Resumo do capítulo Annelise (13) de Meu CEO Mandão
Neste capítulo de destaque do romance Romance Meu CEO Mandão, J. P. HOOKE apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.
Eu precisava respirar depois do que acontecera. Minha mente estava a mil, meu corpo estava descontrolado e não conseguia voltar a prestar atenção ao trabalho. Tudo parecia estar rodando, e cada vez que Chase saía de sua sala ou pedia para que eu fosse levar alguma coisa, meu coração parava de bater. Ele me causava aquilo. E eu sabia que estava perdendo de vez o controle, porque pensei em contar a ele que, na verdade, eu sou A. Sentir seu corpo no meu foi como me entregar de bandeja e quando percebi que não teria saída, fiquei desesperada.
Agora era questão de tempo até que eu simplesmente cedesse.
Às quatro horas, Chase me telefonou pelo interfone.
— Srta. Hamilton? — Ele disse. — Você vai me acompanhar no jantar mais tarde. Escolha uma roupa adequada e comporte-se.
Eu não entendi.
Desde quando as secretárias são convidadas aos jantares de seus chefes?
— Claro, sr. Ward. — Respondi, simplesmente.
Às cinco, eu fui para casa. Escolhi um vestido tubinho vermelho, que desenhava cada linha do meu corpo, de modo que fosse sensual e elegante sem ser vulgar. Eu cumprimentei Chase, o meu gato, com um beijinho na testa. Ele estava empoleirado no braço da poltrona, me esperando. Corri. Chase, meu chefe, me ligou. Desde quando ele me liga?
Eu não estava entendendo mais nada…
Corri, pulando num pé só enquanto tentava calçar um sapato.
— Oi, sr. Ward? — Perguntei. — Aconteceu alguma coisa?
— Não. Não me chame de sr. Ward. Me chame de Chase, por favor. — Chase? Isso era intimidade demais. Eu franzi a testa e disse:
— Sim.
— Um carro a buscará e a levará ao endereço.
Chase não havia dito onde seria ou sobre o que seria. Eu tinha começado a imaginar mil coisas, mas ao que tudo indicava, eu era necessária para a ocasião, pois se não, por que motivo me convidaria?
Alguns minutos depois, desci e vi o carro, um carrão preto. Eu me dirigi até ele e entrei, batendo a porta. Me deparei com Chase do meu lado.
A situação se tornou confusa quando olhou para mim e abriu um sorriso.
— Você está linda.
Eu tenho certeza que fiquei vermelha. Seu tom de voz firme e autoritário me causava isso. Meu corpo reagia de maneira estranha quando estava perto dele. Eu gostava da maneira como me sentia, mas ao mesmo tempo odiava saber que era apenas uma gentileza. Homens do seu tipo não se interessam por mulheres do meu tipo.
Durante todo o trajeto, não trocamos mais nenhuma palavra. O silêncio entre nós era inquebrável desde cedo, e eu percebi que se estendia até agora. Por mais que sentisse seu olhar em mim, eu tinha certeza que não me via, e eu fingi não vê-lo também.
Chegamos ao restante La Nuance, um cinco estrelas que era tido como um dos melhores restaurantes de Nova York. Eu me inclinei para abrir a porta, mas Chase balançou a cabeça, abriu a porta do seu lado, saiu e contornou o carro, abrindo a minha e me deu a mão. Eu o agradeci com um sorriso tímido e saí do carro.
Ele fechou a porta, pousou a mão nas minhas costas e sorriu gentilmente, me acompanhando. Fomos recebidos por uma mulher, que nos desejou boa-noite e nos deu um cartão. Depois, seguimos na direção de uma parte reservada que La Nuance disponibiliza para clientes de honra. Chase apontou a para uma mesa do canto quando entramos no salão estonteante. A porta dupla atrás da gente fechou num baque quase silencioso. O som dos meus saltos batendo ecoava por todo o salão, desde o luxuoso lustre que pendia do teto, até as mesas requintadas. Caminhamos até a mesa no canto, que permitia vista para a cidade. Ele puxou uma cadeira para mim e sentou-se à mesa.
Eu congelei de repente, sem saber o que fazer. Ele notou minha insegurança e sorriu. Era o tipo de sorriso que dizia muito mais que palavras. O garçom nos serviu champanhe e eu peguei uma taça.
— Obrigada.
Ele acenou com a cabeça e passou por nós, indo na direção de outra mesa.
— Por que me trouxe aqui? — Perguntei.
