Rupert sorria encantado ao ver Emma tímida sentada no sofá da sala. Eles haviam saído mais cedo da aula indo para a casa dele começarem o trabalho, mas em seu intimo, ele desejava ficar mais tempo com ela. Rupert morava em uma casa com fachadas tradicionais em pedra, possuindo dois andares. Havia um jardim bem cuidado em frente, enquanto na parte de dentro podia-se sentir um calor familiar.
Assim que Emma entrou não conseguiu evitar de comparar o apartamento de Raoul com a casa onde Rupert morava com seus pais. Em um havia apenas frieza e no outro calor.
–Quer um suco ou algo para comer? – ele perguntou com as faces avermelhadas fazendo com que Emma sorrisse levemente. – Não.. Costumo receber garotas aqui em casa. Não sei bem como agir.
–Não precisa se preocupar. Viemos estudar, lembra? – sorriu ao abrir a sua mochila retirando um caderno, um livro e lápis – melhor começarmos logo.
Rupert assentiu a contragosto. Sentaram-se lado a lado começando a estudar e sem que ela percebesse, Rupert a olhava intensamente. Ele percebeu os seus traços delicados, a forma como aparecia uma covinha em seu rosto à medida que falava. Estava tão absorto em sua analise que não reparou quando ela se calou.
–O que acha? – perguntou sentindo-se nervosa de encará-lo. Ela tinha conseguido se controlar durante todo o tempo, mas ao sentir a respiração dele próximo a si soube que se olhasse para ele, mesmo que apenas uma vez, demonstraria seus sentimentos.
–Achei...Linda – falou hipnotizado por ela – digo.. Lindo, quero dizer... Está incrível.
A face avermelhada da jovem denunciava a vergonha que sentia. As suas mãos pousadas em seu colo foram tocadas por Rupert. Ele não conseguia desviar os olhos do rosto dela.
–Emma... – murmurou próximo ao seu ouvido. Ela ficou parada, estática, sem saber como reagir. – Eu... – tocou em seu rosto forçando-a a encará-lo – sempre quis estar assim contigo.
Ao perceber que ele pretendia beijá-la, colocou as mãos em seus ombros, impedindo-o de prosseguir.
–Me desculpe, mas... eu...
–Me perdoe – afastou-se dela sem sorrir – eu... Não sei o que houve comigo. Melhor eu pegar algo para comermos – falou antes de entrar na cozinha deixando-a confusa e sozinha.
“Não era isso o que eu mais desejava?” pensou ao suspirar.
***
Uma jovem limpava a mesa do café onde trabalha com a mente distante. Ela ainda pensava no que havia acontecido entre ela e Rupert mais cedo em sua casa. Seus cabelos presos em um rabo de cavalo davam-lhe um ar infantil contrastando com seu uniforme, o qual emoldurava o seu corpo.
Enzo comeu mais uma fatia da torta ao observar Emma. Como sempre acontecia, ele saiu mais cedo do trabalho, mas sentia vontade de rever sua cunhada. Acabou entrando na cafeteria, ficando em um canto a olhando. Ele divertia-se ao ver as expressões em seu rosto como se a cada instante duvidasse de si mesma.
–Ei, cunhada – a chamou ao vê-la próxima de si, sorrindo diante do aceno animado dela.
–Olá.. Não sabia que viria. Está aqui há muito tempo? – perguntou ao lado dele. Ela sentia uma simpatia por Enzo.
–Há algum tempo. Me divertia em vê-la de longe.
–Isso é meio estranho, sabia? – disse fazendo uma careta sorrindo com ele seguida. – Imaginei que estaria trabalhando a essa hora.
–Tenho algum tempo livre, mas... quando sai?
–Daqui a um tempo – murmurou pensativa – e.. Raoul? Ele esta trabalhando?
–Provavelmente.
–Entendo – sorriu levemente – melhor eu voltar ao trabalho – virou as costas para Enzo sendo chamada por ele em seguida.
–Eu vou te esperar. Te levarei para casa hoje – anunciou. Emma assentiu antes de retornar ao seu trabalho. Ela sentia-se estranha desde que Rupert a tentou beijar.
***
Todos os funcionários da seguradora da área de Marketing olhavam-se sem saber o que fazer. Raoul estava parado, com o semblante fechado. Ele estava tentando falar com Enzo há horas sem sucesso, pois um problema tinha acontecido com uma das apresentações.
–Como ninguém aqui sabe onde ele está? Tem alguma lógica? – indagou com o semblante frio, mas com a voz exaltada – tentem localizá-lo.
Ninguém sabia o que fazer. Todos tentavam ligar para o celular de Enzo, o telefone de sua casa, sem sucesso.
–Esqueçam. Quem está no comando após Enzo? – olhou com frieza para todos ate ver uma mão ser erguida timidamente – é você?
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