. Seu sorriso se acendeu quando seus olhos vieram até mim, e seus passos a trouxeram até meu corpo, fazendo-a me abraçar forte, causando ainda mais riso em Hyun-Suk por agora estarmos um atrás do outro, iguaizinhos a um trem.
ㅡ É tão bom te ver melhor. ㅡ ela disse, deixando um beijo em minha nuca, me arrepiando, fazendo-me rir. Em seguida, roubou uma uva da minha tigela e a colocou na boca. ㅡ por quê você está tão arrumado?
ㅡ Hoje é segunda, vou voltar ao trabalho.
ㅡ Pensei que você não fosse mais trabalhar. ㅡ Sunhee roubou outra uva.
ㅡ Eu preciso trabalhar. Mas por que você está tão bonita?
ㅡ Ah, tenho um encontro, fui convidada para tomar café da manhã.
Hyun-Suk e eu a olhamos rapidamente, a fazendo rir.
ㅡ Amoroso? Um encontro amoroso? ㅡ perguntei, curioso.
ㅡ Acho que sim.
ㅡ Com quem? ㅡ Hyun-Suk indagou.
ㅡ Você não conhece ainda, é um empresário do ramo da moda. Mas se tudo der certo, quem sabe eu não o apresente para vocês.
Hyun-Suk me olhou outra vez, mas Sunhee continuou sorrindo e roubou outras uvas antes de ir.
ㅡ Me desejem sorte! ㅡ ela gritou já do lado de fora.
ㅡ Boa sorte! ㅡ gritamos em uníssono e rimos.
ㅡ Eu não sabia que ela estava namorando. ㅡ comentei, me sentando num dos bancos da bancada.
ㅡ Eu nem sabia que ela ainda namorava, pensei que estava tipo aposentada algo assim.
Ri da bobagem dele.
ㅡ Claro que não, Hyun, ela ainda é muito jovem, precisa mesmo namorar. Precisa curtir a vida.
ㅡ Tem razão. E sobre ser jovem, namorar e curtir a vida, por que você está indo trabalhar hoje? Pensei que descansaria.
ㅡ Já descansei por dias, preciso fazer algo ou sucumbirei.
ㅡ Não quer passar o dia comigo? Tenho três reuniões, estamos discutindo sobre o novo prédio da sede da Park's, mas depois podemos fazer algo.
ㅡ Depois de três reuniões? ㅡ neguei, ainda rindo. ㅡ não, Hyun, eu teria que passar muito tempo sem fazer absolutamente nada, além do mais, eu preciso trabalhar para ter o meu dinheirinho. Sei que a vovó morreu e agora, infelizmente, não tenho mais responsabilidade com os remédios dela, mas ainda tenho responsabilidade comigo mesmo.
ㅡ Sabe que sobre isso você não precisa se preocupar... Já falei um milhão de vezes.
ㅡ E você sabe que eu também já falei um milhão de vezes eu não vou aceitar ser bancado por você. Tudo bem namorarmos, aceito seus presentes, mas não obrigatoriamente preciso viver dependendo de você, entende? Gosto de ter meu próprio dinheiro, e gosto de trabalhar na Jung's. E por falar nisso, o chefe deve estar precisando muito de mim.
ㅡ Hajun falou que você não precisa se preocupar com nada no trabalho, você só sai de lá se você mesmo quiser sair.
ㅡ Isso é apenas porque você e ele são melhores amigos. Mas eu não posso aceitar.
ㅡ Mas e quando formos a Berlim? Hajun falou que está tudo bem, ele vai te liberar.
ㅡ Dessa forma parece que o meu chefe é quem está me bancando...
ㅡ Tsc, claro que não. Mas então, porque não sai de lá? Jaejun, vamos viajar, viver a vida juntos. Eu sou rico, não tem problema em aceitar o meu dinheiro, não vai te faltar nada.
Neguei, não queria entrar nesse assunto outra vez.
ㅡ Vou tentar falar com Hajun e pedir para fazer meu trabalho à distância. Assim como você também irá trabalhar na sua empresa enquanto estiver lá, eu não posso ficar de bunda para cima da cama. Também irei trabalhar.
Hyun-Suk sorriu, ele parecia gostar de quando eu batia o pé e assumia abertamente as minhas vontades.
ㅡ Fala isso porque você nunca se viu de bunda para cima na cama. É uma loucura.
Deixei um tapinha em seu ombro. O tom era de pura brincadeira, mas fazia algumas semanas que não namorávamos daquele jeito e eu tinha uma vaga certeza de que demoraria algumas semanas a mais até que eu me sentisse pronto para sentir qualquer coisa há mais, e era confortável saber que Hyun-Suk respeitaria o meu tempo daquela forma.
ㅡ Tudo bem, faça isso então, fale com Hajun. Logo seu passaporte ficará pronto e então poderei comprar nossas passagens.
