“Sofia Almeida”
Depois daquele almoço desastroso, eu precisava me concentrar em fazer aquele cafajeste desistir de infernizar a minha vida, mas eu não tinha ideia do que esperar da família dele, se fossem todos como o Ignácio seria muita sorte minha, pois ele era um homem gentil e cavalheiro, mas se fossem como o cafajeste do Maximilian, esse jantar seria um inferno ainda maior do que o almoço. Mas a Cassandra me garantiu que o restante da família era mais como o Ignácio.
Eu me preparei para aquele jantar, ensaiei em frente ao espelho como ser uma “namorada” grudenta e bastante chata e repeti para mim mesma muitas vezes que eu não deveria perder a cabeça com as provocações daquele cafajeste. Eu pensei que ele se irritar ia com a minha escolha musical doo dia, mas aquele homem parecia gostar de música tanto quanto gostava de mulheres, sem restrições e sem preferências. Eu mesma já estava quase surda com aquele heavy metal, porque eu coloquei no volume máximo e o Maximilian ainda cantou algumas letras. No fim das contas, foi ele que torturou, até ali.
Mas eu fiquei surpresa com a recepção que a família dele me deu, todos muito simpáticos, nos receberam como se fossemos convidadas de honra. Eu comecei a ficar preocupada, mas a Cassandra estava muito à vontade e o Maximilian estava muito confiante, eu tinha que minar a confiança dele antes que fosse tarde demais. Só que as irmãs dele também queriam aproveitar o momento.
- Como é, Max, nós devemos falar para os nossos pais voltarem mais cedo da viagem? – A irmã mais nova perguntou.
- E por que eles deveriam voltar mais cedo, Pipa? – O Max olhou para a irmã e eu o notei um pouco preocupado.
- Ora, para o seu casamento! – A outra irmã apontou e o Max pareceu congelar por um segundo e eu aproveitei a deixa.
- Ah, cunhadas, eu detestaria estragar a viagem dos meus sogros, mas eu estou ansiosa para conhecê-los. – Eu sorri e a forma como a Pilar me olhou me pareceu que eu tinha uma aliada.
- Ah, mas eu tive uma ideia maravilhosa! – A Pilar sorriu e tirou um tablet da bolsa. – Vamos ligar para os nossos pais, uma chamada de vídeo. Nossa mãe vai ficar emocionada com as novas noras.
- Ah, meninas, a D. Yolanda é maravilhosa! Aliás, nosso sogro também é! – A Abigail comentou e eu senti o Maximilian travar ao meu lado.
- Pipa, está muito tarde para ligar para os nossos pais, vamos deixar isso para um momento mais oportuno. – O Maximilian pediu, ele não queria ligar para os pais, claro, eu era a namorada de mentirinha.
- Não, Max, eu combinei com seus pais que ligaria para eles agora a noite, eles estão ansiosos para conhecer a Cassandra e o Sofia. – A Abigail revelou.
- Você falou com os meus pais sobre a Sofia? – O cafajeste estava suando frio, era a minha deixa.
- Chuchuzinho, você não quer que eu conheça os seus pais? – Eu coloquei a mão no peito e fiz cara de choro. – Como assim? Você almoçou com as pessoas que eu considero minha família hoje, falou com o Sr. Nikos que quer se casar o mais rápido possível, mas não quer que eu conheça os seus pais? Você tem vergonha de mim? Se for assim, é melhor falar com o Sr. Nikos e desfazer esse compromisso. Cas, você está vendo, ele não me ama! É melhor eu ir embora e explicar tudo para o Sr. Nikos, coitado, vai ficar tão decepcionado. – Eu fiz um bom drama bem no estilo que ele gostava.
- Ah, Max, eu me preocupei tanto que você nunca fosse sossegar! – A mãe dele parecia tão feliz quanto o Sr. Nikos e eu tive vontade de rir. – Sofia, seja bem vinda aos Monterey! A Abigail já nos falou sobre você e eu estou muito feliz que meu filho tenha encontrado uma boa moça. E você é linda.
- Agora eu entendi porque você está com pressa de casar, seguindo o exemplo do Martim, sua namorada é linda, filho. – O pai dele comentou e eu agradeci o elogio. – Marquem o casamento que nós voltamos. Quem sabe pode ser no próximo final de semana, Sofia?
- Acho perfeito, Sr. Monterrey, eu me casaria amanhã mesmo com o meu chuchuzinho! – Eu respondi e eles tinham imensos sorrisos nos rostos.
Nós conversamos mais um pouco e já fizemos planos de um almoço com os pais da Cassandra. Eles sugeriram destinos de lua de mel e aconselharam o filho a comprar uma casa para que os nossos filhos tivessem mais espaço para brincar. Foi como se os pais dele estivessem me ajudando a faze-lo desistir da nossa aposta.
Durante a nossa conversa com os pais dele e pelo reto do tempo que estivemos na casa da Abigail e do Martim, eu o toquei, dei beijos, fui pegajosamente carinhosa e eu pensei que ele estivesse odiando aquilo, pois ele foi ficando cada vez mais rígido, como se a cada vez que eu o tocava ou beijava ele ficasse mais irritado. No fim do jantar, quando nós saímos da casa e já estávamos sozinhos no carro ele continuou completamente mudo, sequer cantarolou o heavy metal que eu coloquei para tocar.
- Esse não é o caminho para a casa do Sr. Nikos, Cafa! – Eu pensei que ele estivesse tão distraído que nem tinha se dado conta do erro. – E também não é o caminho para a minha casa. – Eu percebi e olhei para ele, mas ele apenas sorriu, aquele sorriso cafajeste de derrubar calcinha.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...