“Pilar Monterrey”
Eu finalmente estava entendendo porque todos haviam fugido de mim o dia todo e porque o Silas fez tanta questão de me levar ao shopping e sugeriu que eu fizesse uma surpresa para o Emiliano, era tudo parte de um plano para o meu biscoitinho me pedir em casamento, com a conivência de todos ali.
- Minha bruxinha! – O Emiliano me colocou no chão. – Finalmente você entendeu que eu te amo e que eu não vivo sem você!
- E entendi que eu te amo e não vivo sem você, meu biscoitinho! – Eu respondi e dei mais um beijo nele. – Posso perguntar uma coisa?
- O que você quiser. – Ele falou no meu ouvido.
- Por que você fez o pedido aqui? Eu achei maravilhoso você fazer isso aqui, num lugar tão especial pra mim, o lugar onde eu cresci. Mas eu pensei... – Ele colocou o dedo em minha boca.
- Fiz aqui justamente porque é especial para você e porque a Abi e o Martim falaram que esse pergolado traz sorte. Você gostou? – Ele perguntou e me arrancou um sorriso.
- Eu amei! E todos eles são seus cúmplices?
- Inclusive o Sissi! – O Emiliano riu e eu olhei para o Silas do outro lado do jardim de frente para nós, mas os olhos dele estavam em outra pessoa.
Ele amava aquela mulher pela vida inteira e eu sabia como era isso de amar e pensar que nunca poderia ter. Eu precisava fazer alguma coisa. Eu olhei para a D. Branca e ela estava com os olhos marejados, como se estivesse emocionada pelo filho, mas ela não estava olhando para o filho, ela também olhava para ele e os olhares que eles trocavam eram tão intensos que eu me perguntava como ninguém tinha percebido antes.
Enquanto nós recebemos os parabéns de cada um ali eu olhava para o Silas e a D. Branca, havia uma distância entre eles e nessa distância o medo de se aproximarem. Mas ele não teve escolha quando eu o chamei.
- E você, Sissi, não vai me dar um abraço? – Eu o chamei alto e ele sorriu um tanto sem jeito, mas atravessou o jardim e veio em minha direção e me abraçou.
- Seja feliz, Pilarzinha! O amor de verdade só se encontra uma vez, cuide do seu para não perdê-lo! – O Silas falou enquanto me abraçava e eu senti o meu coração apertado, eu não ia me conformar se eu não juntasse aqueles dois.
- A felicidade é para todos, Silas, ela é para você! – Eu o aconselhei e o Emiliano se aproximou com uma taça e colocou na mão do Silas e outra na minha mão.
- Vamos brindar, Silas! Você é o meu melhor cúmplice e o guardião da minha noiva! Obrigado, meu amigo, por ter cuidado da parte mais difícil pra mim hoje. – O Emiliano abraçou o Silas.
- E qual foi a parte mais difícil? – Eu perguntei sem entender, afinal o Silas passou o dia grudado em mim.
- Qual seria? Cuidar de você, bruxinha, e não te deixar desconfiar de nada. – O Emiliano contou e me deu um beijo. – Pode beber, Silas, você não está a trabalho, você é nosso amigo, nosso convidado. A única coisa que eu ainda vou te pedir para fazer hoje é levar a minha mãe para a casa dela depois da festa, então beba com moderação. Ah, e, por favor, tira a minha mãe para dançar? Ela adora dançar, mas nunca tem um par e eu sei que você dança muito bem.
Os olhos do Silas se arregalaram quando o Emiliano falou aquilo e eu olhei para o meu noivo orgulhosa, sem querer ele estava dando um empurrãozinho dos bons ali, bebida, dança e uma carona pra casa, eu via potencial nessa combinação.
- É isso aí, Sissi, cuida da minha sogrinha porque o biscoitinho hoje é só meu. – Eu apoiei e chamei a D. Branca.
- Oi, querida, finalmente vocês vão se casar, eu estou tão emocionada, Pilar! Tanto que eu sonhei com isso! – A D. Branca me abraçou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...