sabrina becker
Chegamos na garagem do prédio, e já vejo um homem de terno parado enfrente a vaga do mestre.
-Oi Afonso!
Ele o cumprimenta com um aperto de mão. Da a volta no carro e abre a porta para mim, me ajudando a descer.
-Sabrina, este é Afonso, sua segurança. Ele que te carrega para todos os lugares.
Ele estende a mão para mim, olho para o mestre e ele confirma com a cabeça, deixando eu apertar sua mão.
-É um prazer Afonso.
-Estou a sua disposição Senhora.
Ele é bem alto, branco e careca. Um homem desse chamará a atenção da recepção do interno. Muitas meninas querendo vão passear por lá.
-Afonso, me ajude a pegar as malas dela e por no elevador.
O Mestre Paulo pega uma mala, e ele pega a outra.
Vou atrás deles para o elevador. Afonso deixa a mala lá e volta para seu posto.
E nós subimos para o apartamento.
Ao chegarmos no corredor, peguei uma mala e ele a outra. Digite o código e diga:
-Depois vou te passar o código.
Entramos no apartamento e tiramos o sapato.
Uma senhora japonesa, de cabelo grisalho num coque aparece em nossa frente.
-Sabrina, está é Zefa, nossa governanta. Sabrina é minha nova submissa Zefa.
-Prazer Senhora…- Ela faz uma mesura como os japoneses.
E eu faço o mesmo em respeito.
Sei que na cultura deles, eles se cumprem desta forma. E eu pretendo me adaptar às suas origens.
-Vou levar suas malas para seu quarto hanī, fique a vontade.
-Sim mestre!
Queria muito saber o que significa Hani . Não me é estranho, mas nunca vou imaginar que esta expressão era japonesa.
-Gostou de sua nova casa senhora?
-Sim, estou gostando muito. Principalmente se eu puder enfeitar com um pouco de cor e flores.
-A Senhora Paula traz uma vez por mês uma ikebana, para pôr na sala. A senhora gosta de flores?
Quem será a Senhora Paula?
Deve ser a mãe do Paulo. Só pode…
-Sim, muito... Eu já tive vontade de aprender a fazer ikebana. Mas nunca me dediquei.
-Posso ensinar a senhora…
-Seria fantástica Zefa. Quero me adaptar aos trajes de meu mestre.
-Vou te ajudar nisso. Posso te mostrar nossa cozinha? Vem…
Ela sai na frente, me pedindo para eu acompanhá-la. Já gostei muito dela.
-Esta é a cozinha. Anotei os horários naquele quadro para a Senhora não se perder. O jantar de hoje já está pronto, só falta a Senhora fazer os bifes. Quis deixar pronto, já que a Senhora ainda está se adaptando. O Sr. Paulo gosta de jantar às 20h em ponto, isso só não acontece quando ele está no hospital. Mas ele costuma avisar sobre mudanças de horários. O almoço e o café da manhã, eu me encarrego. Apenas nos finais de semana que não. Os horários desses dias estão aí…-Confirmo com a cabeça.-Senhor Paulo é muito organizado e metódico. Ele gosta de rotina, não gosta de sair dela.
-Eu também sou assim.
-Que bom! A adaptação vai ser mais fácil. Depois quero que a senhora me diga o que gosta de comer, e eu pus aqui... -ela me mostra o quadro. -às comidas preferidas dele.
Confirme com a cabeça.
-Você sempre comerá no balcão da cozinha, meia hora antes de servi-lo na mesa. Só se ele mudar de ideia.
Confirme com a cabeça. Ela parece trabalhar muitos anos para ele, por causa da intimidade. Será que eu chegarei a esse estágio também?
Eu espero que sim…
-A senhora trabalha muito tempo com ele?
-Vi ele crescer. Trabalhava na casa dos pais dele.-Eu desculpeo.-Senhor Paulo é muito generoso e carinhoso, gosta de ordem, organização, autoridade. Para essas coisas ele parece muito com o pai. Mas a doçura e o carinho ele puxou da mãe.
-Equilíbrio perfeito!
-Exatamente.
Continuamos conversando sobre as tarefas que serão minhas quando ela não estiver presente.
Logo depois subo para meu quarto e vou arrumar as coisas que já chegaram, antes que eu perca o horário de servir o jantar.
********
Paulo Niko Sankyo
Estou no meu quarto, enquanto escuto de longe a conversa das duas na cozinha.
Eu ainda estou matutando como vou contar para Arthur. Será que o Bê me dá alguma ideia? Não custa tentar.
Pego o telefone e espero que ele atenda.
- Fala …
-A submissa que está comigo é Sabrina…
Ele fica em silêncio do outro lado, e logo depois escuto um assovio.
- Entendi porque o suspense...
-Acontece que não sei como contar para o Arthur…
- Porque ?
-Jura que você me perguntou isso?
