O médico me olhou e disse seriamente:
- Sua endometriose está trocando de nível. Pelas dores que sentiu durante o período menstrual e que relata serem “normais”, o que na verdade não é, mais os exames, estamos entrando no estágio de “endometriose profunda”. Certamente você tem isso há um bom tempo. E não tratou... Estou certo?
- Está certo. Iniciei o tratamento há pouco tempo. E começou com remédios para dor. Não resolveram. Então o meu ginecologista receitou medicamentos hormonais. E cogitou... Retirada do útero. – aquela última frase me afetava de alguma forma agora nos últimos dias.
- Doutor, há como impedir isso? – Heitor perguntou.
Olhei-o seriamente:
- Heitor... Eu agradeço sua preocupação, mas não precisa. É... A minha vida.
- Bárbara, não seja tão egoísta. Eu quero ajudar.
- Não preciso de ajuda. Eu tenho dinheiro para custear o tratamento. – olhei para o doutor Telles. – O que eu preciso fazer?
- Sim, seu médico não estava errado. Um dos maiores problemas que pode ter é a retirado do útero. Mas você é jovem... Creio que não tenha filhos, não é mesmo?
- Não.
- Já conversou com seu parceiro sobre... Não esperarem muito tempo, caso queiram engravidar? – ele olhou para Heitor e para mim.
- Nós não somos parceiros. – falamos ao mesmo tempo.
- Está aqui por curiosidade, senhor Casanova? – o médico perguntou, confuso.
- Não, ele é metido mesmo. – olhei para o CEO. – E pode estar me perseguindo, doutor.
- Eu, perseguindo você? – ele me perguntou, irônico. – Quem estava atrás de mim em todos os lugares?
- Heitor, eu estou num consultório médico, num ginecologista, numa clínica chamada “Da Mulher”. Quem persegue quem?
- Eu me preocupo com você, Bárbara.
- Jura? Desde quando?
Ele se moveu na minha direção e disse no meu ouvido:
- Desde quando senti seu sabor no elevador... Da sua boca... Da sua...
- Entendi. – disse rapidamente, corando na mesma hora.
Ok, eu poderia mandá-lo sair dali. Ele não tinha nada a ver com a minha doença. Mas o homem estava me esperando às 5 horas da tarde num consultório feminino. Isso era, no mínimo... Esquisito?
- Continuei, doutor... Por favor. – pedi.
- Eu recomendo uma cirurgia...
- Eu não quero retirar meu útero. – falei na mesma hora, não deixando ele terminar.
Heitor pegou minha mão e olhei para ele, confusa. Deus... O que é isso? Me diz que estou sonhando... Ou tendo um pesadelo. Porque este aqui não é o homem que eu conheci na Babilônia. Tampouco o que mandou me prender.
- Calma, Bárbara. Deixe o médico terminar. – ele disse, apertando a minha mão.
Respirei fundo e tentei me acalmar. E sim, aceitei a mão dele. Ben poderia estar ali, mas não estava. Porque o CEO monopolizou tudo para ele. E Heitor estava sendo um bom companheiro... De consultório médico.
- Bárbara, a cirurgia é um procedimento simples. É feito por videolaparoscopia. Nele podemos retirar todo o tecido endometrial, evitando assim a retirada dos órgãos afetados. Este procedimento é feito para tentarmos manter a sua fertilidade. Mas isto não garante a extinção completa da endometriose. Ela ainda pode retornar e atingir outros órgãos. Então o tratamento precisa ser periódico e permanente.
- Eu... Não sabia desta possibilidade. Embora tenha lido muito sobre isso.
- Poderia ter sido diferente, se tivesse um diagnóstico no início.
- Sim, eu sei. Mas fui omissa comigo mesma... Por uns bons anos da minha vida.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...