Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 209

Acionei a ré e pisei vagarosamente, sentindo o carro mover-se de forma lenta. Girei a direção e acionei a dianteira.

- Preparado? – Perguntei, olhando seriamente para ele.

- Não... Você vai me matar.

- Estou perguntando se está preparado para ver o seu pai, desclassificado – comecei a rir – Sou segura quanto a minha habilidade em dirigir um Maserati automático pela primeira vez ao lado do CEO mais importante de Noriah Norte.

- Só tenho 31 anos... – Ele continuou reclamando enquanto eu seguia devagar, descendo a rampa do estacionamento.

- Sabe, Heitor, minha mãe era uma boa motorista. Ótima, na verdade. E ela morreu num acidente de trânsito. O homem que dirigia o caminhão dormiu na direção e trocou de pista, surpreendendo-a de frente. Ele alegou que dirigiu por mais de 24 horas sem descansar porque queria imensamente voltar para casa, louco de saudade da família. E por ironia, destruiu uma...

- Eu... Sinto muito. – Tocou minha mão no volante, carinhosamente.

- Tem coisas que não consigo encontrar explicações.

- Perdi minha mãe cedo também. Sei o que é este sentimento. Se não fosse Nic, eu não teria sabido o que era o afeto materno.

- Seu pai amava sua mãe?

- Eu creio que sim. Pelo menos ele afirma isso.

- Ele era fiel? Os dois se davam bem?

Heitor me olhou, confuso:

- Eu... Não sei. Não me preocupava muito com isso. Tinha apenas 6 anos quando ela morreu.

- Eu pude aproveitar um tempo mais que isso com a minha. Tinha 16 quando tudo aconteceu. Seu pai foi legal com você quando ela se foi?

- Não. Se fechou completamente no mundinho dele... Fora da nossa casa.

- E... A North B. já existia?

- Não. Mas ele já iniciava o negócio e em pouco tempo a transformou na potência que é hoje. Tudo fruto do próprio esforço e trabalho. Mas deixou um filho nas mãos de uma estranha.

- Ela não era uma estranha. Cuidou de você desde que nasceu, não é mesmo?

- Sim...

- E por que você foi embora com ela?

- Celine chegou do nada na nossa vida e na nossa casa. Não era uma pessoa ruim, mas também não era o que eu queria na vida do meu pai.

- Você não gostava dela?

- Não é que eu não gostava... Mas não tive simpatia de imediato, por assim dizer.

- E hoje?

- Hoje eu a respeito. Ela faz bem ao meu pai. Mas depois da situação que ela criou quando Milena engravidou, passei a ter certo receio com as atitudes dela.

- Por quê?

- Meu pai nunca quis fazer um testamento, mesmo ela insistindo. Isso significa que legalmente, quando ele se for, eu sou o herdeiro legítimo.

- Isso quer dizer que ela não tem direitos sobre a North B.?

- Exatamente.

- Acha que ela pode ter forçado o noivado de você com Milena por este motivo?

- Prefiro pensar que não. Afinal, como eu disse, simpatizo com ela agora.

- Simpatizar não é gostar.

Paramos no portão, que ele abriu com o controle que estava num console no centro do painel.

- Está indo bem. – Ele disse, enquanto eu seguia guiando devagar.

- Como liga os faróis?

- São automáticos. Não precisa ligar.

- Quanta modernidade nesta belezinha – alisei o volante – Me passa as coordenadas do hospital, por favor.

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