A manhã estava fresca quando entramos no carro em direção ao hospital. Christian parecia inquieto desde que havia acordado, seus dedos tamborilando nervosamente no volante enquanto dirigia pelas estradas serpenteantes. O silêncio inicial foi gradualmente quebrado por seus pensamentos em voz alta, como se ele precisasse verbalizar suas confusões para tentar organizá-las.
— Eu simplesmente não entendo — disse, balançando a cabeça enquanto reduzia a velocidade para uma curva mais fechada. — Nunca achei que meu pai ou meus tios tivessem interesse verdadeiro nos negócios da família.
Ajeitei o cinto de segurança e me virei ligeiramente para observar seu perfil tenso, vendo como a luz matinal destacava as linhas de preocupação ao redor de seus olhos.
— Tio Giovanni, pai do Marco, sequer sai de sua propriedade na Itália há décadas — continuou, como se estivesse tentando resolver um quebra-cabeça impossível. — E tio Luigi, pai do Antônio, nunca gostou de qualquer esforço que fosse além de degustar vinho. Eles sempre pareceram perfeitamente satisfeitos em receber seus dividendos e viver suas vidas longe das responsabilidades corporativas.
— Aparentemente seu pai se ressentia — murmurei, observando as vinhas que passavam pela janela, suas folhas ainda cobertas pelo orvalho da manhã.
Christian soltou uma risada amarga, sem humor.
— Ele também preferia muito mais gastar o dinheiro do que administrá-lo. Lembro do nonno reclamando constantemente sobre como Lorenzo sempre encontrava formas criativas de drenar recursos da empresa para seus hobbies caros e viagens extravagantes.
Permaneci em silêncio por alguns minutos, deixando que ele processasse seus pensamentos. Podia sentir a frustração emanando dele como calor, a necessidade desesperada de entender as motivações por trás da traição que havia devastado a família.
— Só vamos conseguir respostas quando o confrontarmos — disse finalmente.
Christian suspirou profundamente, suas mãos apertando o volante com mais força.
— Não sei se quero fazer isso novamente. O jantar ontem foi um fiasco total. Tudo que consegui foi deixar Isabella e Giuseppe doentes. Principalmente Giuseppe... Meu Deus, se alguma coisa acontecer com ele por causa da minha explosão...
— Não foi assim — interrompi firmemente, colocando minha mão sobre a dele no volante. — Se você não tivesse feito aquele jantar, eu não teria me lembrado e nós ainda estaríamos completamente às cegas. Pelo menos agora sabemos quem é o inimigo.
— Do que adianta? — rebateu, sua voz carregada de desespero. — Nós não temos provas concretas de nada. É a palavra dele contra a nossa.
Olhei para ele com incredulidade, não conseguindo acreditar que estava se esquecendo de tudo que havíamos descoberto.
— É claro que temos provas, Christian. Temos todas as informações que foram recuperadas do HD da Elise. Temos o motorista do carro que bateu em você no dia do seu “acidente”. Temos aquelas gravações desse dia. Nós só precisamos entregar tudo isso para a polícia e esperar que a justiça siga seu curso.
— É exatamente o que eu não quero — disse, sua mandíbula se contraindo. — Esperar. Esperar até o próximo ataque, até a próxima tentativa de nos destruir.
— O próximo ataque não virá — respondi com convicção. — Agora eles estão encurralados. Lorenzo fugiu ontem porque sabe que está perdido. Elise está no hospital. E Francesca... Ela não vai fazer nada sozinha. Eles não têm mais como nos atacar sem se expor completamente.
Christian ficou em silêncio enquanto estacionava o carro no hospital, mas pude ver que ainda estava lutando contra sua necessidade de controle total da situação.
Caminhamos pelos corredores familiares em direção à UTI neonatal, nossas passadas ecoando suavemente no chão de linóleo brilhante. A enfermeira da recepção nos cumprimentou com sorrisos calorosos, já nos reconhecendo.
Senti lágrimas começarem a formar em meus olhos, tocada pela intensidade de suas palavras.
— Christian...
— Eu te amo — disse simplesmente. — Mais do que jamais imaginei ser possível amar alguém. E amo nossa família, amo nosso filho, amo a vida que construímos juntos. Não vou deixar que ninguém destrua isso.
— Eu também te amo — sussurrei, me colocando na ponta dos pés para beijá-lo suavemente. — E acredita, as coisas vão se revolver. A justiça vai ser feita.
Quando nos separamos, continuamos nossa caminhada pelos corredores, nossos corações mais leves apesar de tudo que havia acontecido. Havia algo reconfortante em saber que, independentemente das tempestades que enfrentássemos, sempre teríamos um ao outro.
— E por falar em justiça — Christian disse de repente, sua voz assumindo um tom diferente.
Segui a direção de seu olhar e senti meu estômago revirar completamente quando meus olhos finalmente recaíram sobre a figura no final do corredor.
Elise.
E finalmente entendi exatamente o que Anne havia querido dizer sobre carma.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...