Sabrina Becker
-E como você está se sentindo.
-Um lixo... É assim que nos sentimos quando somos ignoradas, pelas pessoas que amamos.
-Então você o ama? -A Dra. Sandra me pergunta suspendendo uma sobrancelha.
-Acho que sim Sandra... O que sinto por ele é muito forte.
-Então já tomou a sua decisão?
Na mesma hora sinto um pânico tomando conta de mim. E balanço a cabeça várias vezes dizendo que não, começando a chorar.
Meus nervos andam em frangalhos. Há dois dias que Paulo não fala comigo. Entra mudo, e sai calado. Ontem quando eu pedi para que ele conversasse comigo, ele se virou para mim e disse que precisava de um tempo, que era para eu respeitar isso.
Ele estava fingindo que eu não existia. Eu não entendia porque ele não punia como os outros dominadores. Eu aguentava uma surra de cinto, eu aguentava até castigo de contenção. Mas ele fingindo que eu não existia, eu não aguentava...
Ela me dá a caixa de lenço na mão e eu agradeço. Pegando um punhado e limpando meu rosto.
Hoje é dia de terapia, e eu precisava muito disso. Andrey me deixou muito confusa ontem, mas do que eu gostaria de admitir.
Eu tinha que dar um rumo na minha vida. Eu precisava!
-Pensou no que eu sugeri Sabrina?
-Nao sei... Se fazer isso, terei que desisti de um novo contrato com Paulo, e do trabalho no Internato.
-Seu trabalho você pode tirar férias, enquanto ao Paulo se ele for a pessoa certa, ele vai entender... Agora se ele não for... Paciência Sabrina. A vida não vai acabar se tiver que lidar com mais uma perda. Porque a vida é assim... Nós temos que aprender a lidar com elas.
-Eu estou tentando Sandra... Mas quando penso sobre o assunto, sinto pânico tomando conta de mim.
-Eu sei que está... Mas às vezes, precisamos de uma pausa...mesmo para pôr a nossa cabeça no lugar... Uma pausa disso tudo...
-E ainda tem o Andrey com essa proposta...
-Isso mexeu com você?
-Como? Não... Nem um pouco...
-Não parece Sabrina... Parece que mexeu bastante.
- Não mexeu... Eu gosto do Andrey como um amigo. Ele é lindo e atraente, normal eu sentir atração sexual. Mais amor de casal nunca rolou.
-Mas ele te ofereceu tudo que você sempre quis... Foi o único, segundo as aulas palavras...
Sim, ele foi o único que disse que quer ter uma família comigo. Ninguém nunca disse com tanta firmeza. Na verdade, eu fiquei muito assustada com as palavras dele. Porque nunca imaginei que um dia ele me diria isso. Ele me pegou de surpresa, mas depois que cheguei em casa... Que vi que as coisas com Paulo não estavam boas... Eu me vi pensando se não seria uma boa ideia. Quer dizer, nós éramos muito amigos.
Eu não estava apaixonada por Andrey. Nunca tive, mas um casamento não é só baseado em paixão. Não é? Era meu sonho... Eu poderia fazer isso dar certo. Somos muito cúmplices, amigos e é gostoso transar com ele...
"Atração acaba e ele nunca foi fiel antes .... " -diz minha consciência me lembrando que Andrey nunca foi de uma só.
Mas eu também sei que amor se constrói... Poderia ser construído entre eu e Andrey?
Então porque eu não achava a ideia nada atraente?
Ultimamente eu já havia percebido que a minhas prioridades haviam mudado. Eu já não queria mais ser mãe e ter uma família a qualquer custo. E isso era muito estranho.
Se fosse em outra época, eu nem pensaria duas vezes. Embarcaria nessa aventura com ele.
Mas mesmo se eu considerasse a hipótese. Como me casaria com uma pessoa pensando em outra? Paulo toma conta de todos meus pensamentos. Ele é o homem que eu quero e quando penso em perder ele, meu coração dói.
A Doutora Sandra de uma certa forma tem razão, e a sugestão dela pode ser uma boa opção... Pelo menos, por um tempo...
-Talvez você tenha razão. Vai ser doloroso, mas é a melhor opção. Eu preciso tomar um rumo na minha vida... E ficar aqui, sendo pressionada por todos os lados, não está ajudando.
Ela sorri.
-Você está melhorando, querida...
Eu limpo minhas lágrimas e sorrio com os lábios fechados.
-Entao porque eu não me sinto assim?
-Porque mudar dói... -ela segura a minha mão e sorri. -e a dor emocional é a pior dor que pode existir.
******
Alguns dias depois.
Eu acordo sobressaltada. Meu quarto está claro, a luz fere meus olhos. Me levantei da cama e percebi o que me acordou, além da luz no meu rosto. O barulho do despertador. Olho no relógio, e são três horas da manhã.
Mas eu não pus despertador nenhum pra tocar nessa hora!
Eu o vejo, antes que sinta seu cheiro e sua presença. Há sete dias que ele não me procura e não fala comigo, dentro desta casa. Minhas idas ao hospital foram canceladas por ele, desde que me pegou confraternizando com Andrey. Há dois dias atrás perguntei a ele , depois do jantar , se ele queria que eu entregasse a coleira.
Ele me olhou e disse... " Se quer encerrar o jogo, seja corajosa e fale... Não deduza minhas escolhas, você não tem direito de fazer isso."
Foi a única vez que nos falamos nestes sete dias.
Agora isso...
Pela primeira vez ele entra aqui...
E me acorda às três horas da manhã... Pra quê?
Será que o jogo terminou?
Faltam algumas semanas para que nosso contrato termine. E eu queria passar esses dias, pelo menos encaixada nele a maior parte do tempo. Eu queria aproveitar. Até quando esse castigo vai durar?
-Mestre, aconteceu algo?
-Não...
Eu olho para ele , e ele continua na mesma posição me olhando.
Ele se levanta da cadeira, desamarra o cadarço da calça de pijama e deixa ela descer nas suas pernas.
Se senta novamente e começa a se masturbar.
Minha vista ainda está turva, pelo meu sono interrompendo, abruptamente.
Olho em seus olhos e ele diz:
-O que está esperando para vir me servir?
Eu molho meus lábios e sorrio. Então o castigo acabou?
Poderemos curtir esses dias sem problemas?
Eu não acredito que ele está me dando está oportunidade... Deus... Vão ser os melhores dias de nossas vidas. Obrigada!
Ponho as pernas para fora da cama. Estou usando uma camisola curta branca de seda com uma calcinha. Meus cabelos estão contidos numa trança.
-Ei... De quatro... Como a cachorra, que você é... - Ele fala duro.
Faço o que ele diz e digo em seguida.
-O mestre perdoou sua cachorra?
-Vai depender de algumas coisas...
-Quais são essas coisas, mestre?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Doce Pecado
Cadê os capítulos...
A leitura não abre... Por quê???...
Cadê os capítulos...