Sabrina Becker.
Estou terminando de aprontar o jantar. Meu mestre chegou do hospital no horário que sempre chega. Treinamos com Bianca. Mas ele se manteve na dele o tempo todo. Não se dirigindo a mim em nenhum momento. Apenas falou comigo, quando terminamos o treino e Bianca foi embora. Disse que conversaremos na hora do jantar, não era para eu jantar sozinha.
Eu concordei...
Achei que ele fosse chegar tarde, como no dia da confusão com Melissa. Mas não, chegou cedo e sóbrio...
Isso era uma boa notícia, não é? Se caso ele quisesse minha coleira, ele não ia nem deixar eu treinar.
Eu suspiro. Começo a montar os pratos, quando vejo ele descendo as escadas, com uma calça de moletom e uma camisa de malha branca. Com os cabelos ainda molhados do banho, mais todos despenteados, provavelmente de tanto ele passar a mãos por eles.
Se senta na cabeceira da mesa e espera.
Uma das coisas que me enerva no meu mestre. É está calma que ele aparenta ter nas crises. Parece que o coração dele é feito de gelo.
Logo me lembro do Andrey dizendo que japoneses costumam ser frios.
Isso não é hora de lembrar do Andrey. Disperso esses pensamentos... Afinal estou nessa situação por causa dele.
Mas enfim, a única vez que vi ele nervoso foi quando chegou em casa bêbado depois da confusão com Melissa. Aliás, ele não estava bêbado, ele só estava um pouco alto. Foi a única vez que vi ele perder a paciência.
Me concentro em terminar de montar os pratos e levo os dois até a mesa, volto para cozinha para buscar a jarra de suco. Eu o sirvo e me sento ao seu lado. Ele começa a cortar o bife, sem falar nada.
Depois que come por alguns minutos em silêncio, ele diz:
-O que está esperando para começar a explicar o que foi aquilo que vi, do lado de fora do Internato?
Eu engulo a comida com dificuldade. Parece que minha garganta se fecha.
-Eu esperava o mestre me autorizar para que pudesse explicar.
Ele me olha, pela primeira vez desde que me viu naquele bendito estacionamento.
-Então me explique.
-Andrey é professor de dominação do Internato.
-Professor de Dominação?
-Sim... Ele ensina as submissas como se comportar no bdsm, as técnicas, garganta profunda, os tipo de...de... amarrações e chicotes. Ele ajuda a classificar elas de acordo com o grau de dor. Enfim, ele é um professor de BDSM.
Ele me olha sem nenhuma expressão.
-O que devo entender sobre isso Sabrina? Ele treina todas as submissas?
-Sim...
-Entao você foi treinada por ele?
-Sim... Não só fui treinada. Andrey e os outros professores, costumam sair com as submissas maiores de idade quando elas estão sem contrato. É confortável para eles, é confortável para Madame porque não precisa ver suas meninas se aventurando em clubes, e é confortável para as submissas de lá por que...
Sinto minha bochecha rubra.
Travo antes de continuar...
Eu tinha que contar a verdade. Eu prometi para ele que não mentiria mais. Só não falei de Andrey no dia de nossa conversa porque não achei necessário.
-Continue Sabrina... -Eu suspiro.
-Porque temos sempre um dominador para suprir nossas necessidades. Submissas com vida sexual ativa, sente falta dos jogos.
-Ele fazia isso com Duda também?
-Não... Duda era virgem... Duda é uma das poucas que não caíram nos encantos de Andrey... Mais mestre, eu juro... É só amizade... A partir do momento que assinei um contrato com o mestre, nunca mais sair com Andrey.
-Mais confraternizou...
-Claro que sim... -ele me olha com raiva - eu trabalho com ele, eu... eu... eu sou professora também no Internato e além de tudo, eu considero ele como minha família. Andrey sempre foi uma amigo pra mim... Aquele que secou minhas lágrimas muitas vezes que voltei com o coração partido para o Internato. -Sinto lágrimas descendo pelo meu rosto. - ele sempre esteve presente. O que há entre nós é mais amor fraternal do que outra coisa.
Ele suspira e não me olha mais. Fica concentrado no prato de comida. De repente ele fala.
-O que vocês conversavam na frente do Internato.
-Eu posso começar do começo?
-Tem mais história Sabrina?
-Tem mestre...
-Porque você não me contou naquele dia então?
-Porque não achei que fosse relevante para a nossa relação.
-Nao achou relevante? -ele ri e se levanta da mesa.
-Posso explicar?
-Fale...
-Há um tempo atrás, madame nos pegou conversando no refeitório. Ela disse que eu não estava cumprindo meu contrato, então ela me proibiu de falar com Andrey.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Doce Pecado
Cadê os capítulos...
A leitura não abre... Por quê???...
Cadê os capítulos...