Meu CEO Mandão romance Capítulo 12

Na terça-feira,  eu estava sem paciência alguma quando encontrei minha secretária na minha sala, colocando papéis debaixo de algumas pastas. Ela estava distraída, observando os papéis espalhados pela mesa. Enfiei as mãos nos bolsos. 

Pigarreei alto o suficiente para que ela se assustasse e me olhasse espantada. 

— Srta. Hamilton, o que está fazendo na minha sala sem minha autorização? — Ela ficou parada, olhando para mim. Seus olhos se fixaram no meu corpo e eu me aproximei, com as mãos enfiadas nos bolsos. — Sabe, você deve ser a pior secretária que eu tive. É distraída, indelicada e curiosa. — Passei por ela, erguendo o queixo. Eu percebi quando engoliu em seco e olhou para os próprios pés. 

— Desculpe, Sr. Ward… eu… eu só… — ela tentou dizer. Eu revirei os olhos e sentei na cadeira, cruzando as pernas e apoiando o cotovelo na mesa. — Desculpa. — Ela voltou os olhos para mim. Parecia nervosa. 

— Eu não quero suas desculpas. Quero que suma da minha frente e leve essa sua cara de idiota daqui — desviei os olhos, dando de ombros, e olhei para o computador. Ela continuou plantada na minha frente, me observando. 

Faziam nove dias desde o nosso café. Aquele dia com certeza foi muito agradável, mas também me fez perceber que nossa relação de chefe e empregada era quase insuportável. Eu tentei fazer com que fosse. Minha irmã conversou comigo há duas semanas, antes de Paul a proibi-la de me ver. Eu tentei conversar com ela, tentei implorar para que não me deixasse sozinho, mas não deu certo. Isso fez com que algo em mim se desgastasse. Fez com que eu percebesse o quão rude estava sendo com todos à minha volta. Mas há oito dias, eu perdi a mulher que me deixava completamente sem chão, e isso me destruiu. A. não está mais falando comigo por conta de uma coisa boba. Eu vinha pensando em fazer isso com ela, e talvez tivesse imaginado que iria aceitar, mas por mais que eu pedisse desculpas, não poderia voltar no tempo. 

— Ainda não fui claro? — Franzi o cenho e voltei a atenção para ela. Ela continuava olhando para mim, como se não entendesse o que estava acontecendo. — srta. Hamilton? — Perguntei, comprimindo os lábios. — Saia da minha sala. Agora. 

— Não. — Ela disse. 

Encarei-a com seriedade. 

— O que disse? — Franzi a testa e ela deu um passo à frente, apoiou a mão na mesa e se inclinou na minha direção. O olhar se tornou duro, frio. Ela cravou-o em mim, e senti como se pusesse as mãos em meu coração. — Srta. Hamilton… se continuar eu… — adverti. 

— Cala a boca — ela murmurou, a voz baixa entredentes me fez engolir em seco. — Seu babaca de merda. Eu já cansei dessas suas alterações de humor idiotas. Eu tive uma merda de dia e nem por isso o maltrato, porque tenha a porra da educação. Se sua mãe não o ensinou direito, não é culpa minha. — Ela disse, o tom seco era um aviso. — Eu já cansei dos seus gritos e exigências. Eu já cansei de tentar agradar você, porque você não merece e, principalmente, cansei de ser a sua secretária idiota que se mata de trabalhar para ser humilhada todos os dias. — Uma lágrima brotou nos seus olhos, o brilho trêmulo que se formou como uma capa era uma mistura de tristeza e raiva. Ela me encarou, em silêncio. 

Seu lábio inferior começou a tremer, e eu tive certeza de que estava prestes a desabar. Ela me fitava com um olhar tão vazio, os olhos verdes pulsando, que podia senti-la. Então, uma lágrima escorreu pelo rosto, e ela desabou. Fiquei encarando, sem saber exatamente o que dizer ou fazer. 

— Eu não mereço, sabe? E… todas as vezes que grita comigo, sinto-me  um lixo. É como se eu esperasse a sua aprovação, mas a cada instante, percebo que nunca vou consegui-la. E… eu cansei. — Sua cabeça balançou lentamente, os fios louros pendurados brilhavam. Ela respirou fundo, empertigou-se e alisou a saia lápis preta. 

— Annelise — eu disse, levantando. Ela não tirou os olhos de mim, e percebi que o temor a tomou por inteiro. Eu levei a mão até seu braço e o apertei, deslizando-o sutilmente. — Me perdoe. — Minha voz se tornou suave, eu notei que sua boca entreaberta selou. Suspirei. — Eu não… não poderia ter feito isso. Você está certa. Sou grandinho o suficiente para saber que não devo tratar as pessoas mal, mesmo assim… eu… — as palavras morreram. 

Pigarreei. 

Ela simplesmente me abraçou. Me abraçou com força, como se dependesse daquele abraço. Eu fiquei parado, sentindo seus braços em volta do meu corpo. Ela apoiou a testa no meu peito e eu coloquei os braços ao redor de sua cintura. A intensidade daquele abraço me fez respirar. Seu calor, sua emoção. Eu me sentia vivo. 

— O que foi isso? — Perguntei num sussurro. 

Ela desgrudou de mim e eu a apertei novamente, indicando que estava gostando. 

— Não. Não pare. — Fechei os olhos. 

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