— O sr. Sheppard me convidou, e pediu para que trouxesse uma acompanhante. Se não se importar, eu adoraria que fosse a minha hoje.
Avaliei sua expressão. Estava sendo sincero.
— É tarde demais para dizer não, de qualquer forma — dei de ombros e o encarei.
— Iria dizer não a mim? — Perguntou, levantando uma sobrancelha.
— Talvez.
— Por quê?
— Talvez não seja apropriado. — Ele franziu a testa e balançou a cabeça, desconsiderando o que falei. — Digo, talvez não possamos deixar que nossas vidas pessoais atrapalhem a vida profissional. — Ele me olhou com curiosidade.
— E por que acha isso?
Eu não sabia, na verdade. Pensei, e por um segundo achei que estivesse me expondo completamente. Ele me olhava de um jeito, como se eu estivesse nua. Seu olhar me incomodava. A intensidade dele.
— O que aconteceu mais cedo foi um erro. E… eu sinto muito. Mas não vejo motivos para que queira me recompensar por isso.
— Não se sente confortável, Annelise?
Eu fiz que não.
— Não?
— Não. Me sinto confusa. — Eu inclinei sobre a mesa. — Eu não entendo o por que ou como ficou assim, mas não sou sua cobaia. — Ele se empertigou e bebeu um gole do champanhe.
— Eu nunca a testei, Annelise. Mas você me fez perceber que sua personalidade é realmente surpreendente. Eu me sinto… diferente, ultimamente, e isso não é ruim. — Ele se inclinou na minha direção. — Também estou confuso. — Piscou.
— E o que quer?
Ele colocou a mão sobre o peito, como se tivesse acabado de ofendê-lo.
— Eu quero conhecê-la, porque você me deixa confuso. — Ele contou. Eu não conseguia entender o motivo pelo qual esse apreço repentino o cativou. Mas por algum motivo, eu não conseguia desconsiderar as borboletas que roçavam em meu estômago naquele momento. — Me deixe fazer isso.
Eu abri a boca, mas não consegui dizer nada. As palavras reverberavam em meu corpo, um eco sem sentido que me tomava por inteiro.
O sr. Sheppard, Alan Patrick, uma mulher elegante acompanhada de um homem chegaram. Eles andaram na nossa direção e ocuparam a mesa. Logo, o meu assunto com Chase morreu, perpetuando a pergunta do por que e como aconteceu. Eu não conseguia achar uma resposta certa, mas de acordo com o que disse, eu o ajudava de alguma forma. Nossa aproximação era muito confusa, visto que nos últimos dias ele me tratava cordialmente.
Depois de me oferecer dinheiro para que eu fosse sua, minha opinião sobre Chase Ward mudara; ele era um babaca por fora e um bom homem por dentro, mas cavar até lá era complicado demais. Eu já havia desistido da ideia de que agradá-lo para manter meu emprego fosse uma boa opção, principalmente por ser tão cansativo. Eu tive que parar de falar com ele pelo chat anônimo, porque percebi que aquela atitude estava tomando muito de mim. Eu o ignorei, porque não conseguia lidar com o peso de saber que estava o enganando.
O jantar correu super bem. O homem que acompanhava a mulher era gentil e atencioso. Alan e Chase apresentaram a ele suas ideias para a campanha. Chase havia me dito sobre a competição, e imaginei que fosse mais uma etapa. Quando acabaram, o sr. Sheppard conversou um pouco com o homem enquanto eu e a mulher trocamos sorrisos educados. Chase olhou para mim, respirando profundamente. Eu nunca o vi tão nervoso quanto hoje.
— Sabe, eu acho que a sua apresentação foi muito melhor — eu disse. Ele sorriu agradecido.
Depois que o sr. Sheppard e o homem, o sr. King, debateram, viraram para nós e estenderam a apresentação de Chase sobre a mesa. Com uma careta, Alan fitou meu chefe, então forçou um sorriso. A mulher se inclinou na minha direção, apoiando as mãos no queixo, elegantemente.
— O sr. Ward é talentoso — ela disse, lançando um olhar para ele. — Você tem sorte.
Eu balancei a cabeça.
— Não, não… eu… eu sou só a secretária dele.
— Isso nunca impediu ninguém, querida. — Ela bebeu um gole do vinho que pedira e eu olhei para Chase em minha frente, com um sorriso vitorioso no rosto.
— Está tudo bem. — Ofereci um sorriso amigável.
— Vamos jogar?
