Dois dias depois da revelação sobre Elise e o carro de Alex, eu ainda estava processando tudo que descobríramos. Christian havia passado a manhã ao telefone com Marco, discutindo os próximos passos da investigação, enquanto eu tentava manter uma rotina normal — ou pelo menos o que restava de normalidade em nossas vidas.
Observei-o da porta do quarto, notando como ele se movia com mais fluidez, sem a rigidez dos primeiros dias após o acidente. Os hematomas no rosto estavam quase imperceptíveis agora, e ele parecia ter recuperado muito da energia que eu havia temido que perdesse para sempre.
Quando terminou a ligação, encostei-me no batente da porta com um sorriso que tentava esconder minha ansiedade.
— Já que você está se sentindo bem o suficiente para se enfiar em um carro durante uma investigação — comecei, cruzando os braços —, achei que talvez gostasse de me acompanhar em outro tipo de compromisso hoje.
Christian levantou uma sobrancelha, fechando o notebook.
— Que tipo de compromisso?
— A primeira ultrassom do nosso filho.
Vi o exato momento em que suas palavras o atingiram. Seus olhos se arregalaram ligeiramente, e ele se endireitou na cadeira como se tivesse levado um choque.
— Hoje? — perguntou, a voz saindo um pouco rouca.
— Hoje — confirmei, sentindo meu coração acelerar. — Sei que está um pouco tarde para a primeira. Normalmente seria feita há algumas semanas, mas com tudo que aconteceu... o acidente, as investigações, o stress todo... — Fiz uma pausa, colocando uma mão protetora sobre minha barriga ainda discreta. — Pelo menos agora vamos poder ouvir o som do coração. Eu espero.
Christian se levantou da cadeira tão rapidamente que quase a derrubou. Em dois passos largos, estava na minha frente, suas mãos curvando-se ao redor do meu rosto.
— Claro que vou com você — disse, seus olhos azuis intensos procurando os meus. — Não perderia isso por nada no mundo.
Uma hora depois, estávamos na sala de espera da clínica, minha mão entrelaçada na dele. Christian estava visivelmente nervoso, passando a mão livre pelos cabelos repetidamente.
— Está tudo bem — murmurei, apertando sua mão. — É só um exame de rotina.
Quando meu nome foi chamado, senti um friozinho na barriga. Christian segurou minha mão com mais força enquanto caminhávamos pelo corredor até a sala do ultrassom.
A médica, Dra. Sandra, era uma mulher na casa dos cinquenta com um sorriso tranquilizador e maneiras gentis. Ela me ajudou a me acomodar na maca enquanto Christian puxou uma cadeira para ficar bem ao meu lado.
— Então, vocês estão ansiosos para conhecer o bebê? — ela perguntou enquanto preparava o equipamento.
— Muito — respondi, levantando a blusa para expor minha barriga. — Está um pouco tarde para a primeira ultrassom, né?
— Um pouquinho, mas nada preocupante — ela me tranquilizou, aplicando o gel frio na minha pele. — Pelos seus cálculos, você deve estar com cerca de treze semanas. Vamos ver se o bebê concorda com essa estimativa.
Senti Christian se inclinar para frente quando ela posicionou o transdutor na minha barriga. A tela permaneceu uma massa confusa de cinza e preto por alguns segundos, até que ela ajustou o aparelho.
— Aí está — disse ela, apontando para a tela. — Vejam só.
— Nosso filho — repeti, minha própria voz quebrada de emoção.
— Está tudo perfeito — anunciou Dra. Sandra, claramente acostumada com casais emocionados. — Tamanho compatível com treze semanas e dois dias, coração forte, boa movimentação. Vocês têm um bebê muito saudável aí.
Ficamos em silêncio por mais alguns minutos, apenas ouvindo aquele som hipnótico e observando nosso filho se mexer na tela. Christian não soltou minha mão nem por um segundo, seu polegar traçando círculos suaves nas minhas costas.
Quando finalmente saímos da clínica — com várias fotos impressas do ultrassom nas mãos —, andamos até o carro em silêncio. Foi só quando Christian ligou o motor que quebrei o silêncio.
— Dá para acreditar que fomos nós que fizemos isso? — perguntei, olhando para as fotos nas minhas mãos, ainda em choque com tudo que havíamos acabado de presenciar.
Christian riu baixinho, aquele sorriso genuíno que eu amava tanto.
— Você é sempre excepcional em tudo que faz — disse, sua voz carregada de admiração, amor e um pitada de malícia que não passou despercebida.
— Você também — respondi, sentindo lágrimas de felicidade ameaçando voltar. — Então essa criança vai ser uma mistura perfeita de nós dois.
Christian pegou uma das fotos das minhas mãos, estudando-a com reverência, como se fosse o maior tesouro do mundo.
— Mal posso esperar para conhecê-lo — murmurou, e havia uma emoção tão profunda em sua voz que me fez perceber que ele estava tão transformado por esse momento quanto eu.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Cansativo liberar somente 2 capítulos por noite.... Poderia liberar pelo menos 5, né?...
Bianca e Nico ... tão bons ou melhores que Christian e Zoeh!!! Tão lindos! Mas vamos garantir pelo menos 3 capitulos por noite para deixar as leitoras felizes?...
Quando terá novos capítulos? Ansiosa...
Já tem uns 3 dias que não disponibiliza os capítulos. Parou no capítulo 557. PS. Esse livro que não acaba.... 🤔...
Queria saber o que está acontecendo, que os capítulos não estão mais disponíveis....
Poxa vida, ja era ruim liberar 2 ou 3 capitulos por noite a conta gotas, agora falhar na liberacao diaria é pèssimo ... oq tem acontecidoncom frequencia. Desanimador....
Alguém sabe me dizer, quando sai mais capítulos?...
Oq esta acontecendo com os capitulos 566 e 567? Liberei as moedas mas nenhum dos dois foi liberado. E ontem tbem nao houve liberacao de capitulos novos ......
Mdss estou impactada com o plost twist mds mds, história de Maitê é a mais louca e surreal, considero a melhor....
Capitulo 518. Votos de Marcos e Maitê, que lindo... Até eu fiquei emocionada 😍...