Assenti, terminando de comer as uvas enquanto Hyun-Suk me forçava a também beber um copo inteiro com suco natural de morango.
ㅡ Você recebeu os papéis da sentença? ㅡ Hyun-Suk perguntou. Caminhávamos juntos após o café da manhã, indo em direção a sua garagem.
ㅡ Sim, Hajun me enviou por e-mail também.
ㅡ E o que fará?
ㅡ Eu não sei, só não quero ver Su-ji nunca mais na minha vida.
ㅡ Ela terá que fazer o pagamento integral do valor que foi estipulado na sentença, então ela pode fazer um depósito e você não precisará vê-la.
ㅡ Qual você escolhe hoje?
Cerrei os olhos entre os três carros, mas, por mais que todos fossem lindos e extremamente caros, eu ainda preferia os carros sem cores tão chamativas, por isso apontei para a Porsche cinza.
Hyun-Suk me largou no segundo seguinte. Ele caminhou até o carro, segurando a chave nas mãos. O olhei, ele ficava tão bonito de terno e ao lado de um carro como aquele ficava irresistível. Pensei que ele fosse entrar, mas me atentei quando Hyun-Suk se virou e riu, voltando para perto de mim.
ㅡ Tome. ㅡ ele ergueu a chave.
A busquei sem entender.
ㅡ Eu não tenho carteira ainda, como vou levar a gente para o trabalho?
ㅡ Não estou pedindo para que nos leve, estou te dando ela de presente.
ㅡ O quê? ㅡ eu precisei rir. ㅡ claro que não, seu doido. Toma ㅡ lhe entreguei a chave, mas Hyun-Suk negou, não a buscando de minha mão.
ㅡ Por favor, aceite.
ㅡ Hyun!
ㅡ Minha bela flor...
ㅡ Esse é um carro caro, já não basta o apartamento e esse anel? ㅡ ergui minha mão. Hyun-Suk ainda não havia me dito quanto aquilo tinha custado, mas Jackson disse que certamente havia sido muito caro, e isso me dava até medo de sair por aí com ele no dedo.
Mas também me recusava a tirar, era tão lindo e tinha significado, que acho que se alguém tentasse tirá-lo de mim, teria que tirar minha mão junto, porque eu não entregaria de maneira nenhuma.
ㅡ Não é tão caro assim. ㅡ ele ainda teve a pachorra de falar, sorrindo. ㅡ quero que fique com ele.
ㅡ Quanto custou? ㅡ pus as mãos na cintura, arqueando uma das sobrancelhas.
ㅡ Cerca de cento e cinquenta mil dólares.
ㅡ Tudo isso?! ㅡ arregalei meus olhos, me controlando para não gritar. Ele assentiu. ㅡ não, não, Hyun, se eu bater esse carro, terei que vender minha alma para o diabo só pra pagar o conserto.
ㅡ Relaxa, Jaejun, você vai fazer o exame e vai passar porque é um bom motorista, não vai bater!
ㅡ Você não pode ter certeza disso. Quantos quilômetros esse carro faz?
ㅡ Ele leva cerca de três segundos e meio para chegar a cem. Se acelerar, consegue chegar a trezentos e oito por hora.
ㅡ Mais nem estando doido! Que a santa purpurina me proteja se um dia eu entrar aí pra dirigir esse negócio. Não, não, muito obrigado, gosto de estar vivo.
Hyun-Suk riu alto, negando. Ele buscou a chave da minha mão e se aproximou do carro.
ㅡ Vamos, entra aí, vou mostrar a você como o seu novo carro é potente. ㅡ ele sorriu ladino. ㅡ Te levo para o trabalho e depois te busco. A gente pode sair para jantar no Kim's, estou com saudade da comida do Yujin, o que me diz?
Suspirei, rendido pela oferta do jantar, mas ainda desacreditado do presente de Hyun-Suk para mim. Talvez depois não fosse me sentir confortável caso aceitasse aquele carro após dizer que não queria ser bancado por ele.
Possivelmente eu o recusaria depois, agora não iria adiantar porque Hyun-Suk simplesmente insistiria e o clima poderia ficar ruim.
Ele travou os outros carros e guardou as outras chaves, abrindo a porta da Porsche para que eu adentrasse.
Os bancos eram todos pretos e em couro. Ao menos esse tinha lugar para quatro pessoas.
Hyun-Suk deu partida, arrancando um ronco alto do motor e sorriu ao me olhar. Ele mais parecia uma criança animada. O vi colocar o cinto de segurança e esperou até que eu colocasse também, para em seguida seguir para fora da garagem.
O carro de fato era rápido, leve e confortável, e não fazia tanto barulho quanto fez na partida.
Por onde passássemos era possível arrancar olhares admirados. Imaginei como seria se estivéssemos dentro do Bugatti, um carro como aquele certamente faria qualquer olho brilhar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Bela Flor - Romance gay