“Silas Guimarães”
Eu parei por um momento na porta, avaliando a situação, se eu dissesse para eles o que estava acontecendo eu não conseguiria tirar o Martim e o Emiliano de dentro da construtora. Eu não queria mentir para eles, mas eles mais atrapalhariam do que ajudariam.
- O que foi, Silas? – O Emiliano me olhou, ele estava alheio ao que estava acontecendo.
- Eu preciso que vocês saiam da construtora agora mesmo, em silêncio e sem causar nenhum tumulto. – Eu pedi e ele sorriu.
- O que é isso, Silas? Algum novo treinamento com a Pilarzinha? – O Emiliano brincou, mas estava longe da verdade. E eu estava tomado pela tensão.
- Silas, eu só te vi assim uma vez. – O Mário, que estava na casa do Zapata no dia em que aconteceu a invasão e tentaram sequestra-lo, já estava entendendo a situação.
- Exato, Mário. Agora, me ajuda a levar esses dois pra fora em silêncio, por favor. – Eu pedi e ele entendeu que não deveria fazer mais perguntas.
- Gente, vamos, o Silas precisa nos colocar em segurança para fazer o trabalho dele. – O Mário falou com os outros dois, mas o Martim me encarou.
- O que está acontecendo, Silas? – O Martim me encarou de frente, a tensão emanando dele como emanava de mim.
- Tem alguém na construtora, Martim, mas eu preciso de todos vocês em segurança antes de começar a varredura. – Eu não podia dizer que a irmã dele estava trancada no banheiro com o invasor, eu sabia que ele era impulsivo e ia colocar tudo por água a baixo tentando salvá-la e eu nem sabia quem era o invasor e nem mesmo se estava armado.
- Todos já saíram? – Ele me perguntou e eu fiz que sim. Ele me olhou por um momento e concordou em sair
Eu os acompanhei até o lado de fora e antes de fechar a porta da frente depois que eles passaram por ela, eu encarei o Martim e o Emiliano.
- Eu vou tirá-la em segurança, eu prometo! – Antes que eles reagissem eu tranquei a porta e a minha equipe já tinha fechado o cerco. Agora eu precisava me concentrar na Pilar.
- Ele está falando com ela, chefe, já perguntou quantos somos e até quem é você. A garota é esperta, está nervosa, mas está dando respostas erradas propositalmente. Disse que você a detesta. – O segurança que eu deixei de vigia falou bem baixinho.
- Ele vai sair a qualquer momento. Vamos nos posicionar. – Eu expliquei rapidamente o que pretendia fazer e todos assumiram suas posições.
Eu me coloquei escondido atrás de um painel de decoração que ficava ali mantendo a entrada da cozinha privada. Eu estaria logo atrás dele quando ele saísse do banheiro com a Pilar. Como eu imaginei, não demorou para que a porta do banheiro fosse aberta e a Pilar saiu de lá, com o rosto banhado em lágrimas e aquele monstro a segurando pelas algemas que tinha colocado em seus pulsos e com a arma na cabeça dela. Eu não tinha margem pra erro, era uma única manobra ou eu não conseguiria salvá-la.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...