Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 104

- Ou seja, masturbação. Não era mais fácil dizerem que você estava me masturbando? – ele riu. – Voltando ao prostituto... Foi... Bom?

- Eu nunca tinha recebido sexo oral.

- O quê? – ele diminuiu drasticamente a velocidade do carro.

- Sim.

- Mas, você não teve um namorado, que morreu?

- Sim, e eu não o matei. – Deixei bem claro.

- Eu sei. – Ele riu.

- Namorei com ele oito anos e não recebi um oral neste tempo.

- Isso... É verdade? É possível?

Assenti, com a cabeça. Realmente parecia inacreditável.

- E... O prostituto deu conta do recado?

- Ele me roubou, Heitor.

- Roubou? Como assim?

- Me fez oral e quando acordei ele havia ido embora com a minha bolsa, contendo celular, um cartão novinho em folha que minha avó tinha acabado de me dar e todo dinheiro vivo que eu havia recebido dela junto. E... Não fez sexo comigo... Tipo... Só...

- Desgraçado. Teve o prazer de chupar você a ainda levou dinheiro por isso? Me dê o nome dele que vou mandar matá-lo.

- Você... Faria isso?

- Sim, eu faria. Por você, eu faria. – Me encarou.

- Ele... Mentiu o nome para mim. E para os meus amigos também. E trocou o número depois. E o carro que ele usava não era dele. Era alugado.

- Projeto de homem. – Praguejou.

- Eu já lhe disse que minha amiga trabalha na Babilônia?

- Se disse, eu não lembro.

- O nome dela é Salma.

- Pelo nome não a conheço. Muita gente trabalha lá.

Ele chegou em frente ao Palace Noriah Norte, um motel que não tinha nome de Motel, mas todos sabiam que também não era um Hotel. Caríssimo, frequentado só pelos magnatas.

- Acha que eu valho tudo isso? – olhei para o prédio que de tão iluminado parecia dourado.

- Você vale muito mais que isso, Bárbara.

O Palace Noriah Norte ficava na autoestrada. A entrada ficava de frente para a rua principal, onde se passava primeiramente por uma espécie de pórtico. Uma estrada bem iluminada, com coqueiros altos e cheios de minúsculas luzes nos troncos indicava o caminho até o prédio.

Como estava escuro, eu não conseguia ver muito bem o que tinha além da estrada, mas me parecia um gramado bem cuidado com alguns pergolados espalhados.

O prédio era térreo, mas gigantesco. Heitor estacionou o carro numa vaga na lateral. Havia poucos automóveis.

Assim que saímos, ele pegou minha mão novamente. Eu me peguei olhando para nossos dedos entrelaçados, enquanto nos dirigíamos à recepção. Era estranho, muito estranho. Como se fôssemos... Um casal. Sendo que há pouco tempo atrás brigávamos como cão e gato. Eu até tive vontade de esfolar a cara linda dele no asfalto.

A recepção não era muito grande. Assim que entrava na porta, larga, à direita tinha o balcão da recepção, com vidro separando o cliente do atendente. À esquerda, uma sala de estar, com sofás de cor bege claro, estofados, parecendo divãs. Não que eu fosse uma expert em terapeutas e divãs, mas sim, já havia tentado contar meus problemas para um estranho. A questão é que depois descobri que meus amigos falavam a mesma coisa que ele e não cobravam por isso.

Um tapete peludo com mesa de centro, toda em vidro, completava o ambiente acolhedor, pela luz fraca e envolvente.

Realmente Heitor tinha uma reserva. E nem precisou se identificar. Eu não soube se era porque meu acompanhante era VIP naquele lugar, por ir tantas vezes, ou porque o rosto dele era conhecido por boa parte do país.

Ele passou o cartão na porta automática e entramos num corredor largo, com luz ainda mais fraca do que na recepção, com várias portas. Andamos praticamente todo o corredor, até chegar na última porta. Ele passou o cartão e a porta bipou, abrindo sozinha.

A suíte era gigantesca. Em nada parecia o motel barato que o prostituto ladrão me levou. Uma cama enorme à esquerda, com dossel branco, combinando com todo o quarto. Espelhos por todos os lados que meus olhos alcançavam. O banheiro era todo de vidro, de onde se via um balcão de mais de dois metros com mármore branco e pia de vidro. A banheira era simplesmente gigante e já estava ligada, borbulhando, completamente cheia de espumas. Uma parte fechada, onde certamente era os sanitários.

À direita, uma sala parecida com a da recepção, com a diferença de que era toda branca. Até o tapete era branco e eu fiquei pensando o quanto seria difícil limpar aquilo.

Até que vi o pau de pole dance num canto, mais adiante, com espelhos dos dois lados da parede, inclusive no chão. Luzes brilhantes e coloridas ficavam em cima do espaço de mais ou menos 3 metros quadrados.

- Não vou dançar naquilo. – falei, jogando minha bolsa com força no sofá.

- Calma, Bárbara. É só um lugar... Que oferece o que os clientes possam querer.

- Você quereria me ver dançando naquilo? – o encarei.

- Não... Não... Quer dizer, se você quiser. – Ele ficou confuso.

- Eu jamais vou botar a minha mão naquela coisa. – sentei no sofá, frustrada.

- Quer que eu mande alguém vir aqui tirar o poste imediatamente? – ele parou na minha frente, se abaixando na minha altura.

- Não... Eu vou botar um lençol tapando. – Cruzei os braços.

- Confesso que eu posso estar um pouquinho feliz com a sua atitude.

- Feliz? – arqueei a sobrancelha.

- Ciúme de mim?

- Eu? Não, claro que não.

- Tirando a parte do pole dance, você gostou daqui?

- Sim... É muito bonito. – Confessei.

- Mas tem a melhor parte, que você ainda não viu.

- Quantas vezes você veio aqui, porra?

- Bárbara, não vamos deixar o ciúme falar mais alto, não é mesmo? Sim, eu tive outras mulheres, assim como você teve outros homens. Mas o que isso importa? Houve um dia que nos encontramos... E pronto. O resto nada mais tem importância. A partir daqui, é uma nova história que vamos construir juntos.

- Vamos? – perguntei, confusa, sentindo meu coração bater mais forte ao ver tanta humildade nos olhos deles.

Eu queria dizer tantas coisas sobre o que eu sentia, mas as palavras não saíam. Só conseguia falar o que eu achava ruim, que era tudo que lembrava o passado não tão distante, na verdade de dias atrás, dele rodeado de mulheres. Como Heitor conseguia falar tão facilmente sobre o que ele estava sentindo de verdade? Eu tinha medo... Muito medo de assumir para mim mesma o que eu estava sentindo. E mais medo ainda de confessar a ele que talvez eu estivesse completamente apaixonada.

Por mais que eu tentasse, não conseguia ver futuro naquilo. E sim, eu gostava dele. Mas éramos de mundos completamente diferentes. Até que ponto o sentimento falaria mais alto que a triste realidade da vida, que nos separava anos luz?

Mas como ele mesmo havia dito: se não tentássemos, não saberíamos.

Ele me pegou no colo, com facilidade. Passei meus braços sobre seu pescoço e nossos olhos se encontraram, enquanto ele me conduzia até uma porta espelhada.

Ele acionou um botão e a porta se abriu.

Fiquei olhando simplesmente maravilhada para tudo:

- Meu Deus! Eu... Não tenho palavras para isso.

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