Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 107

Indignado com a insinuação da amiga, Saulo a repreendeu.

— Arya, o que é isso, por que está dizendo essas coisas para a Denise? — Perguntou nervoso.

— Somos amigos há quantos anos, Saulo? Vinte, vinte e cinco? Eu nem me lembro mais, pois perdi as contas! Não estou criticando o relacionamento de vocês, mas eu te conheço melhor do que ninguém, eu conheci todas as mulheres com quem se relacionou, Denise é totalmente diferente de todas elas, vocês não irão dar certo. Você só está trazendo um motivo para as pessoas falarem mal de você e de sua família, que sei muito bem, que não é de acordo com esse relacionamento, a presença dela aqui, só deve ter sido algum tipo de brincadeira de mau gosto, ou para se vingar de algo, não acredito que esteja mesmo pensando em se casar com alguém como ela, sua aparência comum, me choca, não há nada nela que possa achar ser atrativo.

As falas da mulher lhe deixaram de certo modo chocado, não imaginava que Arya diria aquele tipo de coisa, ainda mais na frente de Denise.

— Já parou para pensar que o motivo de nunca ter dado certo com alguém, foi porque nenhuma chegava aos pés da Denise? — Perguntou nervoso. — Ela é linda, e não sou apenas eu que penso assim, você não precisa procurar nada nela.

— Então seu gosto, é muito estranho.

— Chega! — Denise gritou nervosa, batendo a mão na mesa, o que acabou chamando a atenção de algumas pessoas que estavam no local. — Quem você pensa que é para dar palpite sobre nosso relacionamento? Estou cansada! Se dermos certo ou não, não é problema seu, o fato de você ser amiga do meu noivo, não te dar o direito de falar comigo assim. Você não me conhece, nem sabe nada sobre mim, apenas me julga por minha aparência. Quer saber de uma coisa, sua intrometida, você está sobrando aqui! Se ofereceu para vir e nem ao menos tentou ser agradável, não gostei de você e não gostei do que falou. E sobre minha aparência, pode calar a sua boquinha, sua sem sal! Acha mesmo que é bonita só por ser da cor de um papel?

— Minha nossa, Saulo! — Fingiu indignação. —Como sua namorada é nervosa e sem educação, está chamando a atenção de todos ao nosso redor, ela pensa estar na tribo dela? Eu simplesmente dei a minha opinião, ela precisa aprender a receber uma crítica, ou nunca saberá viver em nosso meio, aqui somos pessoas civilizadas.

— Arya, é melhor você ir embora, ou não respondo por mim. — Saulo respondeu, tentando manter a paciência.

— Estou com você, esqueceu que deixei meu carro na sua casa?

— Toma! — Jogou as chaves do carro, para ela. — Eu e Denise continuaremos de táxi.

— Mas eu não quis criar um clima ruim entre a gente. — Dizia indignada. — Só estou explicando como as coisas funcionam por aqui, temos regras e culturas diferentes, uma pessoa da classe dela, jamais sonharia em se casar com alguém da nossa.

— Não devia deixar a Denise nervosa, e falar esse monte de baboseira, não é de bom-tom, ela tem razão. O fato de termos sido amigos por tanto tempo, não lhe confere o direito de interferir em minha vida pessoal, relacionamentos, e sobre a minha noiva. Você não tem o direito de falar sobre qualquer um deles.

— Me perdoa Saulo, eu não quis fazer isso… — Percebeu que o amigo não gostou nada, da sua humilde opinião.

— Devia pedir perdão a Denise, não a mim, você não a conhece, para falar o que lhe vem à cabeça.

Arya estava desconcertada, seu orgulho era grande, mas não queria deixar um mal-entendido entre eles, além disso, conhecia Saulo desde a infância, não o queria como um inimigo.

— Denise, eu sinto muito, acho que extrapolei um pouco, achei que por Saulo ser meu amigo íntimo, você também seria, vamos começar do zero, tudo bem? — Sorriu um sorriso amarelo, bem falso. — Você está nervosa agora e eu te dou total razão, quando estiver mais calma, conversaremos, aposto que seremos ótimas amigas ainda. E quer saber? Deixa que eu pego um táxi, vocês aproveitem o passeio, está um lindo dia, não acha?

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