Entrar Via

Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 328

“Abigail Zapata Monterrey”

Eu estava ansiosa para que a Magda chegasse, mas os primeiros a chegar foram o Emiliano e a Pilar. Agarrados como sempre e quando viram o Enrico ficaram surpresos.

- Mas é como dizem, a volta do filho pródigo! – O Emiliano encarou o Enrico sem nenhum humor.

- Não seja rancoroso, biscoitinho! – A Pilar alertou e foi até o Enrico. – A Abi não teria te recebido se você não estivesse com o rabinho entre as pernas.

- É, acertou em cheio, Pilar. – O Enrico deu um sorriso torto. – Voltei como o filho pródigo, bem disse o Emiliano, fui para o mundo, quebrei a cara e voltei com o rabinho entre as pernas e arrependido de ter sido um babaca.

- Olhaaa! Dou valor, Enrico! Vale mais um arrependimento sincero do que ficar pensando que nunca errou. – A Pilar colocou a mão no ombro dele e o puxou para um abraço. – Sua mãe vai ficar feliz.

- Nisso eu concordo, porque a Magda está sofrendo por sua causa. – O Emiliano se aproximou do Enrico. – Você parece diferente, parece melhor.

- Eu aprendi a lição. E vocês dois estão juntos? – O Enrico olhou os dois e a Pilar ofereceu um sorriso brilhante e fez que sim.

- É... surpreendente! – O Enrico olhava pra eles como quem tivesse perdido metade do filme.

Então o Maximilian chegou, mas não parecia muito interessado na reunião de família, no entanto, quando viu o Enrico, mudou logo de atitude.

- Não acredito! O folgado voltou! – O Maximilian caminhou até o Enrico. – Que bom que você está vivo, sua mãe não merece o que você fez com ela.

- Eu sei e eu me arrependo. – O Enrico abaixou a cabeça.

- Família, chegamos! – Foi a vez do Ignácio entrar acompanhado da Cassandra.

E antes que pudéssemos fazer apresentações o Antônio também entrou em nossa casa, seguido pelo Sr. Nikos, a esposa dele e a Sofia. Foi aí que o sorriso do Max dobrou de tamanho e eu entendi onde estava o interesse dele.

- Eu não disse, querida, que seu namorado estaria aqui! O Martim me disse que era um almoço em família. – O Sr. Nikos falou para a Sofia que deu um sorrisinho amarelo para ele.

- Meu filho! Meu filho! – A Magda ainda soluçava. – Eu senti tanta saudade, meu filho, eu me preocupei tanto!

Nós precisávamos dar privacidade a eles, mas eu não conseguia tirar os olhos daquele abraço, ele era revelador demais e dizia mais do que qualquer palavra. Estava ali, escancarado, todos os sentimentos de uma mãe desesperada que finalmente recebia o filho de volta, aliviada por ele ter voltado para os seus braços vivo, assim como estavam ali os sentimentos de um filho arrependido que abraça a sua mãe ainda com medo de ser rejeitado. Mas havia mais, havia a sensação de que era a primeira vez que eles se abraçavam, realmente se abraçavam, com sinceridade, verdade e reconhecimento.

Eu estava feliz por eles, aliviada por ele ter voltado vivo, mas eu também senti tanta vontade de dar uns tabefes no Enrico, porque ele podia abraçar a mãe dele quando quisesse e se afastou dela e eu só queria poder abraçar a minha mãe outra vez e não podia, eu senti um aperto no coração tão grande, eu queria tanto aquele abraço apertado, repleto de uma saudade que parece grande demais e que só um abraço consegue fazer encolher. Aquele abraço que te faz sentir criança de novo, pequeno, como se ainda coubesse no colo da mulher que te deu a vida e te mostrou o mundo pela primeira vez. Aquele abraço que te faz sentir o cheirinho de mãe, o calor de quem te acalma e te consola. Foi esse o abraço que a Magda deu no Enrico, um abraço que dizia que estava tudo bem porque agora eles estavam juntos de novo.

Eu senti os braços do Martim me apertarem, me confortando, me dando um abraço que eu também precisava, mas que era tão diferente do outro, era um abraço consolador, um abraço que te diz “ei, eu estou contigo”. E foi então que eu percebi que eu estava chorando, chorando como o Enrico e como a Magda, sentindo um alívio enorme por ele estar de volta, vivo e bem. Sentindo o alívio que o coração de mãe dela sentia e que agora eu reconhecia.

- Vem, meu amor! – O Martim falou no meu ouvido e me tirou da sala, me levando para a cozinha, onde já estavam todos os outros.

A surpresa me tomou por completo quando a esposa do Sr. Nikos se aproximou de mim e segurou as minhas mãos, me olhou nos olhos e me abraçou, um abraço apertado e que me fez sentir criança de novo, me fez sentir como se ela tivesse emprestado os braços para as minhas memórias, para que a minha mãe me acalmasse em seu peito como fazia quando eu era criança. Eu a abracei tão forte quanto pude, repousei a minha cabeça no seu colo e deixei que as lágrimas lavassem a minha alma, até que o alívio voltasse para mim.

Eu tinha sentido tudo de uma vez enquanto via aquele abraço entre a Magda e o Enrico, foi como se eu percebesse de uma forma muito intensa as dores e o alívio dela e o medo e o arrependimento dele, como se eu tivesse captado tudo aquilo e misturado tudo dentro de mim com a saudade que eu sentia da minha mãe. E agora que tudo se acalmava eu sentia uma alegria enorme pelos dois, por ele ter para onde voltar e por ela ter o filho para abraçar.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga