Grávida de um mafioso romance Capítulo 76

Visto um dos meus pijamas e aguardo Luigi no meu quarto. Ele entra com uma tolha enrolada no quadril e fica surpreso de ver um colchão esticado no chão.

_o que é isso?_ele pergunta atravessando o quarto e pegando uma cueca na sua mala. Ele nem se importa quando a toalha cai do chão e ele fica pelado na minha frente.

Que atentação desse homem!

_a sua cama_ ele se vira para mim e eu evito olhar para ele naquele estado, já era difícil está no mesmo quarto que Luigi e olhar aquele corpo não ajudava a me firmar no meu objetivo.

Ele se vira novamente e começa a vestir a cueca box, a curiosidade me vence e dou uma espiadinha. Acho que estou começando a desenvolver uma nova tara por bundas de homens, era tão redondinha. O pedreiro dentro em mim grita e implora para que eu desse um tapa dizendo "Oh lá em casa!"

_pensei que dormiria na cama com você_ ele diz um pouco triste e quase me deixo ser levada pela sua atuação. Se eu não conhecesse meu italiano gato, realmente teria tido pena dele e teria mudado de ideia. E com certeza isso acarretaria na minha derrota.

_pensou errado_ não vou deixar me manipular com esse papinho inocente e nem com essa bundinha redondinha que estava pedindo um tapão.

Okay vamos parar com esse papo de pervertida!

***

Abro os olhos e pego o celular para ver a hora. São duas horas da madrugada e a minha barriga não para de roncar, por causa daquele encostado tive que subir para o meu quarto mais cedo e acabei nem comendo a pizza que meu italiano gato fez.

Checo Luigi para ver se ele estava dormindo e vou na ponta dos pés assaltar a geladeira.

Abro a mesma e vasculho em busca de alguma sobra de pizza gelada, fico frustada em saber que não deixaram nem um pedacinho para mim. Vasculho mais um pouco e a única coisa que encontro é petiscos e bebida, muitas e muitas latas de cerveja. Me pergunto se Roberto estava estocando para o Carnaval.

Ou ele assaltou um caminhão de cerveja na estrada.

Fecho a geladeira e decido procurar algum saco de pipoca ou de biscoito para calar o estômago nos armários da cozinha.

Quando abro uma das portas ouço um barulho vindo do corredor, me assusto um pouco e pego a primeira coisa que encontro, uma frigideira.

Seguro a frigideira bem forte com as duas mãos e ando sorrateiramente na ponta dos pés até o corredor escuro, deveria ter acendido as luzes quando desci para a cozinha porém não queria correr o risco de acordar alguém.

Pensando bem agora, eu estava parecendo uma garota burra de filme de terror, o cenário era perfeito assim como o momento. Estava de madrugada, a casa escura e todos dormindo.

A cena se monta perfeitamente na minha cabeça, eu desço até a cozinha para comer alguma coisa e ouço um barulho vindo do corredor, para não acordar ninguém decido não acender as luzes e vou na direção do barulho.

Acabo sendo atacada por algum ser que não consigo distinguir e acabo morrendo, no dia seguinte minha mãe acorda cedo e encontra o meu corpo no chão todo ensanguentado. Aí todo o mistério do filme começa a rolar, a curiosidade de Luigi em saber o que realmente havia acontecido comigo faz com que ele fique obcecado pela tragédia e um dia após passar bastante tempo atrás de pistas que indiquem o assassino ele acaba sendo morto em uma acidente de carro.

E para fechar com chave de ouro, volto como espírito obssessive para atormentar a minha mãe para que ela deixe o maldito e preguiçoso encostado namorado que ela arrumou.

Estou toda me tremendo!

Após montar toda essa fanfic de história de terror na cabeça, a coragem que estava sentindo antes se esvai aos poucos.

_então quer dizer que você vai cozinhar para mim? Olha que vou me acostumar muito mal, hein_ digo e me sento em cima do balcão.

Fico observando enquanto o meu italiano prepara algo delicioso para mim, penso que não seria tão ruim assim me acostumar com ele sempre cozinhando para mim. Não seria tão ruim passar o resto da minha vida assim, claro que não estava falando da gravidez e sim dos momentos em que estou vivendo com Luigi, era como se estivéssemos vivendo outra vida, muito diferente do que estávamos vivendo na Itália.

Estava gostando de conhecer esse lado mais fofo do meu italiano, espero que essa semana não passe tão rápido, ainda não contei a verdade para a minha mãe e nem sobre as teorias sobre a empregada traficada de Luigi para Mariana.

_seria um prazer, mal acostumar você_ ele diz e me entrega um prato de ravióli de carne ao molho branco, minha boca enche de água só de sentir o aroma da comida preparada por Luigi.

Dou a primeira garfada e quase me derreto de tanta satisfação, a massa junto com o molho branco estava perfeito, se Luigi continuar cozinhando assim vou torná-lo meu empregado particular.

_isso está incrível!_ digo sem me importar com a boca cheia, Luigi tinha que se acostumar a me ver esfomeada assim de agora por diante, estou grávida e estou comendo por dois. Ele não tinha o direito sequer de reclamar do meu apetite feroz, até porque foi ele quem me engravidou.

_posso te perguntar uma coisa?_ ele faz um pouco de suspense como de costume e continua falando_ por que você fugio naquele dia do teatro?

Paro de comer imediatamente, então era isso que ele queria me perguntar mais cedo. E eu pensando que era alguma coisa mais importante, se bem que isso também era importante, ele havia demorado para me perguntar o que aconteceu no teatro, já estava achando que ele tinha desistido de saber.

_posso responder com outra pergunta?_ não espero que ele diga que é feio responder uma pergunta com outra_ você conhece bem o Matteo? Confia mesmo nele?