Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 249

“Martim Monterrey”

Depois que a Alice saiu da sala de reuniões o Emiliano me encarou. Eu conhecia o meu amigo e sabia que ele tinha algo a me dizer. Então eu esperei que ele falasse.

- Martim, você não acha tudo isso muito estranho? Essa mulher aparece de repente, depois de tanto tempo, com uma história sem pé nem cabeça. – O Emiliano começou e estava coberto de razão.

- É mais do que estranho, é conveniente para ela. E você percebeu? Eu pedi várias informações e eles só deixaram um número de celular, que nem é dela. E ainda por cima ela estava com esse homem, o pai do Enrico, um bandido. – Eu comentei pensando em tudo aquilo.

- O que você vai fazer? – O Emiliano me perguntou.

- Investigar! – Eu respondi.

- Martim, se por acaso essa história de filho for verdade, só não magoa a Abi. – O Emiliano pediu e nem precisava.

- Eu jamais a magoaria, Emiliano. Ela é a minha vida. E, sinceramente, eu torço para que esse filho não exista, para que seja só mais uma mentira da Alice, mas eu preciso investigar. – Eu respirei fundo. – E agora eu preciso ver minha coelhinha, saber se ela está melhor.

Eu dei ordem ao Silas, para que não deixasse aqueles dois se aproximarem de nenhum de nós e ele sorriu, garantindo que a equipe já estava em alerta. Então eu fui para a minha sala com o Emiliano em meu encalço. Quando entrei havia uma movimentação diferente, a Abigail estava sentada em minha mesa mexendo no computador, a Magda estava remexendo em agendas e a Pilar estava ao telefone. Elas estavam em efervescência total.

O Emiliano e eu olhamos aquilo por um momento, não parecia a mesma sala que eu deixei com três mulheres assustadas, elas pareciam soldados prontos para a guerra e nenhuma delas tinha notado a nossa presença. Então eu me recuperei o suficiente para chamar a atenção delas.

- Ei, vocês três! – Eu falei alto e elas me olharam. – Que agitação é essa?

- Ah, que bom que vocês chegaram. Ursinho, qual o nome daquele detetive? – A Abigail perguntou.

- De quem? – Eu estava um pouco confuso.

- Do seu detetive. Aquele que estava procurando a noiva em fuga. – A Abigail insistiu.

- Porfírio, coelhinha, mas por quê? – Eu quis saber.

- Senta aí, temos novidades. – Ela informou cheia de energia e eu comecei a rir. – O que foi?

Eu fui até ela e a puxei para os meus braços. Aquela mulher era surpreendente, no meio do caos ela se recompunha e assumia o controle de tudo.

- Eu te amo, coelhinha, eu te amo muito! – Eu a apertei em meus braços e ela me envolveu nos seus.

- E vai me amar mais ainda quando eu contar todas as providências que já tomei. – Ela falou cheia de si.

- Senta, Emiliano, vamos ouvir essas mulheres. – Eu me sentei e puxei a Abigail para o meu colo.

A Abigail contou em detalhes toda a conversa dela com o Antônio e tudo o que disse só me deixou mais preocupado, a situação parecia perigosa demais e eu não queria a Abigail envolvida nisso.

- Coelhinha, porque você, a Pilar, a Magda e a Natália, não vão se encontrar com os meus pais na Europa e passam um tempo lá com eles? – Eu perguntei, queria que elas estivessem em segurança.

- Eu não tenho idéia! Eu não li, você ficou chateada e eu não li o relatório. Deletei do meu e-mail simplesmente. – Eu contei e ela me olhou chocada.

- Você não é um ser curioso? – Ela perguntou.

- Não tanto quanto você. Coelhinha, você ficou chateada, não queria que eu fosse atrás dela, eu parei. – Eu sorri.

- Se eu te falar para pular num buraco você vai pular? – Ela me perguntou sem acreditar.

- Se isso te fizer feliz eu pulo. – Eu falei e ela balançou a cabeça.

- E não podia deixar essa história de filho pra lá? – Ela questionou.

- Não, porque a Alice continuaria voltando, então é melhor resolver isso. E mesmo que ela não voltasse, seria um fantasma entre nós e a dúvida nos consumiria e não faria nenhum de nós dois feliz. – Eu respondi e vi os seus olhos brilharem, como se ela tivesse me compreendido finalmente.

- Tá bom. Então, vamos voltar ao trabalho por enquanto. – Ela tentou se levantar do meu colo, mas eu a segurei.

- Você não. Eu vou te levar ao médico. Você desmaiou, tem andado muito cansada e praticamente não come. Eu estou preocupado e vou te levar ao médico. – Eu falei firme e ela revirou os olhos.

- Ursinho, é só estresse. Olha como as coisas estão complicadas a nossa volta. Eu sempre fico assim quando estou estressada, não é Magda? – Ela se virou para a Magda que concordou.

- É verdade, não se assuste se ela começar a vomitar. – A Magda concordou, mas ela não estava olhando pra mim, ela estava olhando para a Abigail, diretamente nos olhos. Aquelas duas estavam tramando.