— Sim! — Assenti. — Eu vou detonar você. — levantei. Ele fez o mesmo.
Depois de alguns minutos, e de derrubar seis pinos, foi a vez dele. Eu o vi se preparar, apoiando os pés no lugar certo, o olhar atento, o corpo posto. Ele se endireitou, jogou a bola e a vi correr pela pista, até acertar uma pilha de pinos. Oito. Ele comemorou, fazendo uma dancinha. Eu o encarei, apoiando as mãos nos quadris.
— Sua vez, docinho. — Ele piscou, o sorriso convencido no rosto me fez querer pular em cima dele e estapeá-lo.
Revirei os olhos, peguei outra bola, me preparei e lancei na pista. Nove pinos. Eu pulei de alegria, quase aos gritos. Ele estirou a língua e zombou de mim. Me aproximei, e começamos uma guerra de caretas. Minha cara se contorcia, formando caretas horrorosas, mas não tanto quanto as deles. Então, caí na gargalhada. Ele também. E sem nem perceber, estávamos tão perto um do outro, que parecia natural. Era como se nos conhecêssemos a vida toda, e estivéssemos nos reencontrando depois de um tempo afastados. Chegava a ser doloroso quando se afastava demais, ou quando desviava a atenção de mim. Eu queria ser notada, ser tocada, independentemente do que fôssemos naquele instante. E ele me dava tudo isso de bom grado.
Quando finalmente terminamos a rodada, ele ganhou — injustamente, óbvio — eu me aproximei e o cutuquei com o cotovelo. Chase se virou para mim, os olhos brilhando de empolgação, os lábios macios desenhando um sorriso que iluminava todo o universo.
— Você ganhou — admiti.
Ele fez que sim, esfregando as mãos e olhando para mim.
— Pensei que ia me detonar — provocou ele. Eu entreabri a boca e franzi a testa, o encarando. A audácia me fez fazer uma cara engraçada, e ele riu, apontando o dedo na minha direção. — Você está com o dente sujo de batom!
Eu arregalei os olhos. Ele explodiu em risadas. Comecei a bater de leve contra seu peito, pedindo para que parasse de rir de mim. Ele continuou, até que pegou minhas mãos, prendendo os pulsos, e puxou-me para perto sem querer, colando nossos corpos. Meu coração acelerado juntou-se ao dele, os batimentos vibraram juntos, pulsando em sincronia. Nossos olhares se cruzaram, aprofundando-se, afundando cada vez mais. O silêncio à nossa volta se tornou quase imperceptível, e naquele instante imaginei que exista apenas nós. Seu toque forte e quente percorria meu corpo todo, alastrando ondas intensas e vigorosas que me paralisaram completamente. E eu o olhei, olhei, olhei...o azul intenso se tornava cada vez mais brilhante, queimando, ardendo e me possuindo. Senti o olhar desviando até meus lábios, e por um momento notei as engrenagens de sua mente funcionando. Ele estava pensando. Talvez avaliando a ideia de inclinar a cabeça e me beijar, mas preferiu virar a cabeça e soltar meus braços.
— Acho melhor ir para casa — eu disse, ele me encarou, a chama dançante em seus olhos morreu.
— Está bem. — Concordou. — Vou chamar o motorista.
Eu assenti.
***
Chase foi comigo até o apartamento para ter certeza de que eu estaria bem. O trajeto de carro me deixou tensa. Os ombros, o corpo… todo o meu corpo retesou. Só de pensar que o que aconteceu mais cedo era real, eu perdia o controle. Queria berrar, correr pelas ruas de Nova York gritando de alegria, mas preferi me conter.
— Boa noite — eu disse, oferecendo um sorriso. — Eu gostei muito de hoje. — Virei para a porta e encaixei a chave que peguei da bolsa na fechadura. Ele pegou meu braço, roçando o polegar de leve.
— Ainda não — declarou, o tom autoritário me fez morder o lábio inferior. Eu virei na sua direção. — Você ainda não me contou o segredo. — O sorriso singelo em seus lábios era doce.
— O que quer saber?— Perguntei.
— Você deu o nome do seu chefe ao gato porque gosta dele, ou porque o odeia? — A voz aveludada se internalizou no meu peito, e eu respondi, com toda a sinceridade que era capaz:
— Porque gosto dele. E porque combina muito. — Sorri de canto.
— Boa noite, Annelise. — Ele sorriu convencido e girou, dando as costas para mim, se afastando.
— Anne. — Eu disse.
— O quê?
— Me chame de Anne.
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