Chase finalmente tinha sido liberado e voltou para o apartamento. Depois de muito insistir, eu aceitei seu convite para ir com ele. Chase precisava de alguém por perto para lhe ajudar e mesmo que eu não tivesse certeza de que seria mesmo uma boa ideia, percebi que seria muito bom passar um tempo com ele. Nossa última discussão, de mais de uma semana atrás, ainda estava no meu peito, entalada na garganta. Mesmo depois de um turbilhão de acontecimentos, ainda lembro da sensação de humilhação que me fez passar. Eu nunca poderia perdoá-lo por isso, mas não o odiava por causa disso, eu não poderia. Qualquer sentimento contrário a uma sensação lancinante de paixão me deixava confusa. Mas eu estava confusa… de todo modo.
— O que vai fazer? — Perguntou ele. Eu peguei uma frigideira na gaveta do balcão e a ergui no ar, sorrindo de canto. — Aposto que sabe cozinhar. Você sabe fazer coisas deliciosas… por que não saberia? — Ele caminhou, apoiando-se nas muletas, até a banqueta do balcão, onde sentou-se com dificuldade. Ele não precisava se mexer muito, mas não conseguia ficar parado no canto. — Não gosto de quando me olha assim. — Ele disse, indicando meu olhar de apreensão. — Parece minha mãe. — Ele piscou e franziu a testa, enquanto se acomodava na banqueta. — E, além do mais, eu estou bem o bastante para ver você cozinhando. — Olhei para ele por cima do ombro e notei seu sorriso malicioso.
— Na verdade — eu disse — eu não sei, mas sei fazer algumas coisas. — Contei, colocando a frigideira sobre o balcão. Ele ergueu uma sobrancelha. — Panquecas.
O papai adorava fazer panquecas e ensinou-me e a Abby a fazer. Nós nunca fomos tão boas quanto ele para ser sincera, mesmo assim era muito bom perceber que ainda lembrava dele desse jeito. Eu tentava esquecê-lo de vez em quando, mas era inútil e, na verdade, doía muito perceber que sua lembrança me magoava. Eu não tinha aceitado, na época, que ele tivesse mesmo partido, mas era verdade; a mais pura e cruel delas.
Virei na direção de Chase.
— O que foi? — Ele perguntou. Eu respirei fundo e entreabri os lábios. Ele levantou da banqueta e eu apoiei os braços no balcão. — Você está bem? — Eu fiz que sim.
— Só uma lembrança. — Ele piscou e assentiu, então aproximou-se, apoiando-se no balcão. Ele o contornou e me alcançou.
— Eu odeio estar assim — ele disse. — Eu não posso ao menos pegar você. — Chase disse, aproximando-se mais. Chase colocou a mão sobre o meu braço e sorriu. — Eu queria poder apagar coisas do meu passado. — Ele virou-se de costas para o balcão. — Seria mais fácil de esquecer. — Ele olhou para mim do canto do olho.
— O que apagaria? — Eu perguntei.
— Muitas coisas. Principalmente todos os erros que cometi. — Disse, voltando a atenção para a frigideira. — É engraçado… — ele pegou o cabo e comprimiu os lábios. — Eu vivi uma vida em busca de algo, mas eu nunca soube exatamente o que era. Eu tentava me sentir completo, entende? Sentia que algo faltava, uma peça estava fora do lugar. — Eu assenti. — Mas acontece — ele pegou minha mão e puxou-me para perto — que eu não estava procurando algo. Estava procurando alguém.
Seu sorriso contra meus lábios era fervoroso e indiscreto. Eu apoiei a mão em seu peito.
— E as panquecas? — Perguntei, a testa colada na sua. Ele apertou minha cintura contra seu volume e colocou a frigideira de volta no lugar.
— Fodam-se as panquecas. — Ele disse. — Quero comer outra coisa. — Chase passou a mão por meu braço, escalando-o até o topo, então correu a mão pela curva do meu pescoço e segurou meu rosto. — Eu quero você.
Ele capturou meus lábios com os seus, um beijo delicado que se tornou ardente rapidamente, fazendo com que minha alma sentisse a sua. Sentia sua respiração quente contra o meu pescoço.
— Suba no balcão — ele disse.
— Pensei que o médico tinha dito que… — ele colocou a mão entre as minhas coxas e a levou para mais perto da minha intimidade, o roçar áspero de seus dedos fez um arrepio correr minha espinha. Chase cravou seus olhos em mim, vi a luxúria dançar atrás do azul sufocante.
Ele afastou minhas pernas e entreabri os lábios. Minha respiração se tornou lenta, quase sufocante. Ele abaixou-se, segurou minhas pernas para se manter equilibrado e subiu minha saia.
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