Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 3

“Flávio”

Minha mãe me encarava, nem sequer olhou para a Lisandra quando deu o seu ultimato. Lisandra estava parada no meio da escada para o segundo andar, com a expressão chocada.

- Lisa, vai arrumar as suas coisas. Depois, quando nossa mãe estiver mais calma, nós resolvemos com ela. – Falei sem tirar os olhos da minha mãe.

Uma hora depois eu saí da casa dos meus pais com meus irmãos. Minha mãe nem se despediu da filha, mas eu sabia que ela só estava pressionando a minha irmã. Minha mãe era especialista em chantagem emocional e sempre conseguia manipular a minha irmã.

- Flávio, agora ela me odeia! O que eu vou fazer? – Lisandra estava chorosa no carro enquanto nos direcionávamos para o aeroporto.

- Lisa, a mamãe não te odeia. Parece que você não a conhece. Ela é como uma criança birrenta e fala essas coisas para que todo mundo faça o que ela quer. Não vê como ela faz com o papai? – Tentei consolar a minha irmã.

- Eu não entendo porque ela quer que eu case com aquele traste. – Lisandra estava inconformada.

- Sobre isso, acho que eu posso te ajudar a entender, conversei com o papai esses dias e ele está preocupado com esse casamento, mas a mamãe o fez prometer que iria apoiá-la nisso. – Raul parecia ter uma resposta para as nossas dúvidas. – Vocês sabem, existe uma lealdade extrema entre os dois, se um decide algo o outro apóia mesmo que não concorde.

- E por quê a mamãe está tão interessada nesse casamento? – Eu queria mesmo entender.

- Porque a mãe do Guilherme é amiga dela e acha que casar o filho pode fazê-lo mudar de vida. Ela prometeu para a mamãe que depois do casamento vai mantê-lo na linha, isso porque depois do casamento, os noivos vão morar com os pais dele. Aí a mamãe convenceu o papai de que seria um bom se aliar a família Pontes. – Era o maior absurdo que eu já ouvi.

- Eu não vou morar com aquela mulher! Ela é insuportável! – Lisandra se esqueceu na hora do drama da minha mãe.

- Pois é, ela é. Então você vai parar de chorar e vai crescer, vai com o Flávio e vai assumir o controle da sua vida, irmã, porque se aquele babaca do Guilherme encostar em você, o Flávio vai ter que me prender, porque eu mato ele. – Eu estava enganado, achei que minha mãe dava a palavra final, mas nesse caso, era o Raul quem estava tomando a decisão.

Lisandra enxugou as lágrimas, respirou fundo e nos encarou pelo retrovisor.

- Então é isso, oficialmente eu sou uma desgarrada como o Flávio agora. – Ela riu e deu um tapa no meu braço. – Você vai ter que me sustentar.

- Você vai é arrumar um emprego. – Resmunguei e eles começaram a rir.

Do aeroporto em Porto Paraíso, fomos direto buscar a Manu no trabalho. Durante o vôo expliquei para a Lisa o que estava acontecendo e ela ficou horrorizada, por mais drama que a nossa mãe fizesse, ela nunca encostou um dedo em nenhum de nós, e por mais que ela estivesse batendo o pé com esse casamento, eu não acreditava que ela fosse se dar ao trabalho de arrastar a Lisa de volta pra casa pelos cabelos. No caminho o meu celular tocou e eu atendi pelo sistema do carro.

- Pai.

- Flávio, acabei de saber que você está dando asilo para uma fugitiva. – Meu pai parecia divertido com a situação.

- Pois é, eu disse que se ela não quisesse ela não iria se casar. – Respondi.

- Eu sei que você vai cuidar dela. – Meu pai suspirou. – Quando você se cansar é só mandá-la de volta. Você sabe que sua mãe não falou sério.

- Vocês vão insistir com esse casamento?

- Vamos sim. E eu vou convencer a sua irmã de que isso é o melhor para ela e para a família. Mas eu vou deixá-la esfriar a cabeça primeiro. Digamos que eu esteja considerando que ela está viajando para te visitar e em breve estará de volta. – Meu pai estava muito calmo, mesmo eu podendo ouvir a minha mãe reclamando pela linha.

- Diz pra mamãe se acalmar, isso não deveria ter ido tão longe e a culpa é dela.

- Flávio, sua mãe está acostumada com as coisas à maneira dela, isso não vai mudar. Já a Lisandra, está apenas fazendo pirraça.

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