Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 80

Pela tarde, na mesa do almoço, Noah estava com a prima, os irmãos e os pais, que comiam em silêncio.

— Hoje a tarde irei para a capital. — Anunciou.

— Que bom, acho que deve levar a Elisa também, ela esteve aqui mais cedo procurando por você. — Oliver disse, tentando evitar que o filho andasse sozinho com a prima.

— Sério? Esqueci de avisá-la que iria trabalhar pela manhã.

— Pode pegar meu carro, assim vocês irão à vontade, seu carro tem lugar apenas para duas pessoas.

— Obrigado pai.

Depois do almoço, Noah se preparava para sair com a prima, quando Oliver o chamou para conversar a sós.

— O que aconteceu? — Noah perguntou desconfiado.

— Sei que está empolgado com a sua prima, mas devia se preocupar com a Elisa também. Como você acha que estão os sentimentos dela?

— Eu já expliquei a ela sobre a minha relação com a Luana.

— Você se sentiria à vontade, se a Elisa aparecesse com um rapaz da mesma idade que ela e começasse a andar com ele para todos os lados? Independente do que tenha dito a ela, essa situação não está nada confortável, se quiser que seu relacionamento com ela prossiga, é melhor rever o que está fazendo.

— Pode deixar pai, eu vou tomar mais cuidado.

— Vai por mim, filho, quanto mais dias essa moça ficar aqui, mais complicado ficará a relação de vocês, não deixe que algo tão lindo que vocês sentem mutuamente desde criança, seja estragado por uma pessoa passageira.

— Obrigado pelo conselho.

Noah saiu dali com Luana e foi para a casa de Elisa buscá-la.

Luana estava sentada no banco da frente com o primo, e quando Elisa viu que a mulher não sairia dali para deixá-la sentar ao lado de Noah, deixou para trás todo o sentimento de compreensão, e voltou a odiar a mulher.

Sentada no banco de trás, vendo os dois primos conversando, sentiu arrependimento de ter aceitado sair com eles, mesmo assim, sentia que devia estar por perto para evitar que aquela atirada, desse em cima de seu futuro namorado.

— No sábado, minha mãe fará um jantar para comemorar o aniversário da Eloá. — Elisa disse.

— Nossa, é verdade, me esqueci que o aniversário da Eloá era no mesmo mês que o do meu.

— Sua mãe irá ajudá-la com os preparativos, as duas estão animadas. Ficaremos encarregados de buscar o bolo que nem no ano passado, você se lembra?

— Claro que me lembro, nós quase acabamos com o bolo no meio do caminho. — Riu se lembrando.

— Você também passou naquele buraco tão depressa.

— Eu não havia visto. — Explicou. — Ainda bem que a Luana estará aqui e irá nos ajudar.

Elisa revirou os olhos, de um jeito que não conseguiu disfarçar de modo algum.

— Achei que ela iria ficar apenas uma semana. — Elisa disse.

— Eu sei, mas não deixarei que ela vá no final de semana, ainda mais tendi um jantar importante. — Explicou.

Luana apenas olhou para o primo, sorrindo e agradecendo.

[…]

No sábado pela manhã, Noah foi até o quarto da prima, chamá-la para ir até a capital, buscar o bolo do aniversário de Eloá.

— Vocês vão tão cedo assim? — Luana perguntou.

— É que a Elisa quer fazer uma comprinhas antes também.

— Estou com tanto sono. — Disse com os olhos inchados.

— Mas se você ficar, vai acabar ficando sozinha. Minha mãe e meus irmãos já saíram cedo para a casa da Elisa, só meu pai que ficará aqui pela manhã.

Luana já não queria sair tão cedo, e quando escutou que teria a oportunidade de ficar na casa, sozinha com o Oliver, decidiu que não iria sair dali por nada no mundo.

— Estou com muito sono, que tal me deixar aqui dormindo? Quando voltarem me avisem.

— Tem certeza? — Noah perguntou.

— Tenho sim. Aproveita e fica um pouco sozinho com a Elisa, tenho certeza que ela irá amar um tempinho com você.

— Tudo bem. Então volte a dormir, eu devo chegar uma duas da tarde, qualquer coisa me liga.

