Acionei a ré e pisei vagarosamente, sentindo o carro mover-se de forma lenta. Girei a direção e acionei a dianteira.
- Preparado? – Perguntei, olhando seriamente para ele.
- Não... Você vai me matar.
- Estou perguntando se está preparado para ver o seu pai, desclassificado – comecei a rir – Sou segura quanto a minha habilidade em dirigir um Maserati automático pela primeira vez ao lado do CEO mais importante de Noriah Norte.
- Só tenho 31 anos... – Ele continuou reclamando enquanto eu seguia devagar, descendo a rampa do estacionamento.
- Sabe, Heitor, minha mãe era uma boa motorista. Ótima, na verdade. E ela morreu num acidente de trânsito. O homem que dirigia o caminhão dormiu na direção e trocou de pista, surpreendendo-a de frente. Ele alegou que dirigiu por mais de 24 horas sem descansar porque queria imensamente voltar para casa, louco de saudade da família. E por ironia, destruiu uma...
- Eu... Sinto muito. – Tocou minha mão no volante, carinhosamente.
- Tem coisas que não consigo encontrar explicações.
- Perdi minha mãe cedo também. Sei o que é este sentimento. Se não fosse Nic, eu não teria sabido o que era o afeto materno.
- Seu pai amava sua mãe?
- Eu creio que sim. Pelo menos ele afirma isso.
- Ele era fiel? Os dois se davam bem?
Heitor me olhou, confuso:
- Eu... Não sei. Não me preocupava muito com isso. Tinha apenas 6 anos quando ela morreu.
- Eu pude aproveitar um tempo mais que isso com a minha. Tinha 16 quando tudo aconteceu. Seu pai foi legal com você quando ela se foi?
- Não. Se fechou completamente no mundinho dele... Fora da nossa casa.
- E... A North B. já existia?
- Não. Mas ele já iniciava o negócio e em pouco tempo a transformou na potência que é hoje. Tudo fruto do próprio esforço e trabalho. Mas deixou um filho nas mãos de uma estranha.
- Ela não era uma estranha. Cuidou de você desde que nasceu, não é mesmo?
- Sim...
- E por que você foi embora com ela?
- Celine chegou do nada na nossa vida e na nossa casa. Não era uma pessoa ruim, mas também não era o que eu queria na vida do meu pai.
- Você não gostava dela?
- Não é que eu não gostava... Mas não tive simpatia de imediato, por assim dizer.
- E hoje?
- Hoje eu a respeito. Ela faz bem ao meu pai. Mas depois da situação que ela criou quando Milena engravidou, passei a ter certo receio com as atitudes dela.
- Por quê?
- Meu pai nunca quis fazer um testamento, mesmo ela insistindo. Isso significa que legalmente, quando ele se for, eu sou o herdeiro legítimo.
- Isso quer dizer que ela não tem direitos sobre a North B.?
- Exatamente.
- Acha que ela pode ter forçado o noivado de você com Milena por este motivo?
- Prefiro pensar que não. Afinal, como eu disse, simpatizo com ela agora.
- Simpatizar não é gostar.
Paramos no portão, que ele abriu com o controle que estava num console no centro do painel.
- Está indo bem. – Ele disse, enquanto eu seguia guiando devagar.
- Como liga os faróis?
- São automáticos. Não precisa ligar.
- Quanta modernidade nesta belezinha – alisei o volante – Me passa as coordenadas do hospital, por favor.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...