“Abigail Zapata Monterrey”
Eu percebi imediatamente que o Emiliano se chateou com a Pilar, mas o Maximilian desviou a atenção de todos, o que foi muito bom. No entanto, minha cunhadinha estava precisando de um choque de realidade e eu me encarregaria de fazer isso. Onde já se viu, jurava que ele era o amor da vida dela, mas não queria casar. Às vezes era difícil entender como a cabeça da Pilar funcionava.
Foi só todos se distraírem com conversas sem importância que o Emiliano escapuliu com os cachorros. Em outros tempos eu teria imediatamente atrás dele, mas agora o meu ursinho podia fazer isso, ele também tinha percebido a situação e quando me olhou, depois que o Emiliano saiu, foi como se nos entendêssemos, ele logo foi atrás do nosso amigo. Eu esperei um pouquinho mais e quando percebi que a Natália estava entretendo a Magda, a Sofia e a Cassandra eu me levantei, passei pela Pilar e apenas dei um toque no ombro dela e indiquei a cozinha com a cabeça.
- Já vamos fazer o café, Abi? – Ela me perguntou ao entrar atrás de mim.
- Senta aí, Pilar. – Eu puxei a cadeira no fim da longa mesa que tínhamos na cozinha, era no cantinho e ninguém ouviria o que conversaríamos.
- Ih! Pelo visto é sério. – Ela se sentou e me encarou. – Olha, Abi, foi uma bobagem driblar os seguranças, eu sei, me perdoe. Eu não imaginei que ir rapidinho até a cafeteria tinha algum risco e...
- Pilar, você não vai fazer mais isso, eu sei! E se fizer, eu não vou atrás de você. – Era mentira, claro que eu iria, mas eu tinha que deixá-la com medo. – Mas o assunto não é esse.
- Me desculpa, Abi! De verdade! – Ela me encarou.
- Depois você se desculpa com o Silas e os seguranças. Só te aviso, o Silas vai pegar pesado agora e você não pode reclamar. Mas não é sobre isso que eu quero falar. – Eu sabia que o Silas a faria se arrepender de ter enganado os seguranças dele. Ele fez eu me arrepender quando eu era adolescente e fiz isso.
- Eu vou acalmar o Silas. – Ela deu um sorriso confiante, ela não conhecia o Silas como eu, isso seria divertido. – Sobre o que você quer falar, então? Ah, sobre o meu afilhadinho? Quando vamos começar a decorar o quarto?
- Eu estive pensando, Pilar, talvez nós tenhamos que mudar a madrinha do nosso filho. – Eu queria ver até onde ela iria.
- Como assim, Abi? Só por causa... – Ele fez um beicinho, mas eu não era um dos irmãos Monterrey ou o Emiliano que caíam fácil naquele drama dela.
- Porque você parece estar muito ocupada com a faculdade para pensar em fazer algo mais da sua vida. – Eu a encarei e vi a surpresa em seu rosto.
- Ah! Você está dizendo isso porque eu disse ao Emiliano que não vou me casar antes de terminar os estudos. – Ela abaixou a cabeça.
- Na verdade, Pilar, eu fico pensando, se você não se sente preparada para assumir uma responsabilidade com um homem, você também não está preparada para assumir a responsabilidade com uma criança. Ser madrinha é algo muito especial, mas também é de muita responsabilidade. Porque se o Martim e eu faltarmos, nosso filho terá os padrinhos para o ampararem, assim como o Antônio e a Celina me amparam. – Eu expliquei e ela me olhou chateada.
- Abi, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Eu só acho que o casamento pode esperar até depois da faculdade? – Ela argumentou.
- Pode, Pilar? Me diz, como você acha que vai ser? Você acha que quando seus pais voltarem eles vão te deixar morando na casa do Emiliano? Porque eu tenho certeza que não vão e o Emiliano não vai criar uma confusão com a sua família para vocês continuarem morando juntos sem se casar. – Eu expliquei e ela me olhou como quem não tinha pensado ainda no assunto.
- Ah, Abi, mas eu posso passar alguns dias da semana na minha casa e os finais de semana com o Emiliano. – O problema da Pilar era esse, sempre ter uma solução pra tudo, até para o que não tinha solução, ela achava que podia dar um jeitinho em tudo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...