Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 218

— Próximo — murmurei, passando o dedo na tela do celular para rejeitar mais um perfil. — Michael, 34 anos, advogado. Primeira foto: ok, terno, sorriso profissional. Segunda foto: ele segurando um peixe morto do tamanho de uma criança. Por que homens acham que pescar é atraente?

— Talvez porque demonstra habilidade de caça e provedor? — Bianca sugeriu, sem levantar os olhos do próprio trabalho, mas claramente prestando atenção na minha saga desesperada.

— Provedor de quê? Salmonela? — revirei os olhos, passando para o próximo candidato. — Ah, este aqui parece normal... não, espera. "Procuro mulher que saiba cozinhar, lavar, limpar e não seja feminista demais." Meu Deus, estamos em 2025 ou 1925?

Eram três horas da tarde de quinta-feira, e eu estava há duas horas e meia tentando encontrar um acompanhante minimamente decente para a festa de amanhã. O que deveria ser uma tarefa simples havia se transformado numa expedição arqueológica através dos piores exemplares masculinos de Londres.

— Thomas, 29, "consultor financeiro" — continuei minha narração para Bianca, que havia parado de fingir que estava trabalhando e agora assistia ao show abertamente. — Primeira foto: terno elegante, sorrisão confiante, parece civilizado. Segunda foto: ele fazendo pose de fisiculturista sem camisa no espelho do banheiro, músculos oleosos brilhando. Terceira foto: ele... nossa, isso é ele lambendo o próprio bíceps?

— Que nojo — Bianca fez uma careta de repulsa genuína. — Bloqueia esse aí imediatamente.

Passei para o próximo perfil, minha esperança diminuindo a cada deslizar.

— Oliver, 31, "empreendedor de sucesso" — fiz aspas no ar. — Primeira foto: ele apoiado numa Lamborghini amarela que claramente não é dele, porque dá para ver o rosto do verdadeiro dono refletido no vidro do carro. Segunda foto: ele segurando um maço de notas de vinte libras, provavelmente o dinheiro do aluguel. Terceira foto: ele com óculos escuros Ray-Ban falsos falando no telefone, legendada "fechando mais um negócio milionário".

— Red flag ambulante — Bianca riu, balançando a cabeça. — Próximo, rápido, antes que meus olhos sangrem.

— Sério, Bianca — suspirei profundamente, jogando o telefone na mesa momentaneamente e massageando as têmporas. — Como diabos você aguenta ser solteira em 2025? Isso aqui é um inferno digital completo.

— Melhor só do que mal acompanhada — ela deu de ombros com uma filosofia zen que eu invejava. — Prefiro mil vezes passar uma sexta-feira em casa assistindo N*****x com uma taça de vinho decente do que sair com qualquer um desses... espécimes.

— Concordo plenamente — peguei o telefone de volta com determinação renovada. — Mas também não posso aparecer na festa da Alessandra sozinha como uma coitada sem vida social. Ela já me vê como inadequada, imagina se eu aparecer desacompanhada.

Continuei passando perfis com a determinação de alguém garimpando ouro numa mina abandonada. Sério, eu estava quase ligando para Zoey para descobrir se por acaso ela ainda tinha o contato daquela agencia de gigolôs e oferecendo para pagar a passagem de um diretamente para Londres.

— James, 35, médico no NHS — anunciei. — Primeira foto: ele de jaleco branco, estetoscópio no pescoço, seriedade profissional. Muito promissor. Segunda foto: ele numa festa de formatura, sorrindo com os colegas, completamente normal. Terceira foto: ele... ai, meu Deus, por que ele está usando uma fantasia completa de Batman numa balada?

— Talvez seja de Halloween? — Bianca tentou justificar.

Chequei a legenda da foto.

— Diz aqui "noite normal de terça-feira no Fabric". Próximo!

— Que desperdício. Médico e tudo.

— Charles, 28, professor de história medieval — continuei, minha voz assumindo o tom de uma apresentadora de reality show. — Primeira foto: ele numa biblioteca antiga, rodeado de livros que parecem ter séculos, luz dourada entrando pela janela. Muito estético. Segunda foto: ele tocando violão acústico num parque, expressão concentrada e artística. Terceira foto: ele com um golden retriever adorável numa trilha na natureza.

— Agora sim! — Bianca se animou, se inclinando para ver melhor a tela. — Parece civilizado, educado, e tem um cachorro. Cachorros são indicadores de responsabilidade.

— Vamos ver a biografia... — li em voz alta — "Apaixonado por literatura clássica, música medieval e renascentista, caminhadas na natureza e conversas sobre história. Procuro alguém que valorize arte, cultura e profundidade intelectual tanto quanto eu. Não interessadas apenas em superficialidades, por favor."

— Muito melhor que todos os anteriores juntos — Bianca aprovou. — E olha que inteligente: ele já filtrou as superficiais logo de cara.

— Concordo totalmente. Vou mandar mensagem antes que alguém mais esperta passe na minha frente.

Comecei a digitar uma mensagem cuidadosamente pensada quando percebi uma sombra familiar se movendo na porta de vidro da nossa sala. Levantei os olhos discretamente e vi Nate parado do outro lado do vidro, claramente tentando parecer casual enquanto fingia estudar alguns documentos, mas obviamente prestando atenção no que estávamos fazendo.

— Seu stalker favorito está espiando de novo — Bianca murmurou sem levantar os olhos da tela do computador.

— Não é meu stalker — murmurei de volta, mas instintivamente abaixei um pouco o telefone.

— Claro que não é. É por isso que ele está ali parado há uns dez minutos fingindo ler a mesma página de contrato.

— Como você sabe que é a mesma página?

— Porque eu consigo ver a primeira linha daqui, e não mudou desde que ele chegou.