Paulo Niko Sankyo
Chego em casa no horário de sempre e encontro minha menina, sentada no sofá já me esperando para treinarmos juntos.
-Boa tarde.
Falo tirando o sapato. Vejo Zefa vindo da cozinha, com sua bolsa no ombro.
-Oi patrão, sayōnara patrão…
Eu sorrio.
-Já vai Zefa? Bom final de semana!
-Pra vocês também. Sayōnara... -Ela se inclina para nós dois e sai.
-Já está pronta Hanī?
-Sim meu mestre. Só te esperando... Bianca disse que hoje não vinha…
-Ela me mandou mensagem. Não tem problema, já sei sua série de cabeça, posso te auxiliar. Vou trocar de roupa e já volto.
-Sim mestre!
Dou um beijo em sua testa e subo para o quarto. A semana foi tranquila. Nos dias que Sabrina ia para o trabalho, na saída ela passava no hospital. Porque eu sentia necessidade de estar com ela. Talvez se ela estivesse ficando em casa, eu não teria essa necessidade.
Eu só sei que este trabalho dela estava mexendo comigo. Podem chamar de sexto sentido, ou outra coisa. Eu estava incomodado por ela não querer trabalhar comigo e continuar lá. Eu sei que concordei com isso, mas eu só precisava me acostumar, não é?
Nenhuma outra submissa minha,havia trabalhado junto com um contrato 24/07. Pelo contrário, elas adoravam ficar à toa o dia todo, gastando dinheiro. Eu não me importava, desde que me servissem da forma que eu gostava.
Nunca tive uma submissa que queria ter a independência de um trabalho, não precisando dele.
Bufo quando chego no quarto. Ponho as chaves, minha maleta e o celular em cima da mesinha de cabeceira e começo a tirar a gravata e o terno.
Meu telefone começa a tocar. Olho para o visor... tinha que ser a praga.
Ele só me liga nos piores momentos.
Ligação On
-Fala praga!
-Boa tarde pra você também, japonês…
-Acabei de chegar Bernardo, estou indo treinar, é algo importante? Eu estive com você a três horas atrás.
-Arthur estava junto, então eu não podia falar na frente dele.
-Descobriu alguma coisa?
-Nada grave... Madame tem afeição pela menina. Diz que ela tem um histórico de rejeição no orfanato. Foi adotada por três famílias e devolvida. Quando atingiu a maioridade foi morar num abrigo. Foi lá que ela achou a menina. Ela disse que ela deu trabalho, era desconfiada, fria, não se envolvia com as pessoas. Teve que fazer um tratamento psicológico para enfrentar a vida do jeito que enfrenta hoje.
-Se convenceu que a menina é inofensiva?
-Madame pareceu sincera. Disse que a considera como a uma filha. E que ela tem um coração muito bom! Disse que indicou ela por pensar da mesma forma que Arthur, sobre sentimentos. Não queria mais uma submissa com o coração destroçado. É tão parecida com Arthur que ele se apaixonou... Haha... -ele diz sarcasticamente.
-Está convencido Bernardo, quero ouvir você falar …
Ele suspira ... É muito teimoso!
Pqp!
-É... Por enquanto sim... Mas vou ficar de olho... O que vai fazer hoje?
-Estou indo treinar…
-Eu e Camila vamos no Terraço Itália. Querem ir?
-Não Bê, estou cansado... Vou treinar, comer aqui mesmo e dormi cedo. Amanhã quero extravasar no tênis. Tenho que estar bem descansado.
-Ok! Nos vemos amanhã então.
-Ok!
ligação Off
Ele desliga e eu vou para o closet a procura de um short e de meu tênis.
Que bom que ele não descobriu nada de ruim sobre Duda. Não ia gostar nenhum pouco de acabar com os planos do Arthur.
Ele realmente está animado com a menina. Mas Bernardo é desconfiado por natureza!
Pego o celular e desço as escadas.
- Vamos?
Ela confirma com a cabeça, e vamos para a academia.
*****
Estamos deitados no sofá, depois de uma comida caseira feita por ela. Ela está com a cabeça no meu colo prestando atenção num seriado policial que assisto.
-Amanhã é dia de tênis. -comento, passando os dedos pelo seu cabelo.
Ela confirma com a cabeça. Lembro que na época que ela era submissa de Arthur , ela foi algumas vezes.
-Duda sabe que estou com o mestre? -ela me pergunta curiosa.
-Você disse que queria contar pessoalmente, então pedi para o Arthur não comentar com ela.
-Obrigado Mestre. Amanhã será uma surpresa então?!
-Sim Hanī... Só se você quiser que conte…
-Não, vai ser legal fazer surpresa! Estou com saudade dela. E Camila também vai?
-Sim... Você a conhece?
-Conheço ela do internato.
Entramos lá, praticamente juntas.
-Então vocês são amigas?
-Não, conhecidas ... Camila nunca deixou ninguém chegar muito perto no internato. Ela sempre foi muito calada e na dela... Parece que só ficava lá por não ter para onde ir. Na primeira oportunidade, ela partiu sem olhar para trás.
-Cada um tem uma história de vida... Provavelmente a história dela fez com que ela agisse assim...Hoje em dia, é um doce de menina, e muito simpática!
-Sempre foi .. só era na dela. Difícil imaginar ela com Bernardo... Bernardo é tão falante e animado!
- Parece que você está falando de outra Camila …
Ela suspira e vira de frente para me olhar.
-Então a terapia surtiu efeito, pois era bem na dela, na época do internato.
-Você tirará suas próprias conclusões Hanī... Então nós vamos dormir cedo hoje, mas antes podemos brincar um pouquinho.
Seguro seu queixo e mordo, beijando a sua boca em seguida, com vontade.
Estou com vontade dela desde que cheguei...
E isso tem sido constante.
Ela sempre é receptiva, como se vivesse para me agradar.
Ela está vestindo uma camisola curtinha preta.
Olho para ela e digo:
-O que tem debaixo dessa camisola…


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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Doce Pecado
Cadê os capítulos...
A leitura não abre... Por quê???...
Cadê os capítulos...