Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 96

Nossos lábios se tocaram, de forma leve, mas demorada. Deitei minha cabeça no ombro dele, que deixou a cabeça cair sobre a minha.

- Está preocupado? – perguntei.

- Só com o que meu pai vai fazer quanto a isso, caso chegue aos ouvidos dele. E você?

- Eu... Não sei. Me desculpe por ter causado tudo isso. Mas infelizmente eu tenho uma nuvem negra sobre mim, cheia de raios, chuva e com tempestade permanente. Estar ao meu lado é correr o risco de ter o meu azar por um bom tempo.

- No meu caso, sou um homem de sorte... Tenho um sol dourado brilhando na cabeça... E meus dias são claros e quentes. Então... Vou tirá-la desta nuvem idiota... E trazê-la para o meu sol, Bárbara. Bem-vinda a um mundo de sorte. – Meu deu um beijo rápido novamente. – Se eu colocar minha língua dentro da sua boca acha que teremos problemas? – cochichou no meu ouvido, olhando o policial com rosto fechado pelo retrovisor.

- Não brinque com coisa séria, Heitor. – Adverti.

Quando chegamos próximo da delegacia, Heitor gritou, furioso:

- Que porra! Vocês chamaram estes abutres? Eu não acredito nisto.

Percebi algumas pessoas aglomeradas na porta da Delegacia e câmeras de filmagem.

- Bárbara, olha pra mim. – Fiz o que ele pediu, encarando-o seriamente. – Saia do carro e não mostre seu rosto, ok? Se descobrirem quem é você, farão da sua vida um inferno. Eu não quero esta parte horrível do meu mundo para você. Vou tentar protegê-la de toda forma possível.

- Não quer que... Saibam sobre nós? – perguntei, confusa.

- Não é por medo de saberem sobre nós ou qualquer coisa deste tipo, Bárbara. Acredite em mim: você não vai querer estas pessoas perseguindo-a.

- Ok. – Assenti, tentando entender o lado dele.

O carro foi estacionado exatamente na frente da porta da delegacia. Outros policiais vieram ao nosso encontro enquanto os repórteres vieram na nossa direção. Olhei para Heitor, que colocou os braços na frente do rosto e fiz a mesma coisa. Passamos em meio a todos, que gritavam, nos tocavam e fiquei assustada.

Assim que entramos na delegacia, a porta se fechou. Meu coração batia forte e fiquei com medo.

- Pode tirar os braços, Bárbara. – Heitor falou e eu obedeci.

- Onde está o Delegado? – um dos policiais perguntou, enquanto me segurava pelas algemas.

- Ele está fora... Mas já deve estar chegando. Hoje é dia de problemas... – falou a policial feminina, olhando atentamente para Heitor e para mim. – Senhor Casanova... – ela curvou a cabeça, cumprimentando-o.

- Boa noite. – ele falou gentilmente e posso apostar que ela precisou de colherinha.

Os dois policiais foram nos levando pelo corredor enquanto a mulher veio atrás:

- Ei... Vocês não podem colocá-los nas celas. Eles devem esperar na sala do Delegado. É o senhor Casanova...

- Irão para a cela. Tem uma enorme lista de delitos que cometeram. – Um deles falou, mostrando as anotações no bloco.

- Acho que vocês poderão ter problemas. – Heitor advertiu para os dois.

- Por ser o senhor Casanova não terá privilégios aqui. – O homem foi enfático. – Você e sua mulher irão sim para a cela e ficarão lá até o Delegado chegar e ter tempo para vocês.

- Não temos direito a uma ligação? – perguntei. – Eu vi isso nos filmes. – sorri, debochada.

- Creio que temos, Bárbara. Neste caso, duas. Uma para cada um de nós. – Heitor falou.

- Sim, vocês têm direito. – A policial mulher confirmou. – Vou buscar o celular.

- Quero ligar para o meu advogado. – Heitor disse.

- E eu para o meu amigo Ben.

- Ben... É advogado? – Heitor perguntou, confuso.

- Não... Ele é comentarista de moda.

- E no que ele pode ajudar?

- Ele é meu amigo, porra. Estava aqui me defendendo quando você mandou me prender.

- Eu mandei prender você, doçura? Como eu fui fazer isso? – me deu um beijo no rosto, debochando.

- Desclassificado. – falei furiosa ao lembrar o que passei.

- Linda! – Revidou.

- Você pegou as joias da minha mãe.

- E devolvi. Falando nisso... Você não deu falta de nada?

- Não... Deveria?

- Talvez. – Sorriu, sarcasticamente.

A cela foi aberta e Heitor entrou. Retiraram a algema dele e quando fui entrar, o policial me impediu.

- A senhora vai para outra cela.

- Não! – Heitor veio até a cela, que eles fecharam. – Não podem deixar Bárbara longe de mim.

- Aqui o senhor não manda nada. – O policial fez questão de deixar claro, enquanto me conduzia para a cela ao lado.

Os dois se foram. Ficamos somente eu e Heitor, um de cada lado, com uma parede nos separando.

Fui até a grade e vi as mãos dele apoiadas:

- Vou acabar com eles. – Rosnou, furioso. – Vão trabalhar de policiais só no Alasca.

- Calma, Heitor. Tudo vai se resolver. Você é o dono da porra toda, não e mesmo?

- Eles não têm o direito de nos separar.

- Pensa pelo lado positivo: estamos sozinhos nas nossas celas. Pior seria se tivéssemos criminosos como companhia.

Ele estendeu a mão e disse:

- Quero você, Bárbara. Não consigo mais ficar longe.

Comecei a rir e toquei a mão dele, que entrelaçou nossos dedos.

- Esta noite era para ser perfeita, porra. – Ele gritou, sendo que o eco da voz dele dava para ouvir ao longe.

- Não foi perfeita... Mas inesquecível. – Eu ri. – Heitor... Sobre a joia... Você ficou com alguma?

- Sim.

- Qual?

- Você só vai saber quando for ao meu apartamento, subir no meu quarto. Então vai encontrá-la... No lado que será seu na nossa cama.

Senti meu peito quase sufocar e respirei fundo, repetidas vezes. Aquilo era demais para mim.

- Heitor... Você vai deixar...

- Tudo e todos. – Ele garantiu, antes que eu terminasse. – Principalmente depois do que houve hoje. Jamais alguém seria preso por me defender. O que qualquer pessoa ajuizada faria era ficar quieta e se safar.

- Eu não sou ajuizada.

- Você é tudo que eu procurei a minha vida inteira, Bárbara.

Ah, Heitor... Você é tudo que eu preciso para voltar a acreditar no amor!

Ele apertou a minha mão e eu correspondi. Ficamos ali, algum tempo, sem dizer nada. Senti o polegar dele acariciando minha pele, sem pressa, carinhosamente.

Ouvimos alguns passos e o já conhecido delegado chegou, com alguns policiais juntos.

Olhou para mim e disse:

- Você, de novo?

- Boa noite, Delegado. – Sorri, timidamente, retirando minha mão das de Heitor.

Ele olhou para Heitor:

- Senhor Casanova? Que porra você faz aqui?

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