“Nikolaos Nomikos”
Minha filha havia saído de novo com o doutor. Eu gostei daquele doutor. O Antônio havia me dito que ele era o mais sério dos irmãos e que se estava interessado na Cassandra eu poderia ficar despreocupado, pois ele não era o tipo conquistador. Então eu estava despreocupado, mas estava curioso. O que me preocupou foi a minha filha se fechar e acreditar nas coisas horríveis que aquele traste do Maurice falava pra ela e eu estava ansioso para vê-la se apaixonar por alguém que valesse a pena.
E como eu estava muito curioso, eu pedi na guarita para me informarem quando ela chegasse. E assim que a minha esposa dormiu eu saí do quarto de fininho e fui para a sala. Eu estava na cozinha fazendo o meu lanchinho da meia noite quando a segurança me informou que a Cassandra havia passado pelo portão. Então eu corri para a porta e fiquei de olho pelo vidro da lateral da porta, tendo o cuidado de não deixar que ele me vissem.
É claro que eu ouvi tudo o que eles estavam dizendo e é claro que eu também gostei de saber que ele não levava outras mulheres no apartamento, isso me dizia que se ele levou a minha filha lá é porque o interesse era sério. Eu vibrei silenciosamente quando eles se beijaram e quando se despediram eu tentei correr para longe da porta.
- Nem adianta fingir, papai, eu sei que você estava bisbilhotando. – A Cassandra falou assim que entrou, antes que eu conseguisse chegar ao sofá.
- Filhinha, eu jamais faria isso! – Eu levei a mão ao peito dando mais dramaticidade a minha fala. – Além do mais, como eu saberia que você estava na porta com o seu Romeu?
- Como se eu não te conhecesse, Sr. Nikos! Eu vi o seu funcionário mais fiel na portaria. – Ela respondeu e eu cocei a cabeça, não tinha jeito, era melhor admitir logo.
- Ah, querida, você não pode me culpar, eu estou muito feliz por você! – Eu revelei e ela sorriu vindo me abraçar. – Vem, vamos para a cozinha e você me conta como foi a sua noite. – Nós saímos caminhando abraçados em direção a cozinha.
- Lanchinho da meia noite, papai? A mamãe não havia proibido? – Ela me perguntou.
- Ah, a sua mãe se preocupa demais. – Eu dispensei a preocupação e mudei de assunto. – Quer dizer que ele te levou na casa dele?
- Papai! – Ela tentou me recriminar, mas começou a rir. – O senhor está se tornando um velho sorrateiro e curioso.
- Querida, eu me preocupo com você e gosto de saber das coisas boas que te acontecem. – Eu expliquei e ganhei um beijo.
- E o senhor acha que o Ignácio é uma coisa boa? – Ela perguntou, ansiosa por aprovação.
- Pela forma como ele te trata e como te faz sorrir, sim, ele é uma coisa muito boa. – Eu estava bem animado com esse romance. Ela se sentou na ilha da cozinha e pegou um tomate sobre o balcão. – Quer um sanduíche, filhinha? Carne de cordeiro.
- Não, papai, obrigada! – Ela sorriu e começou a me contar sobre a noite que teve com o seu Romeu, evitando os detalhes, por mais que eu pedisse.
Quando ela me contou o quanto ficou impressionada com o irmão gêmeo do doutor eu comecei a rir, eu havia me esquecido completamente de avisá-la sobre isso, talvez porque pensei que o doutor avisaria.
Eu fui dormir feliz, sabendo que minha filha estava se recuperando muito bem. Mas acordei no outro dia, muito cedo com o celular tocando como se tivesse disparado. Eu olhei a tela e era o Antônio, isso não deveria ser bom.
- Tony, o que houve? – Eu perguntei ainda sonolento, olhando o relógio marcar seis da manhã.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...