“Abigail Zapata Monterrey”
O jantar na noite anterior tinha sido muito divertido, a Cassandra e o Ignácio eram fofos e o Maximilian estava completamente apaixonado pela Sofia e ainda não tinha se dado conta. Mas ela também estava caidinha por ele, contudo, sendo dois teimosos, era bem provável que se casassem jurando que estavam esperando quem ia desistir primeiro daquela disputa ridícula que eles haviam travado.
O Martim e eu estávamos chegando a construtora quando uma movimentação no portão chamou nossa atenção e nós nos aproximamos.
- Eu já te disse, eu preciso falar com ela, é rápido. – O homem do lado de fora argumentava com o segurança que impediu a sua entrada.
- Algum problema aqui? – O Martim perguntou e o homem olhou diretamente para mim, eu sabia quem ele era, era o pai do Enrico.
- Abigail, é você não é, a Abigail? – Ele perguntou e eu achei estranho, ele parecia aflito. – Eu tenho um recado, do Enrico. – Meu sangue gelou quando ele falou isso.
- Deixa ele entrar. – Eu falei para o segurança, que deixou o Luiz passar. – O que você sabe sobre ele? Ele está bem?
- Ele está vivo. – O homem tirou uma carta do bolso do paletó e me entregou. – Ele disse que você poderia entregar para a mãe dele.
Eu peguei a carta e abri o papel, era a letra dele. Numa rápida leitura ele pedia a mãe para não se preocupar e pedia para que ela ficasse longe do Ulisses, que ele era perigoso.
- Como ele está, de verdade? – Eu queria saber.
- Ele está bem. Só faça a carta chegar a mãe dele, por favor. Ele está preocupado com ela. – O homem pediu.
- Fala pra ele ficar tranquilo. – Eu respondi e ele se virou para sair. – Escuta, por que você está fazendo isso? – Eu fiquei curiosa e ele se virou para mim e respirou fundo.
- Não sei, mas eu gosto do garoto, tem algo nele que me faz sentir simpatia sabe. – Ele sorriu e deu de ombros.
- Então o proteja, porque aquele ali tende a fazer coisas idiotas. – Eu pedi.
- Eu já percebi. – Ele riu. – Eu estou de olho. Ele vai voltar pra casa.
- E a Alice, ela sumiu, desistiu de dar o golpe do falso filho? – Eu perguntei.
- Você é esperta. Aquela lá não presta, mas ela não vai mais causar problemas, digamos que ela esteja muito ocupada. – Ele deu as costas e saiu dali.
- Ele disse que gosta do Enrico, que não sabe porque, mas simpatiza com ele. E garantiu que ele vai voltar para casa. – Eu contei. – Parece que ele está cuidando do Enrico, Magda. É melhor assim, não é?
- Sim, Abigail, é melhor. – A Magda passou as mãos no rosto. – Você guarda a carta pra mim?
- Vou fazer uma cópia. Eu preciso informar isso ao Tony, provavelmente ele vai querer a carta para levar para a polícia. – Eu avisei e ela fez que sim. – Posso alegrar vocês um pouco? – Eu pedi e ela fez que sim. – Nós conhecemos a namorada do Maximilian ontem. Vocês fizeram falta no jantar.
Eu passei vários minutos contando a eles sobre o que havia acontecido no jantar e como havia sido divertido. Quando eu desliguei a Magda estava rindo e com esperança de voltar a encontrar o filho bem. Assim era melhor pra mim, eu detestava dar más notícias e deixa as pessoas chateadas.
Então eu peguei o telefone e liguei para o Antônio. Contei a ele tudo o que aconteceu e, como eu havia imaginado, ele me pediu a carta do Enrico, passaria na construtora para pegar antes de ir se encontrar com o Jorge.
- Tony, o Luiz falou que a Alice não vai mais causar problemas porque ela está muito ocupada. Eu não sei se você vai querer dar essa notícia para o Jorge. – Eu comentei.
- Ah, Abi, acho melhor não. Ele não está preocupado. Ele quer salvar a própria pele, disse que a filha não presta e a julgar pelo que sabemos, ele não está errado. – O Antônio me contou e eu não entendia, porque o Enrico era um péssimo filho e mesmo assim a Magda se preocupava com ele. Mas, cada um sabe do seu, é como dizem.
Eu tinha acabado de desligar o telefone quando a Pilar entrou em minha sala com uma caixa enfeitada e me entregou. Era uma caixa de doces de uma confeitaria ali perto. Dentro havia um cartão de um fotógrafo e uma mensagem que dizia que ele tinha me visto pela região e se informou sobre mim na cafeteria, que ele estava encantado com a minha beleza e que tinha uma campanha publicitária que talvez me interessasse. Ele finalizava me convidando para ir ao seu estúdio, o endereço estava no cartão. Aquilo era tudo muito estranho. Eu joguei a caixa de doces no lixo, eu é que não comeria aquilo, sabe-se lá de onde tinha saído. Mas o cartão, eu deixei sobre a mesa, eu mostraria ao Martim, talvez ele soubesse de quem se tratava.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...