Uma semana já se passara desde que Emma se mudou do apartamento de Raoul. Por mais que não quisesse admitir para si mesma sentia falta dele. Sentia falta de esperá-lo a noite. Sentia falta de tê-lo como companhia no final de semana.
Era sexta-feira quando ela saiu com a mochila nas costas e o semblante serio. Caminhou ate o ponto de ônibus pensativa e não demorou para o transporte coletivo parar em sua frente. Ela subiu, sentou-se no fundo, colocou os fones em seus ouvidos e olhou para o celular.
–Ele nem ao menos me ligou – murmurou ao colocá-lo dentro de sua mochila. Tentou lembrar-se dos motivos que a fizeram sair da casa dele a fim de esquecê-lo, algo que só aconteceu quando chegou ao colégio e se deparou com Caroline e Rupert conversando.
–Oi – falou intrigada ao vê-los. Aquela era a primeira vez em que o viam juntos de forma amigável. – aconteceu alguma coisa?
–Não.. Porque a duvida?
–Então porque esta com ele? – perguntou ao olhar para Rupert, o qual suspirou tristemente.
–Emma.. preciso falar com você.
–Não há o que falar Rupert. – o olhou com frustração antes de virar as costas, mas ele a segurou pelo braço forçando-a a olhar para ele.
–Eu.. fui um idiota. Aquilo que escutou... não era verdade. Estava apenas.. querendo me mostrar, sinto.. de verdade.
–Só porque me disse isso acha que eu vou ignorar o que escutei aquela noite?
–Emma.. Me perdoe – murmurou tristemente – eu só.. fui um grande idiota.
–Rupert...
–Sei que não vai querer falar comigo novamente, mas... me desculpe de verdade.
Emma fitou o seu olhar entristecido ficando tentada a perdoá-lo, mas ao recordar do que escutou sentiu um aperto em seu coração. Ela havia confiado nele. Ela havia confiado em seu primeiro amor e ele a decepcionara. Puxou o seu braço, soltando-se dele.
–Depois falamos sobre isso, Rupert. Agora não consigo esquecer o que escutei de você. Carol.. Vamos? – indagou ao olhar para a sua amiga, a qual assentiu.
“Ela realmente está diferente” Caroline pensou ao segui-la pelo pátio deixando Rupert para trás com o semblante triste.
***
Raoul suspirou ao colocar o relatório em cima da mesa, levantar-se e seguir ate a janela onde ficou apreciando a paisagem. Seus pensamentos encontravam-se longes dali. Por mais que não quisesse só conseguia pensar em Emma, em onde ela estaria e com quem.
–Não posso continuar com isso. Se isso prosseguir.. Não irá acabar bem. Sentimentos apenas deixam as pessoas mais fracas – disse consigo mesmo. – tenho que pensar no bem da empresa. Pensar em meu sonho.
Enzo hesitou antes de abrir a porta da sala de Raoul. Suspirou antes de prosseguir e o encontrou pensativo, olhando pela janela.
–Isso é um milagre – Enzo comentou sorrindo diante do olhar frio que Raoul que lhe lançou – é a primeira vez que entro aqui e não esta trabalhando. Problemas?
–Como se não soubesse – resmungou friamente – qual o motivo de sua vinda?
–A de sempre.. queria lhe ver, meu primo.
–Sabe algo sobre Emma, não sabe?
–O que deveria saber? – indagou sorrindo levemente – a única coisa que eu sei é que ela é sua esposa, és jovem, muito bem e tem um ótimo temperamento.
–Enzo... – o advertiu – ela é menor de idade. Se ocorrer algum problema..
–Não é sua responsabilidade – o interrompeu sem conseguir controlar-se – a única coisa que lhe vi fazendo esse tempo todo foi forçar um relacionamento com ela. Tudo por dinheiro. Não vi se aproximar dela, querer saber os seus gostos, saber o que lhe desgostas, o que lhe da medo.. Esse tempo todo o vi sendo você mesmo, mas agora isso não basta para ela. Não acho que seja tão difícil entender.
–Devo entender que está a acobertando.
–Não consegue prestar atenção a nada que não lhe interesse, não é?
–A única coisa que me interessa é Emma – disse sem perceber o quanto aquelas palavras eram verdadeiras.
–A única coisa que lhe importa é o dinheiro. Se acha que vou contar onde ela está engana-se. Não me importo com nada. Pode me intimidar, me ameaçar. Não ligo. Estou deixando isso tudo de lado. Irei cuidar de minha vida – deu as costas e seguiu para a saída com passos firmes.
–Enzo..Se soubesse o quanto tenho que me segurar. Toda a vez que ela esta ao meu lado é uma tortura. – murmurou consigo mesmo ao se ver sozinho na sala – mas não posso deixar que sentimentos brotem em meu coração. Preciso seguir em frente. – andou ate a sua mesa, pegou o telefone discando um numero – Sou eu. Raoul Belinni, preciso que consiga o endereço de Emma Sartorelli o mais rápido possível.
***
Enrico suspirou entediado ao caminhar pela seguradora. Há algum tempo que desejava falar com Enzo, mas nunca o encontrava em casa. Assim que adentrou o andar do marketing surpreendeu-se por ver todos concentrados, trabalhando. Foi ate a sala de Enzo e o encontrou com a cabeça deitada sob a mesa.
–O dia foi ruim? – indagou prestativo ao se sentar em frente a ele.
–Enrico.. o que faz aqui? – murmurou ao olhar para ele ainda com a cabeça apoiado na mesa.
–Não sei.. estava com tédio – deu de ombros – e você porque esta assim?
–Acabei falando demais para Raoul – suspirou pesadamente – sempre fui tão impulsivo?
–Sim – assentiu sério – que tal pedir desculpas?
–Sou alguma criança? – resmungou ao fazer uma careta.
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