Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 105

Ao ver que a noiva não gostou da ideia, já foi logo se explicando.

— Arya é uma amiga de infância, nunca te falei sobre ela? — Perguntou, fingindo estar calmo.

— Não, nunca falou! — Respondeu séria.

— Não se preocupe morena, ela é apenas uma amiga. — Sorriu nervoso, sabia do temperamento da mulher que tinha.

Embora não fosse ciumenta, Denise não gostava de saber das coisas de última hora.

— E desde quando você tem amigas? — Desdenhou.

— Eu não a vejo há anos, amiga é um termo que uso, como disse, é coisa de infância. Estudamos juntos por muito tempo, depois ela se mudou de Londres, logo, eu também saí daqui, não temos mais nenhum contato.

— Sei. — Desdenhou outra vez. — Eu lembro ter usado esse termo, com alguns amigos que tinha na fazenda e você cortou todos, não foi? — Se lembrou de quando Saulo tinha ciúmes dos trabalhadores do refeitório, onde trabalhava antes de ir para casa de Oliver.

— Mas aqueles safados queriam mais do que amizade com você, eu via como eles te olhavam, não venha comparar não! — Justificou.

— Isso é o que você diz!

— Não precisa ficar com ciúmes, meu amor, ela não chega a seus pés.

Após terminarem de se arrumar, foram tomar o café da manhã. A primeira pessoa com quem Denise deu de cara, foi Betty Taylor, que estava com a cara rabugenta, em seguida, viu também uma mulher alta, magra, de cabelos longos loiros, e de olhos azuis, parecia uma modelo que via nas passarelas e revistas, supôs ser a tal Arya.

— Bom dia! — Saulo cumprimentou as mulheres.

Ao vê-lo, a loira de cabelos longos logo se levantou, e grudou em seu pescoço, abraçando-o.

— Saulinho, quanto tempo. — Beijou seu rosto, deixando a marca de batom na bochecha, o que fez Denise já ficar nervosa, mesmo assim, não transpareceu. — Nossa, como você está mais forte! — Apertou os músculos do braço de Saulo, como se fosse um lugar público de fácil acesso

— Olá para você também, Arya, vejo que não mudou nada, hein! — Afastou a mulher de perto, sem graça.

— Mas é claro que mudei, eu fiz até uma tatuagem.

— É mesmo? E onde está, que não a vejo?

— Eu te mostro mais tarde! — Respondeu cínica, dando uma piscadela de olho.

A conversa descontraída foi parada, pois Denise começou a pigarrear, então todos voltaram seus olhares, para a moça de longos cabelos negros.

— Ah, esse ar daqui me dar essa tosse seca, ainda não me acostumei. — Denise disfarçava.

— Arya, deixe-me apresentar para você uma pessoa, essa é Denise, minha noiva!

— Noiva? — Arregalou seus olhos, mapeando Denise da cabeça aos pés.

— Olá, tudo bem? — Denise respondeu sem graça, nem teve o trabalho de estender a mão.

— Olá! — Arya respondeu, depois voltou seu olhar para Saulo. — Você gostou mesmo do Brasil, pelo que vejo. Vai até se casar com uma mulher de lá.

— Eu amo o Brasil, é o meu segundo lar. — Saulo respondeu sorridente.

A mulher encarou mais um pouco Denise, antes de prosseguir a conversa.

— Me surpreendi, não nego! Quando sua mãe me disse que estava aqui, vim correndo te ver, mas não imaginava que você traria uma mulher, além do mais, como noiva.

— Trouxe Denise para conhecer minha família, já que vamos nos casar em breve.

— Por favor, vamos deixar de conversas desagradáveis, logo pela manhã. — A mãe de Saulo retrucou. — Vamos tomar café, Arya querida, você sabe que te considero como uma filha, e sabe o quanto estou feliz em tê-la aqui em minha casa mais uma vez.

Denise revirou os olhos discretamente, sabia que o veneno da cobra seria lançado para ela, mas não iria se intimidar.

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