“Maximilian Monterrey”
Eu estava de muito bom humor, tinha dado um belo castigo naquela antipática e tive um dia produtivo da imobiliária. Agora Sá faltava terminar essa reunião com a equipe e eu poderia ir pra casa pensar em como atormentaria a vida da antipática essa noite. Eu estava adorando essa brincadeira.
Eu estava na sala de reuniões com a minha equipe, repassando os números dos últimos dias e revendo as estratégias para alavancar as visitas de alguns imóveis que estavam meio paradas.
- Ah, querida, muito obrigada, não se preocupe, ele vai adorar me ver. – Eu ouvi a voz do lado de fora da sala de reuniões e achei que estivesse delirando. – Aqui, não é?! Obrigada. – A porta da sala foi aberta e do outro lado uma voz estridente ecoou excessivamente afetuosa. – Ai, chuchuzinho lindo, meu amor!
A antipática da Sofia invadiu a sala, com um sorriso grande emoldurado por seus lábios cor de rosa, os cabelos loiros e longos esvoaçantes e aqueles olhos de mel brilhantes. Ela estava usando uma camisa azul clara bem certinha no corpo e uma saia rodada branca com estampa flora azul com comprimento acima do joelho. Estava linda e brilhante, mas excessivamente sorridente. Ela veio em minha direção, sem nem ao menos se dar ao trabalho de perceber que havia outras pessoas na sala.
- Chuchuzinho, eu morri de saudade o dia todo! Não aguentei mais e vim te vez, meu buzuguinho! – Ela falou com a voz infantilizada e se sentou de lado no meu colo me puxando para um beijo.
Eu estava tão surpreso com a sua invasão que não tive reação. Mas aquele beijo que ela me deu, ah, sim, foi um beijo e tanto! Mas na hora que eu a abracei pela cintura e retribuí o beijo ela me soprou como se estivesse enchendo um balão e começou a rir, depois apertou as minhas bochechas, daquele jeito que a minha avó costumava fazer, e deu uma lambida na ponta do meu nariz, caindo na risada. Minha nossa o que era aquilo?
- Chuchuzinho lindô! Ai... – Ela respirou fundo, passou o braço no meu pescoço e se virou para a mesa que tinha cerca de vinte pessoas curiosas observando a cena. – Oi, pessoal! Eu sou a Sofia, namorada do chuchuzinho, mas podem me chamar de Sof.
Uma onda de cumprimentos retornou para ela e risinhos maliciosos para mim. Eu olhei em direção à porta e vi a secretária de pé, sem graça, ela me olhou como se não tivesse tido chance de fazer nada e eu dei um sorriso disse que ela poderia ir. Ela saiu e fechou a porta.
- Minha gracinha, que surpresa é essa? Eu estava tentando terminar a reunião para ir te ver. – Eu me virei para ela.
- Ai, chuchuzinho, eu não aguentei esperar, principalmente depois de hoje de manhã, o capitão pintinho estava tão desanimado quando acordou, nem quis brincar, eu achei que precisava dar um incentivo pra ele, então eu comprei um gelzinho... – Ela não estava fazendo isso comigo.
- Gracinha, ele não estava desanimado, nós só... – Eu tentei consertar a situação, mas ela não estava disposta a facilitar.
- Chuchuzinho, ele se escondeu quando eu tentei brincar com ele! – Ela fez um beicinho que seria adorável, se ela não estivesse insinuando que eu havia negado fogo essa manhã na frente da minha equipe de corretores.
- Gracinha, ele não se escondeu, mas aquela sua calcinha de vovozinha não ajudou muito. – Eu resolvi jogar o jogo dela.
- Essa, chuchuzinho? – Ela tirou aquela pequena calcinha rosa pink de dentro da bolsa e a girou no dedo. A peça era uma indecência maravilhosa, numa renda transparente e um fio que certamente desaparecia na bunda linda dela. – Eu achei que você tinha gostado, até trouxe para o caso da que eu estou usando não te agradar, já que é bem menor que essa.
- Gente, reunião encerrada, podem ir, terminamos amanhã! – Eu falei rapidamente e tirei a calcinha da mão dela. Eu estava chocado com a cara de pau dessa mulher.
- Tchau, gente! Adorei conhecer vocês. – Ela estava agarrada ao meu pescoço, mas sorriu e acenou para todos enquanto saíam.
Quando o último saiu e finalmente a porta foi fechada eu achei que ela fosse pular do meu colo e me chamar de cafa, mas não, ela esfregou o nariz no meu pescoço e deu um chupão ali que fez o meu pau despertar na minha calça!
Quando chegamos ao meu prédio, ela me encarou enquanto esperávamos o elevador, muito séria, quase parecendo brava.
- O que foi? – Eu perguntei e ela bufou.
- Não está sentindo falta de nada, chuchuzinho? – Ela me perguntou brava e eu fiz que não sem entender. – Minhas bolsas, chuchuzinho, você não pegou! Você não me quer na sua casa, chuchuzinho? Fala, quer que eu vá embora? – Ela fungou. – Você quer que eu vá embora pra trazer outra pra cá?
De repente do nada ela estava chorando e um dos meus vizinho vinha chegando e me olhou assombrado. E ela estava chorando e dizendo que iria embora e diria ao Sr. Nikos que eu tinha terminado com ela para ficar com outras.
- Moço, me empresta o celular para eu ligar para o meu pai vir me buscar? O meu está no carro dele e ele não vai me entregar. – Ela se virou para o meu vizinho que olhou pra mim assustado e já ia entregar o celular para aquela maluca.
- Não precisa. – Eu me apressei. – Calma, gracinha, eu só fiquei ansioso pra chegar em casa e esqueci de pegar a bolsa, mas eu já vou buscar. – Eu tentei acalmá-la e saí correndo.
Quando voltei, ela e o vizinho estavam rindo, em um papo animado sobre como o prédio era bom e seguro. Durante o trajeto do elevador ela conversou animada com o vizinho e depois que ele desceu ela se encostou no fundo do elevador. Quando eu deixei as bolsas dela sobre o banco aos pés da cama ela me pediu um copo de água, eu fui buscar e quando voltei a porta estava trancada e tinha um bilhete pregado com o recado: “durma no outro quarto, o capitão pintinho se comportou muito mal hoje, queria ciscar outras franguinhas”. Eu arranquei aquele bilhete da porta irritado. Ela tinha aprontado.
- Isso vai ter troco, antipática! – Eu gritei.
- Diga ao capitão pintinho pra refletir sobre o que ele fez hoje. – Ela gritou de volta e eu me arrastei para o quarto de hóspedes.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...