Bella, Uma Nova Chance de Amar romance Capítulo 2

O meu nome é Bella Alves Castrolini, tenho 30 anos. Sou gerente de relacionamento da empresa de tecnologia, Avançotec Ltda. Porém, esse nome deve mudar em breve já que a empresa foi comprada, entretanto, por incrível que pareça, o sigilo é total. Não tenho noção de quem a comprou e se ainda permanecerei trabalhando por lá. Hoje é uma quinta-feira de inverno e estamos no final de junho. Nossa! Como eu amo dias de inverno, onde saio toda agasalhada e nada me incomoda. O meu primeiro dos dez dias que tirarei de férias. Na verdade, onze, pois há um dia folga nessa história. Não queria e nem poderia tirar férias agora, mas o chato do meu coordenador, Renato, insistiu tanto que fui, digamos, forçada a aceitar. Quando entrei na empresa estava numa fase ruim, havia terminado um namoro e ele conversava comigo, mas notei certo interesse, afastei-me e por esse motivo a nossa relação mudou completamente. Hoje nos tratamos friamente, mas ainda assim, às vezes o pego olhando estranho para mim, parece que me come com os olhos, o que me incomoda. Mas ele nunca fez nada de exacerbado comigo. Ele é grosso com todos os funcionários, comigo não, até porque me imponho. Certas horas ele até tenta ser gentil, mas não engulo. Desta vez não viajarei, pois planejo ajudar o meu tio na sua loja no shopping perto da minha casa e dar mais atenção a minha mãe, já que andava sem tempo em razão de estar estudando um MBA em Gestão de Processos que está praticamente finalizado, faltando apenas uma prova final para acabar. Então os meus dias estavam sendo bem corridos quando estava estudando. Pensando nisso, tenho que verificar com o gestor do curso, qual a data final para realização dela. Sou graduada em Administração de Empresas, com uma pós em Marketing e agora falta a conclusão desse MBA. Posteriormente, penso se faço mais alguma especialização. Mas agora darei uma descansada na minha mente. Dos dezesseis aos vinte e quatro anos trabalhei com o meu tio, nos dois primeiros anos ajudando e depois ele me efetivou na sua loja. Aprendi tanta coisa lá que conduzo tudo com muito amor. Cada atendimento, cada cliente, gosto de dar a atenção necessária. Levanto às 07h para me arrumar e seguir para a loja dele. Coloco uma música no meu celular para iniciar esse lindo dia e o modo aleatório me traz a música “Diamonds” na voz da Rihanna, canção de 2012. Saio dançando por meu quarto e rio ao pensar na tradução da letra, um pedaço diz assim, “Encontre a luz no belo mar, eu escolho ser feliz, você e eu, você e eu somos como diamantes no céu”. Hahaha, até parece que quero alguém para minha vida. Estou feliz sozinha. Gosto apenas da parte da música que diz “Brilhe intensamente como um diamante.” Essa parte, sim, me dá energia de começar esse novo dia. Sempre acordo animada e hoje não seria diferente. Após tomar banho e fazer o meu desjejum, coloco uma calça jeans escura, uma blusa amarela bem colada de alças grossas, que amo. Ah, não posso esquecer-me de uma jaqueta jeans também para completar o look e um tênis, porque vou trabalhar e quero estar o mais confortável possível. Pego um par de meias na cor azul de ursinhos, amo demais. Rio quando os outros implicam por meus gostos peculiares, mas sou assim. Deixo os meus cachos soltos, porque gosto desse jeito e verifico se está tudo em ordem no meu apartamento, tranco tudo e aperto o botão chamando o elevador que fica em frente a minha porta. Moro no quarto andar, apartamento 414. O elevador chega e desço até o estacionamento do prédio. Chegando, entro no meu carro, um sportage azul, presente que o meu tio me deu no meu aniversário ano passado, amo esse carro, até porque é azul, minha cor preferida, quem me conhece sabe. Dirijo por cerca de uns dez minutos até o shopping, paro no quarto andar onde fica o estacionamento do mesmo e descendo pelo elevador até o térreo, já entro na loja. Quando chego, por volta das 8h e 30min, encontro o meu tio dando orientações às vendedoras.

— Bom dia, tio Henrique, a sua benção. — Falo enquanto dou um beijo no seu rosto. — Bom dia, meninas. — As meninas sorriem.

— Bom dia, sobrinha linda. Deus te abençoe minha menina. — Tio Henrique é como o meu pai. Ajudou a minha mãe a me criar, já que o meu pai faleceu quando eu tinha um ano. Pelo menos, essa é a história que me contaram durante a vida. Mas não quero pensar nisso. — Por que não aproveita as suas férias, menina?

— Não vou conseguir ficar parada tio. Já disse. Como vamos fazer hoje?

— Bella, nós estamos reunidas combinando de dar uma parte das comissões como presente de casamento para a Lídia, o que acha? — Pergunta Claudia ao me ouvir perguntar.

— Maravilha Claudia. Se eu efetuar alguma, é sua Lídia.

— Obrigada Bella, todas vocês sempre tão generosas comigo.

— Você merece! Agora vamos ao trabalho equipe?

Claudia, Lídia, Roberta e Kelly respondem juntas.

— Sim! — Sorrimos, pois todas nos conhecemos desde crianças. São minhas melhores amigas. Que a Sara não escute os meus pensamentos estando longe. Rio em pensamento.