- Porque? Arthur já terminou com Sabrina a mais de um ano. Você não sente que ele está em outra? Aliás, acho até que já está apaixonado…
-Como assim?
- Tive uma conversa com ele hoje, depois que saiu do centro hospitalar. Parece que a menina está mexendo com a cabeça dele…
-Mas já?
- Pois é... Estou tão embasbacado quanto você…
Eu percebi que ele estava possessivo no sábado, mas não achei que seria tanto assim! Só espero que ela seja uma boa menina…
- Sobre Sabrina... Estou com medo de ele achar, que naquela época eu já estava interessado nela.
- Claro que não... Se você acha isso, é porque não conhece Arthur .
-E agora eu fiquei sabendo que Sabrina e Eduarda são amigas do internato.
- Melhor ainda, quero dizer que Sabrina não é mais apaixonada por ele.
Ela sai da minha vista novamente, trazendo logo em seguida uma jarra de suco e me servindo em seguida.
-Já jantou Hanī?
-Sim Mestre.
Ela termina de me servir, dá um passo atrás e para botando as mãos para trás de seu corpo. Eu olho sorrateiramente os seus pés novamente, e ela está com um deles apenas nas pontas.
Merda! Se eu era viciado em pés antes, imagine agora.
Suspiro e me concentro na comida.
- Você trabalhará no internato de segunda a quarta não é? -corto um pedaço de carne e coloco na minha boca.
Sei que não foi ela que fez a comida. Eu pedi para Zefa adiantar tudo, porque hoje ela estaria atarefada arrumando suas coisas. Mas estou ansioso para experimentar seu tempero.
-Sim Mestre!
-Sua hora de acordar hanī será às sete. Acho que dá tempo de se arrumar quando ter que trabalhar e tomar o café da manhã comigo, já que tem que estar lá às 9h. Eu malho a tarde, assim que saio do trabalho, então esse será seu horário também.
Ela concorda com a cabeça.
-Zefa te passou os horários do final de semana?
-Sim... Disse que o café da manhã é servido às 9, o almoço 12 e o jantar às 20h. Só muda, se o senhor resolve mudar as coisas.
-Exatamente. O que nos leva a questão da hora que você irá acordar. Acha que consegue acordar às oito e preparar o café às 9h, ou dá até conta só se acordar às 7h?
-Eu não tenho problema em acordar cedo. Eu já estou acostumada por causa do internato.
-OK! Então continua às sete. Vamos jogar mais nos finais de semana do que nos dias de semana. Mas não abro mão da sua companhia quando sinto vontade. Estou querendo construir uma cumplicidade entre nós.
-Concordo Mestre.
-Como te pedi, não quero que ligue para Duda esta primeira semana. Passando disso, se você quiser contar a ela, pode contar.
-Sim, meu mestre.
"Meu mestre"... Isso é como música para meus ouvidos.
Tomo um pouco de suco e volto a dizer.
-Na sua cômoda tem alguns cartões de telefones lá. De profissionais de beleza. Vai se programar, de acordo com seus horários, para se cuidar toda semana. Não abro mão de uma pele hidratada, lisinha e sem pêlos. Cabelos bem tratados e bonitos, unhas feitas. Quero que vá esses profissionais que deixaram lá. Eu confio neles... Eles nunca cortariam seu cabelo curto, por exemplo, porque eles sabem que eu não quero.
-Sim mestre.
Não há nada mais bonito do que cabelos longos... Não há nada mais afrodisíaco do que puxar cabelos, do que ver um rabo de cavalo bem feito expondo a nuca. Eu poderia dizer que também sou viciado nisso... E os cabelos de Sabrina são perfeitos.
-Algum problema em transar sem camisinha? Nossos exames estão em dia, e sei que você tem um implante no braço.
-Não mestre... Sem problema.
- Você não está presa aqui, Sabrina. Pode ir ao lugar que quiser, desde que me avise antes, peça permissão e saia com segurança. Nunca só... Vai ter dias que vou estar em reunião e não vou poder estar com você, então eu não vou te obrigar a ficar aqui dentro.
Ela confirma com a cabeça.
-Eu quero construir uma relação com você, apesar do contrato de existir que há. Então eu sei que não posso manter uma pessoa cativa a mim por muito tempo. E o nosso contrato é de seis meses. Então espero que haja confiança entre a gente, acima de qualquer coisa. A regra de não se aproximar de homens sem minha permissão, também vale pra você. Eu não sou tão possessivo, mas existem coisas que eu não abro mão.
Término de jantar. Me levanto da mesa e digo.
-Depois que você terminar de arrumar as coisas aqui, me espere em seu quarto na posição submissa. Às 21h vou te ver.
-Sim Mestre!
Saio da sala e vou direto para o escritório.
Vamos ver como vai ser a nossa primeira noite!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Doce Pecado
Cadê os capítulos...
A leitura não abre... Por quê???...
Cadê os capítulos...