— Aproveita bastante, a gente se vê mais tarde.

Luana fechou a porta do quarto novamente, fugindo ir dormir.

Noah saiu da casa sem ter visto o pai, para avisar que a prima ficaria em casa.

Chegando na casa de Elisa, já a viu sentada na varanda lhe esperando.

— Bom dia, Elisa.

— Bom dia! — Estranhou que ele não estava com a “bolsa tiracolo” ao lado. — Cadê a sua prima?

— Ela disse estar com muito sono e queria ficar dormindo.

— Sério? Ela não se sentirá sozinha em casa?

— Acho que não, qualquer coisa meu pai estará lá.

Aquela frase lhe deixou em alerta. Por mais que estivesse tentando tirar da cabeça a ideia de que Luana não estava de olho em Oliver, saber que os dois estariam sozinhos naquela casa lhe deixou desconfortável.

— Podemos ir? — Ele perguntou.

— Claro, deixa eu só mandar uma mensagem aqui, rapinho.

Tirando o celular da bolsa, ela digitou algumas coisas bem depressa, guardou o celular novamente e depois entrou no carro com Noah.

— Vamos, será bom sairmos um pouco juntos. — Ela disse sorridente.

— A Luana disse o mesmo. — Elisa revirou os olhos ao ouvir o nome da garota. — Acho que ela não quis vir por conta disso também.

— Ah, claro! — Respondeu sem graça.

— Ela deve se preocupar com o nosso relacionamento.

— Ou então aproveitou a brecha. — Sussurrou, sem que ele escutasse.

Na mansão, onde morava Saulo e a família, Aurora auxiliava na decoração das flores, no quintal da casa, enquanto Eloá e Alice enchiam balões, e os gêmeos arrumavam as cadeiras e mesas. Denise estava na cozinha da casa, separando algumas lembrancinhas para o aniversário da filha, quando viu o celular ligando a luz, sinalizando a chegada de uma mensagem.

Ela pegou o celular e viu uma mensagem de Elisa.

“Mãe, sobre aquilo que te contei outro dia, aquela atirada vai ficar sozinha na casa com o tio Oliver.”

A mensagem era bem direta, porque Denise já sabia do que se tratava. Mesmo que Elisa tivesse prometido a irmã que não comentaria nada com mais ninguém, não resistiu de contar a mãe, o que viu na casa do tio uns dias atrás.

Denise ficou em alerta, mas decidiu não tocar no assunto com Aurora, para não preocupá-la mais do que já estava se sentindo. Sua atitude foi falar com o marido, que já estava ciente do que estava acontecendo.

Sabendo que Luana poderia aprontar alguma coisa, iria até lá para pegá-la no flagra.

— Esqueci meu celular em casa, acredita. — Aurora entrou na casa, falando.

— Sério? Pediremos para alguém ir buscar para você.

— Prefiro ir pessoalmente, quero trazer o presente da Eloá também, assim ela poderá usar a noite.

— Então vou com você! — Resolveu.

Aurora entrou em seu carro e saiu dali com Denise, quase chegando perto da casa, Denise pediu que ela parasse e desligasse o carro.

— Por quê? Aconteceu alguma coisa? — Aurora não entendeu nada.

— Amiga, você sabe que sou extremamente sincera com você sempre, e dessa vez, acho que não posso ser diferente.

— Como assim? — Aurora perguntou já assustada.

— Fica calma e respira.

— Fala logo, Dê.

— Acho que a Luana está de olho no Oliver.

— O quê? — Os olhos de Aurora quase saltaram para fora.

— Isso mesmo que ouviu. Mas sei que o Oliver não é nenhum louco de cair numa cilada dessas, mesmo assim, se isso for realmente verdade, podemos arrumar um jeito de descobrir e desmascará-la.

— Como?

— Vamos continuar o trajeto a pé, sem fazer barulho, assim entramos na casa de mansinho. A Elisa disse que a Luana não quis sair com eles hoje cedo, então ela deve estar na casa sozinha com o Oliver.

— Então vamos sim! — Já desceu do carro nervosa. — Se essa garota quiser seguir os mesmos passos da tia, eu vou ajudá-la a chegar lá mais rápido.

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