— Vocês sempre unidas sobrinha.

— Sempre tio. Vamos começar.

— Já tomou o seu café?

— Já, fique tranquilo.

— E a minha irmã, está melhor da gripe?

— Está. Inclusive almoçarei com ela hoje.

— Ok, minha sobrinha. Deixarei você em paz, mas se concentre na contagem, não precisa se preocupar em vender nada.

— Pode deixar chefe. — Falo batendo continência para ele e sorrimos.

Começo a listar pelo sistema os produtos de cama, mesa e banho e sigo com uma lista para o setor. De repente, um rapaz muito bonito me chama a atenção, provavelmente mede mais de 1, 80 m já que é bem mais alto que eu que meço 1,74 m. Olho para ele, mas quando ele me olha, viro o rosto, eu hein, o que menos quero agora é problema. Ainda mais depois do Rick, aquele tormento que foi na minha vida enquanto namoramos. Parecia doente. Namoramos por quatro anos enquanto estávamos na faculdade. Ele era muito controlador, principalmente nos últimos dois anos de namoro. Ainda bem que sumiu da minha vida. Já faz mais de dois anos que não o vejo e nem quero ver. Ele veio na loja atrás de mim e por acaso eu estava chegando para visitar o meu tio. Foi tenso. Lembro-me como se fosse hoje.

— Tio, eu vim ajudar o senhor com aqueles gráficos. — Meu sorriso se fechou quando Rick virou-se e me olhou. Engoli em seco, queria sumir dali. — Rick?

— Oi, meu amor, quanto tempo! — Ele me deu um selinho, abusado que foi sempre, mesmo fazendo quatro anos que não estávamos mais juntos. Namoramos entre os meus vinte e vinte e quatro anos. Ele queria mandar em tudo, até nas minhas roupas, meu corte de cabelo, que gosto longo e cacheado. Meu tio se preocupou.

— Sobrinha, se não quiser conversar com ele, é só falar. Ele sabe muito bem o que eu faria se dependesse de mim.

— Vim em paz, senhor Henrique.

— Tão em paz, que já roubou um beijo dela. Aproveite que ainda estou calmo.

— Deixe tio, eu converso com ele.

— Que bom meu amor, vamos a outro lugar. — Ele falou segurando no meu braço.

— Não vou mesmo. Se quiser falar comigo, fale aqui ou no máximo na lanchonete ao lado da loja.

— Você ouviu rapaz, ela não irá muito longe com você.

Rick levantou os braços num gesto de redenção e aceitou.

— Tudo bem, vamos ficar por aqui mesmo. Só preciso conversar. É sério, vamos?

— Sim, não precisa me tocar. — Disse desprendendo-me dele.

— Ok, Bella, como queira.

Seguimos para a lanchonete e naquela época ainda sentia algo por ele e me culpava por isso. Ele mede 1,80 m e na época, tinha os seus cabelos curtos e loiros escuros, os seus olhos verdes me impressionavam assim, como os meus olhos azuis a ele, ele dizia, mas ele sempre foi um galanteador. Chegamos e ele, querendo se fazer de cavalheiro, puxou a cadeira para eu sentar e logo após sentou-se também. Ele nunca me tratou dessa forma, até estranhei. Depois de uns minutos sentados sem nada dizer, ele resolveu falar enquanto segurava o cardápio e eu, nervosa, batia com as minhas unhas na mesa.

— Bom, aqui não temos muita opção. O que você quer comer ou beber?

— Nada Rick, fale o que você quer comigo. Tive um dia cansativo. Ainda tenho que ir para a pós. Só tenho 30 minutos. Aproveite o seu tempo.

— Nossa! Não precisa ser grossa.

— Isso não é nada diante do que você já fez comigo Rick.

— Você não ia ajudar o seu tio?

— Ajudo depois.

Rick me olha com uma expressão diferente de antes e chora, nunca o vi chorar.

— Por que está chorando?

— Preciso que me perdoe. Sei que fui infantil, um cara desprezível com você, Bella, que nunca mereceu os meus ataques de ciúmes, minhas proibições. Sei que não tenho mais chances, mas estou sendo sincero.

— Rick, o que passou, passou. Esqueçamos. Perdoo você, mas deixe como está. Não sei por que veio até a mim novamente. Não havia necessidade disso.

— Vim lhe falar que vou ser pai. — Aquela informação bateu como um punhal no meu peito. Ele sempre falava que não pensava em ter filhos.

— Que bom Rick, eu fico feliz que tenha achado uma mulher, que tenha mudado de opinião sobre ter filhos, que vai gerar uma família com ela e tudo mais que possa vir agregado. Já se casou também, não é? Provavelmente.

— Não. Não temos nada, eu vou apenas assumir uma criança.

— Não é apenas assumir uma criança, essa é a sua responsabilidade, já que a fez. Tenho que ir. — Disse me levantando e ele rapidamente chegou até a mim e impediu me puxando e me beijando em seguida, como antigamente. Depois de um tempo que pareceu uma eternidade, consegui me afastar. — Pare com isso, Rick. — Não esperava por aquilo, mas ainda senti um arrepio com aquele beijo, porém, não deixei que ele percebesse.

— Gostaria tanto que fosse você a mãe do meu filho.

Capítulo 2 MEU EX-NAMORADO 1

Capítulo 2 MEU EX-NAMORADO 2

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