Entrar Via

Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 211

“Abigail Zapata Monterrey”

Eu parei na porta da cozinha, enquanto esperava a água ferver para passar o café. Eu estava observando o jardim, pessoas conversando, risadas, os cachorros brincando, era tudo parte de um dia perfeito, até a Magda, quem diria, estava rindo e conversando com a D. Yolanda e a D. Branca, cercadas pelas meninas. Os homens estavam reunidos na horta, planejando como ampliar o espaço para que pudéssemos plantar uma variedade maior de hortaliças. Era tão doméstico, simples e agradável. Quando voltei para o jardim com a bandeja de café, todos voltaram a se reunir.

- Quer dizer que você agora será assistente direta do Martim, do Emiliano e da Abigail, Pilar? Não vou mais poder te roubar da recepção? – O Mário brincou, só para mexer com o Emiliano.

- Mário, você já sabe que ela é minha! – O Emiliano alertou o amigo, que riu.

- Pois é, Mário, mas eu não sei quando vai ser isso, a Abi ainda não encontrou uma substituta pra mim. – A Pilar respondeu com um beicinho.

- Você entrevistou um monte de gente, Abi, como não encontrou ninguém? – O Emiliano quis saber, esteve tão envolvido com a mudança e os novos clientes que ainda nem havíamos conversado sobre isso.

- Pois é, Emi, ainda não. A moça que tinha me agradado é justamente a conhecida a Marilu, aí não dá para arriscar. Além do mais, depois da traição da cobra lixadeira de unha, melhor escolher bem direitinho. – Eu falei.

- Ô, tia, se candidata para essa vaga de emprego. – O Tomás sugeriu para a Magda. – Você vai ocupar o seu tempo, ver gente nova, melhor do que ficar o dia todo trancada naquele apartamento.

Um silêncio mortal recaiu sobre nós, parecia que ninguém nem respirava. A Magda olhava para o Tomás como se estivesse com medo e ele tinha aquele sorrisinho atrevido no rosto.

- A Magda trabalhando, Tomás? Não é como se ela precisasse, ela tem a pensão do marido. – O Ignácio foi o primeiro a falar, para a minha surpresa.

- Nano, mas o Tom está certo, trabalhar seria bom para a Mag, ela teria uma outra perspectiva que poderia ser muito construtiva na vida dela. – A Natália sugeriu e eu estava ficando interessada em saber se a Magda estava mesmo mudando e se iria se interessar por essa perspectiva, como disse a minha cunhada.

- A vaga está em aberto, Magda, se te interessar, podemos fazer uma entrevista. – Eu sugeri e ela me olhou com aqueles grandes olhos azuis.

- Você me daria uma oportunidade, Abigail? – Ela perguntou com um certo entusiasmo na voz.

- Eu sim, mas a empresa não é minha e como você e o Emi tem suas arestas, eu teria que ver o que ele acha. – Eu respondi.

- Ai, biscoitinho, vai, deixa a tia ficar com a vaga da recepção, não te custa nada, abre o coração, ajuda a tia, ela está mudando, nós precisamos incentivar isso, vai, e eu posso ficar de olho nela, vai, biscoitinho, deixa! – Eu achei que a Pilar perderia o fôlego com aquela cascata de palavras que parecia não ter fim.

- Ai, bruxinha, o que eu faço com você? Mas agora respira. – O Emiliano levou a mão da Pilar aos lábios e deu um beijo.

- Te interessa, de verdade, Magda? Você vai ser minha subalterna e da Abi também. – Ele olhou diretamente nos olhos da Magda.

- Vamos, Mag? – O Tomás chamou a Magda para ir, já quase no fim do dia.

- Pra onde vocês vão? – A Natália perguntou.

- Ouvir música boa. – O Tomás respondeu e eu fiquei curiosa, porque o Tomás gostava de jazz e eu tinha a impressão que a Magda só ouvia música clássica.

- Clube de jazz? Você gosta, Magda? – Eu perguntei. – Mas lá em casa só tocava música clássica.

- O seu pai só gostava de música clássica, Abigail. Eu ouvia jazz nos fones de ouvido. – Ela respondeu e se levantou. – Eu gostaria de agradecer a todos vocês por hoje, foi um dia maravilhoso. Obrigada, Martim e Abigail, por me receberem outra vez. E a sua lasanha, realmente é a melhor do mundo.

- Foi bom ter você aqui, Magda. – Eu estava sendo sincera e o comentário dela sobre a lasanha foi uma grande novidade e ela nunca tinha comido assim, com o prazer com que comeu dessa vez. Meu pai nem me deixava fazer, ele dizia que ela nem suportava o cheiro. – Te espero no escritório amanhã!

Nós nos despedimos com um aperto de mão, a paz estava selada por enquanto, mas nós duas ainda tínhamos barreiras erguidas.

Aos poucos os nossos convidados foram se despedindo, até que só ficamos o Martim, eu, o Emiliano, o Mário, a Pilar e a Natália. Enquanto os homens ficaram na sala, eu levei as meninas para o quarto, nós ainda tínhamos muito o que fofocar, eu queria saber sobre a noite da Pilar e sobre essa amizade da Natália com o Mário.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga