Emma limpou a mesa do café pensativa. Já haviam passado dois dias depois do beijo que havia trocado com Raoul e como sempre ele mantinha-se distante. Como se tivesse medo de encará-la. Por mais que tentasse esquecer, o beijo de Raoul invadia a sua mente. Já estava ficando sem animo quando avistou uma jovem ruiva com quem trabalhava. Sorriu para ela ao vê-la se aproximar.
–Emma, você está com o semblante tão preocupado – a ruiva falou sorrindo. Desde a primeira vez em que havia visto Emma simpatizou-se com a mesma.
–Oi Eliza – a cumprimentou – eu.. Só estou meio confusa – disse vagamente.
–Confusa? Se o assunto for homem posso te ajudar – brincou ao olhar em volta observando os clientes.
Emma não se sentia confortável, mas seus sentimentos a estavam deixando confusa demais. Olhou para a garota a sua frente sem saber se estava fazendo o certo.
–Eliza podemos nos apaixonar por duas pessoas ao mesmo tempo? – indagou lentamente.
Eliza olhou para Emma e sorriu de forma afetuosa.
–Bem... Acho que tudo é possível.
–Mas... Não é o certo. Quero dizer como alguém pode gostar de duas pessoas tão diferentes entre si?
–Talvez sinta atração por um e paixão por outro.
–Atração?
–Sim. Isso é muito comum em sua idade. – disse acenando para o gerente do café que a chamava – pense bem e divirta-se. Está muito jovem para se preocupar tanto – falou sorridente ao se afastar.
Emma ficou parada tentando se entender, mas suspirou frustrada ao perceber que não sabia o que estava sentindo.
“Se amo Rupert então sinto apenas atração por Raoul? Isso é muito confuso” pensou ao suspirar.
Enzo entrou no café olhando em volta a procura de Emma e não demorou para vê-la. Ela estava em pé arrumando algumas coisas próximas de uma mesa, a mais afastada. Ele se aproximou sorrateiro e com cuidado passou os braços envolta da cintura dela.
O corpo da jovem ficou rígido e por um instante assimilou aquela sensação a mesma quando estava nos braços de Raoul. Já ia se virar com um sorriso no rosto, mas deparou-se com Enzo sorrindo.
–Enzo – murmurou decepcionada.
–Esperava alguém?
–Hã? Não – respondeu sem graça afastando-se dele – quer o mesmo de sempre?
–Sim e preciso falar com você.
Ela assentiu ao se afastar trazendo o seu pedido em seguida. O movimento no fim da tarde era pouco o que permitiu que ela se sentasse na mesa dele.
–Aconteceu algo?
–Mais ou menos, cunhadinha – Enzo falou sorrindo ao depositar o seu café sobre a mesa – Raoul veio com uma conversa estranha hoje e preciso saber algo de você antes de responder a ele.
–Não estou entendendo.
–Tudo bem, mas... Sente algo pelo Raoul? – observou o olhar espantado dela seguido por um avermelhamento em sua face. – isso é um sim?
–Eu...Eu não.. Não sei – admitiu.
–Como não sabe?
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