Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 77

O médico me olhou e disse seriamente:

- Sua endometriose está trocando de nível. Pelas dores que sentiu durante o período menstrual e que relata serem “normais”, o que na verdade não é, mais os exames, estamos entrando no estágio de “endometriose profunda”. Certamente você tem isso há um bom tempo. E não tratou... Estou certo?

- Está certo. Iniciei o tratamento há pouco tempo. E começou com remédios para dor. Não resolveram. Então o meu ginecologista receitou medicamentos hormonais. E cogitou... Retirada do útero. – aquela última frase me afetava de alguma forma agora nos últimos dias.

- Doutor, há como impedir isso? – Heitor perguntou.

Olhei-o seriamente:

- Heitor... Eu agradeço sua preocupação, mas não precisa. É... A minha vida.

- Bárbara, não seja tão egoísta. Eu quero ajudar.

- Não preciso de ajuda. Eu tenho dinheiro para custear o tratamento. – olhei para o doutor Telles. – O que eu preciso fazer?

- Sim, seu médico não estava errado. Um dos maiores problemas que pode ter é a retirado do útero. Mas você é jovem... Creio que não tenha filhos, não é mesmo?

- Não.

- Já conversou com seu parceiro sobre... Não esperarem muito tempo, caso queiram engravidar? – ele olhou para Heitor e para mim.

- Nós não somos parceiros. – falamos ao mesmo tempo.

- Está aqui por curiosidade, senhor Casanova? – o médico perguntou, confuso.

- Não, ele é metido mesmo. – olhei para o CEO. – E pode estar me perseguindo, doutor.

- Eu, perseguindo você? – ele me perguntou, irônico. – Quem estava atrás de mim em todos os lugares?

- Heitor, eu estou num consultório médico, num ginecologista, numa clínica chamada “Da Mulher”. Quem persegue quem?

- Eu me preocupo com você, Bárbara.

- Jura? Desde quando?

Ele se moveu na minha direção e disse no meu ouvido:

- Desde quando senti seu sabor no elevador... Da sua boca... Da sua...

- Entendi. – disse rapidamente, corando na mesma hora.

Ok, eu poderia mandá-lo sair dali. Ele não tinha nada a ver com a minha doença. Mas o homem estava me esperando às 5 horas da tarde num consultório feminino. Isso era, no mínimo... Esquisito?

- Continuei, doutor... Por favor. – pedi.

- Eu recomendo uma cirurgia...

- Eu não quero retirar meu útero. – falei na mesma hora, não deixando ele terminar.

Heitor pegou minha mão e olhei para ele, confusa. Deus... O que é isso? Me diz que estou sonhando... Ou tendo um pesadelo. Porque este aqui não é o homem que eu conheci na Babilônia. Tampouco o que mandou me prender.

- Calma, Bárbara. Deixe o médico terminar. – ele disse, apertando a minha mão.

Respirei fundo e tentei me acalmar. E sim, aceitei a mão dele. Ben poderia estar ali, mas não estava. Porque o CEO monopolizou tudo para ele. E Heitor estava sendo um bom companheiro... De consultório médico.

- Bárbara, a cirurgia é um procedimento simples. É feito por videolaparoscopia. Nele podemos retirar todo o tecido endometrial, evitando assim a retirada dos órgãos afetados. Este procedimento é feito para tentarmos manter a sua fertilidade. Mas isto não garante a extinção completa da endometriose. Ela ainda pode retornar e atingir outros órgãos. Então o tratamento precisa ser periódico e permanente.

- Eu... Não sabia desta possibilidade. Embora tenha lido muito sobre isso.

- Poderia ter sido diferente, se tivesse um diagnóstico no início.

- Sim, eu sei. Mas fui omissa comigo mesma... Por uns bons anos da minha vida.

- O que importa é que agora você está aqui. – Heitor me olhou. – E que tudo vai dar certo.

- Obrigada. – tive que dizer a ele... Estava sendo tão sensível comigo.

- Preciso que repita alguns exames de sangue e então podemos marcar o procedimento.

- Ok.

- Vou lhe dar meu número. Qualquer coisa é só me ligar.

- Obrigada, doutor.

Nos levantamos e ele nos encaminhou para a porta. Me despedi e fui pagar a consulta quando a secretária me disse que já estava paga.

Suspirei e abri a porta, me dirigindo ao elevador com Heitor. Ele pegou o celular e ligou para alguém:

- Oi... Estou indo. – falou.

Enquanto esperávamos o elevador chegar ao andar, eu disse:

- Não precisava ter pago, Heitor. Eu tenho dinheiro.

- Não me importo de pagar, Bárbara.

- Eu estou trabalhando. Posso pagar minhas coisas... E resolver meus problemas. Eu sempre fiz isso sozinha.

O elevador abriu a porta e eu olhei seriamente para ele:

- Será que é sensato nós dois entrarmos juntos aqui?

Ele riu:

- Está com medo de eu agarrar você?

- Não... Estou com medo que o elevador estrague. Somos expert nisso.

- Hum, então quer dizer que posso agarrar você?

- Claro que não... Tarado desclassificado.

Ele riu e entramos juntos. A porta se fechou e o elevador começou a descer.

- Claro que não estragaria conosco dentro uma terceira vez, não é mesmo? Até porque...

Parei de falar quando o elevador parou. Apertei o botão e nada funcionou. Olhei para ele.

- Desta vez não foi uma coincidência... Nem um acidente. Eu fiz isso. – sorriu.

- Não sei se eu mato você agora... Ou depois.

- Depois... Depois, Bárbara... – ele se aproximou.

- Heitor, eu não acredito que mandou parar um elevador porque queria ficar sozinho comigo.

Ele me empurrou contra a porta e suas mãos tocaram nas minhas costas. Senti um frio no estômago e mil pensamentos tomaram a minha mente. E fiquei tão derretida que nem colherinha me juntaria.

- Por que não foi na seleção, Bárbara? Eu esperei você. – sua voz era fraca e a respiração estava ofegante.

- Eu... Arranjei outro emprego.

- Não pode... Você é minha, Bárbara, só minha. – ele beijou meu pescoço.

- Não sou sua... Sou... De Sebastian... Perrone. – falei fechando meus olhos, completamente envolvida pelo cheiro dele, enquanto me apertava contra seu corpo.

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