Lição de Amor romance Capítulo 43

–Raoul... O que pensa que está fazendo? – Emma indagou perplexa pelo comportamento dele. Ele encontrava-se sentado no sofá com o semblante divertido. A sua face ainda doía, mas isso não a importava no momento. O que importava era ficar longe dele apesar de ter gostado de vê-lo indo atrás dela.

–Eu já disse. Virei morar aqui com você.

–Isso é ridículo. Não pode fazer as coisas por capricho.

–Mas foi exatamente isso que fez – sorriu convencido – saiu de lá por capricho, alugou isto por capricho e pediu a ajuda de Enzo por capricho.

–Isto.. Esta enganado – tornou aflita – não fiz nada disso por capricho.

–Imagino. – voltou sua atenção para Caroline com o semblante sério – não me pareceu surpresa ao nos ver se beijando.

Caroline sorriu sem graça, pois não sabia se poderia contar que já sabia de tudo. Passou a mão pelos cabelos em sinal de vergonha.

–Pelo visto Emma já lhe contou que somos casados – Raoul prosseguiu a encarando. Ao vê-la com as faces levemente avermelhadas concluiu estar com a razão.

–Raoul.. é melhor sair – Emma tornou ao ver o embaraçamento de sua amiga. – Cansei de seus jogos. Este apartamento é meu e estou dizendo que deve ir embora.

–Poderia nos deixar a sós? – Raoul indagou ao olhar para Caroline, a qual apenas assentiu. Levantou-se, pegou as suas coisas e saiu, mas antes piscou para Emma de forma travessa. Assim que saiu do apartamento estancou ao ver Rupert parado com o olhar perdido.

–Rupert.. O que faz aqui? – Caroline perguntou ao se aproximar dele e só então percebeu as flores no chão – você... O que você viu?

–Emma.. Como ela pode beijar o seu próprio tio? Isso... eu vi errado, certo? Não tem como isto acontecer – murmurou confuso. Seu olhar estava mais perdido que seus pensamentos.

–Rupert.. acho melhor sairmos daqui – Caroline disse calmamente ao colocar as mãos em seu ombro – é melhor conversamos.

–Não.. Eu preciso vê-la – sua voz denotava o desespero que sentia. Esquivou-se de Caroline e ao bater na porta, tentou manter-se impassível ao ver Emma abrir a porta com as faces rosadas e os lábios avermelhados – quem é ele afinal? – perguntou diretamente.

–Rupert.. O que faz aqui? Como descobriu onde moro?

–Emma.. ele é mesmo o seu tio? – apontou para o homem em pé no meio da sala com o semblante sério.

–Rupert.. Depois nos falamos, eu.. eu preciso resolver algo.

–ME DIGA AGORA – gritou sem paciência.

Emma encarou o jovem a sua frente sem reconhecê-lo. Ela nunca havia o imaginado transtornado daquela forma. Antes que pudesse responder sentiu as mãos de Raoul em sua cintura, olhou para ele e teve a certeza do que aconteceria a seguir.

–Ela é minha esposa – Raoul o informou sério – então peço para que não tenha ilusões.

–Es... Esposa? O vi se apresentar como tio dela..

–Foi a melhor forma de não criar tumulto.

–Ela.. só tem quinze anos e o senhor deve ter uns trinta e poucos.

–Trinta anos – o corrigiu puxando Emma para si – se tens duvidas espero que isto acabe com todas elas – segurou o sorriso ao ver a expressão assustada de sua esposa. Passou a mão pelo seu rosto, fechou os olhos e tomou os seus lábios. A beijou com paixão ao mesmo tempo em que acariciava o seu corpo. Seu intuito era mostrar ao jovem a sua frente que Emma era propriedade dele, apenas dele.

Rupert sentiu o chão a baixo de seus pés abrir-se. Entrou em um mundo de escuridão ao vê-la sendo beijada e retribuir daquela forma. Sua vontade era separa-la dela e a levar dali, mas sabia que não poderia fazer nada. Ele ainda era uma criança e ela estava, supostamente, casada. Viu Raoul afastar-se de Emma com um sorriso na face e ela com o olhar perdido o encarando.

–Então.. é verdade, Emma? – Rupert insistiu rogando aos céus que ela desmentisse.

–Rupert.. – olhou para ele e suspirou. Ela não pretendia continuar mentindo para o seu primeiro amor – sim. É verdade.

–Então.. esse tempo todo.. esteve me enganando?

–Eu.. não te enganei.. apenas..

–Cale-se – falou frio – e eu pensando que era diferente, mas enganei-me. – virou as costas e foi embora sem olhar para trás e sem ver as lagrimas nos olhos da jovem Emma, a qual se apoiou na porta ao vê-lo ir embora.

–Menos um problema – Raoul comentou ao puxá-la para dentro e fechar a porta com força – agora podemos decidir o que vamos fazer.

Emma levou a mão aos lábios e em seguida ao seu coração, o qual doía de forma dilacerante. Sua respiração estava difícil e suas vistas turvas.

–Como.. como pode fazer isso? – murmurou pasma olhando para o nada – como pode me beijar na frente dele?

–Isto não importa agora. O que importa é..

–CLARO QUE IMPORTA – gritou ao encará-lo – como consegue ser tão insensível?

–Então você o ama? – Raoul indagou ao ver o desespero e a raiva em seu olhar, sentimentos estes que via pela primeira vez na sua jovem esposa.

–Do que isso importa? Poderá consertar os seus erros se eu lhe responder isso? – indagou ao olhar para ele com frieza. – Só pensa em si mesmo – murmurou consigo mesma ao afastar-se dele, entretanto sentiu a mão dele agarrar em seu braço e a puxar de encontro ao seu corpo – já estou cansada de ser puxada por você.

–E eu cansado de puxá-la para mim, mas continuarei a fazer porque sei que isto.. é a única coisa que pode nos unir – disse sério ao abraçá-la. – “ Só faço isso pela seguradora”pensou incerto “Mas porque me sinto incomodado pelas suas lagrimas? Uma garota como ela não pode ter feito com que eu me apaixonasse tão rápido. Isso não pode acontecer”.

Emma fez menção de afastá-lo, mas deu-se por vencida, pelo menos durante alguns segundos. Sentiu o seu aroma, as suas mãos envolta de seu corpo e desejou poder voltar no tempo. Desejou poder poupar Rupert daquela cena e desejou poder não conhecer o seu esposo.

“Essa seria a forma mais sensata de não sofrer” admitiu para si mesma ao fechar os olhos.

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