Enzo já esperava alguma reação de Raoul, só não estava preparado para ver o seu primo entrar em sua sala com o semblante alterado. Ele não demonstrava frieza e sim raiva. Enzo levantou-se da cadeira e sorriu.
–Acho que é a primeira vez em que vem me procurar – sorriu indo em direção a janela – algum problema?
–Sim. Leve-a consigo – falou sério – já não aguento isso. Leve-a com você, faça o que quiser, mas me mantenha longe disso.
–Do que.. Está falando? – perguntou confuso o fitando.
–Se está se dando tão bem com ela, apenas a leve para morar contigo.
–Está louco? Ela é sua esposa, não minha.
–O único louco aqui é você. Você não esta a levando para shows? Então a leve para casa também.
Enzo parou, olhou sério para Raoul, caminhou ate ele onde estava e tocou em seu ombro como se compreendesse a situação, apoiando-o.
–Não se preocupe, da próxima vez eu te levo junto.
–Nunca vai levar nada a serio, não é?
–Vou – sorriu afastando-se – mas não acredito que quer se ver livre dela. Ficou preocupado, não foi? – ao vê-lo revirar os olhos em sinal de desagrado prosseguiu – você não costuma demonstrar nada ou se preocupar com ninguém. Isso é um ótimo sinal. Falando nisso, o nosso tio Giovanni quer que leve a sua esposa para o final de semana em família. Ele disse algo sobre entrar na justiça para pegar a herança. – deu de ombros ocultando o resto da conversa – será em toscana como sempre.
–Não importa. Ele não poderá fazer nada. Estou casado legalmente com ela, como o testamento dizia.
–Eu concordo, mas ele não sabe quando perder, não é? – sorriu – acho que seria bom levá-la digo... Para a família conhecê-la.
–Porque eles deveriam conhecer alguém que irá sumir daqui há um ano?
–Fala como se ela fosse morrer.
Raoul passou a mão pelos cabelos procurando as palavras corretas.
–Muito bem, irei levá-la – disse por fim virando-se de costas para Enzo indo embora com a sensação de vazio ao perceber que não havia brigado com ele por ter sumido o dia todo da seguradora.
–Algo me diz que esta viagem será muito interessante – Enzo murmurou para si mesmo sorrindo.
***
–Então Rupert quase te beijou ontem e ainda foi para um show com o primo de seu marido? – Caroline disse estupefata – quem me dera que minha vida fosse tão agitada – sorriu diante do olhar cômico que Emma lhe lançava. – Mas.. Porque afastou Rupert quando se diz tão apaixonada por ele?
Emma olhou para o céu em busca de resposta, pois nem ela mesma entendia o que havia acontecido. Elas estavam sentadas na área da quadra, no intervalo, como costumavam fazer quando precisavam falar algum segredo.
–Eu não sei – confessou sem encará-la – por mais que eu sonhasse com aquele momento, não consegui ir adiante. Acho que estava com medo.
–Medo? De que?
–Eu não sei – sorriu levemente – e você, acha o que?
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