A porta do hospital abriu-se dando passagem para um homem pálido. Ele olhava em sua volta tentando enxergar uma pessoa dentre todas sentadas na sala de espera. Ao perceber que isso seria impossível foi ate o balcão de informações.
–Procuro por Emma Belinni – Raoul disse sério aparentando toda a preocupação que sentia. Viu a expressa da atendente e prometeu a si mesmo que se ela demorasse mais algum segundo para lhe informar algo que enlouqueceria.
–Ela está no quarto 506 – falou – fica no quinto andar. – Antes que ela pudesse lhe dizer mais alguma coisa, Raoul saiu apressado. Ele estava em meio a uma reunião quando recebeu a ligação de que ela estava no hospital. Não sabia o que pensar, mas sentiu desespero tanto que largou tudo o que estava fazendo para ir atrás dela. Entrou no elevador, apertou o botão e espero impaciente que as portas se abrissem novamente. O estranho silencio no quinto andar o deixou apreensivo. Caminhou pelo andar em busca do quarto 506, o qual não demorou para achar. Ficou em frente da porta hesitando em abri-la. Respirou fundo antes de colocar a mão sobre a maçaneta e a abrir. Suspirou aliviado ao vê-la sentada ao lado de outra cama segurando na mão do ruivo desacordado.
–Ainda bem – murmurou aliviado ao andar ate onde ela estava. Segurou em sua mão, surpreendendo-a, e a puxou forçando-a se levantar e encostá-la contra o seu corpo – fiquei com tanto medo. Quando me ligaram imaginei que fosse você que estava deitada nessa cama. Nunca mais faça isso. Nunca mais se meta em problemas.
Emma ainda surpresa com o seu gesto aconchegou-se no corpo quente de Raoul. Nem ela mesma lembrava-se do que aconteceu desde o momento em que parou o carro no meio da rua. Lembrava-se vagamente de falar tudo que acontecia para o motorista irritado não demorando para a policia aparecer e ela os levar ate onde Rupert estava desacordado e ainda apanhando.
–Eu tive tanto medo – confidenciou ao deixar algumas lagrimas caírem pelo seu rosto – pensei que... pensei que ele fosse morrer.
–Mas você o salvou. Agora fique calma – disse gentil – eles te machucaram?
–Não... ele não deixou.
–Isso é bom. – olhou para o jovem ruivo deitado na cama com inúmeros curativos. – Já lhe examinaram? Não me parece bem.
–Me deram um leve sedativo, mas já acordei. Estou preocupada com ele.
–Entendo. Diga-me como isso aconteceu?
–Eu... eu estava indo para o ponto de ônibus quando fui abordada por alguns homens. Eles não queriam me deixar passar e tinham uma expressão estranha no rosto quando Rupert apareceu e me salvou.
“Algo não está certo nessa historia” Raoul pensou ao ver a expressão no olhar dela.
***
Cristina depositou o copo com café em cima da mesa e encarou o homem a sua frente com um largo sorriso na face. Para ela a companhia de Enzo estava sendo mais agradável do que imaginara. Eles possuíam os mesmos gostos apesar de pensamentos divergentes em certos aspectos.
–És muito divertido Enzo – Cristina falou sorridente ao olhar para ele.
–Obrigada e você é incrível. É a primeira mulher que conheço que é tão apaixonada por fotografia quanto eu. – sorriu esquecendo-se momentaneamente de Emma. – Poderiamos nos ver outras vezes? Digo.. para falar sobre fotografia, é claro.
–Será um prazer – concordou sorridente. Retirou um cartão de visita de sua bolsa, entregando a ele – pode me ligar quando desejar.
Ele assentiu ao pegar o seu cartão, entregando o seu em seguida. Continuaram conversando como se fossem velhos amigos ate o sol se pôr.
***
–O garoto ficará bem? – Raoul indagou ao medico que saia do quarto onde Emma estava com Rupert.
–Sim. Está apenas sedado. Daqui a dois dias poderá voltar para casa. O coloquei em observação apenas por precaução. Nada demais.
–Ótimo e a garota?
–Ela chegou aqui sem nada, apenas um arranhão simples devido a queda ao tentar parar o carro.
–Parar o carro?
–Sim, soube pelo motorista que os trouxe que ela ficou no meio da pista apenas para ele parar. Ela deve gostar muito desse amigo – sorriu – já pode levá-la para casa.
Raoul assentiu não demorando para ver o medico seguir em frente. Ele olhou para a porta do quarto indagando-se em pensamento quais os sentimentos dela para com Rupert. Retornou para o quarto, andou ate onde ela estava tocando em seu ombro.
–Já pode ir.
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