“Abigail Zapata Monterrey”
Eu tomei até o último gole do chá que a Natália havia me dado, enquanto o Martim estava me mantendo no seu abraço, dando beijos esporádicos na minha cabeça. Eu me senti confortada e protegida e sabia que entre descobrir a verdade e chegar aqui para nos contar, o Antônio já estava com um plano traçado em sua mente.
- Eu já comecei a tomar providências, mas agora eu preciso que você me diga, Magda, onde o Zapata guardaria a gravação da conversa que teve com o Ulisses. Porque esse é o motivo do interesse do Ulisses na casa. – O Antônio pediu e a Magda o olhou confusa.
- Antônio, eu não tenho idéia. O Zapata estava muito nervoso, ele falou pouco sobre isso, foi mais algo como uma reclamação, um desabafo, de que o Ulisses era louco e que estava indo longe demais, mas que ele tinha gravado a conversa deles e tomaria providências. Ele não entrou em detalhes e eu não perguntei, você sabe, eu nunca perguntava. – A Magda se esforçou para lembrar daquele dia, ainda limpando as lágrimas. – Me desculpe, Antônio, tudo o que é nítido pra mim daquele dia é o Zapata passando mal e caindo e eu tentando evitar que ele batesse a cabeça e gritando por ajuda.
- Tudo bem, Magda. – O Antônio respirou fundo. – Abi, eu vou dar uma busca na casa. Eu preciso que vocês redobrem o cuidado, o Ulisses é perigoso e o Jorge deve fechar o acordo com o ministério público hoje. Quando as notícias começarem a chegar ao Ulisses ele ficará louco.
- E a Celina, Tony? Ela está sozinha. – Eu me lembrei de perguntar.
- Não, eu a mandei viajar até tudo se resolver por aqui. E eu estou morando no apart, quero ficar perto de você. – O Antônio passou a mão em meus cabelos.
- Tony, por que você não fica na nossa casa? Por favor, eu fico preocupada com você e agora nós não precisamos mais nos esconder do Lanoy. – Eu ofereci, mas ele negou com a cabeça.
- Não, Abi, se eu for para a sua casa o Ulisses pode desconfiar, ele pode estar de olho na casa, esperando a Magda voltar, se me vir lá por vários dias vai saber que tem algo errado. Eu não quero que ele tenha nenhuma razão para suspeitar de absolutamente nada. – O Antônio explicou e ele até tinha razão, mas eu me preocupava.
- Ô, Tony, porque você não fica lá no meu apartamento? É mais seguro, mais confortável e você não fica sozinho. Eu estou com a Mag e mesmo que eu volte pra lá, eu tenho dois quartos de hóspedes, espaço de sobra. – O Tomás ofereceu.
- Não é uma má idéia, Tomás. Eu posso mesmo? – O Antônio perguntou.
- Deve, meu amigo. Sinta-se em casa e, por favor, leve o cachorro para passear. – O Tomás pediu e eu achei estranho, nem sabia que ele tinha um cachorro.
- Você tem um cachorro? – A Magda perguntou alarmada.
- Tenho, responde pelo nome de Maximilian, vive xeretando a minha casa, come a minha comida e ainda dorme no meu sofá. – O Tomás reclamou e o Maximilian riu.
- Isso é porque eu te amo, irmão! – O Maximilian brincou. – Pode deixar que eu levo o Tony para a nossa casa.
- Você já sabia que ele tem as chaves dos nossos apartamentos? Desde quando? – O Ignácio perguntou indignado.
- Desde sempre, foi ele que nos vendeu os apartamentos. – O Tomás deu de ombros.
- Eu vou chamar um chaveiro ainda hoje! – O Ignácio reclamou.
- Ai, para de fazer drama, Nano! – O Maximilian riu. – Eu adorei conhecer a Cassie.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...