Meu CEO Mandão romance Capítulo 74

Depois de nossa breve viagem aos Hamptons, Chase teve que voltar à Nova York rapidamente. Conseguimos aproveitar um pouco de tempo juntos, visto que o trabalho nos separava por algumas horas. Eu entendia por que Chase se sentia inseguro quando estava longe de mim o suficiente para que eu ficasse desacompanhada. A questão, no entanto, é o quanto isso o incomodava. Quando chegamos, o sr. Sheppard o convidou para um almoço, e Chase tentou insistir para que eu o acompanhasse, mas o sr. Sheppard não gostou muito de ser contrariado. Às três da tarde, Chase se despediu, carregando uma mala. Parecia que precisariam viajar por um ou dois dias. 

— Parece triste — O sr. Bachmann disse, parando ao lado da porta entreaberta. — Eu não sei muito sobre isso… sobre relacionamentos — ele sorriu, como se me oferecesse uma oportunidade de afastar a crescente sensação de vazio. — Mas diria que o que tem com Chase é realmente muito forte. 

Talvez esse fosse o problema. 

Quando estávamos na festa, ontem à noite, eu quis esganar a vagabunda que se esfregava nele. Chase não parecia se incomodar com a história, e eu sabia que fazia parte de sua vida. Era assim que construiu-se de pouco em pouco; mas isso não deixava de martelar em minha cabeça. Me fez querer saber mais sobre seu passado. Nunca conversamos exatamente sobre nossos relacionamentos e, por mais que pareça algo excruciante para uma conversa, iria nos livrar de situações como a da maldita festa. 

O sr. Bachmann continuava me encarando, então se aproximou e respirou fundo. 

— Eu também já fui apaixonado assim. Nina. O nome dela era Nina. Ela morreu antes do nosso casamento e, desde então, eu não sei o que tem de errado comigo… acho que nunca vou conseguir superar isso direito. — Ele disse, se inclinando na minha direção. Seu sorriso brilhante e largo que antes estava ali sumiu, dando lugar a uma expressão séria, quase sombria. — Não deixe que o amor atrapalhe sua vida, srta. Hamilton. Trabalho. Vamos voltar ao trabalho! 

Franzi a testa, e o acompanhei com o olhar. O sr. Bachmann se dirigiu até sua sala, trancou-se lá dentro e eu voltei ao meu trabalho, colocando os fones no meu ouvido e enterrando-me nas pilhas de email que chegavam sem parar. 

Um em especial chamou minha atenção: 

De: Chase Ward 

Para: Annelise Hamilton 

Assunto: Roubei uma calcinha 

 Não consigo parar de lembrar de você se contorcendo daquela maneira sexy, Anne. É uma pena eu não poder estar aí para fazê-la desmaiar de tanto prazer. Enquanto isso, roubei uma de suas calcinhas para poder me aliviar. 

P. S.: Eu definitivamente amo sua calcinha. Posso sentir seu cheiro. Nunca me satisfaço, mas serve. 

Sorri. 

Chase sendo Chase. 

Eu amava isso. 

***

Às oito e meia, quando consegui sair da Shaffer & Sheppard, corri para o meio-fio e esperei os carros passarem. Nunca parecia acabar, o que me me deixou bastante frustrada. Bufando pela sexta vez, senti meus ombros duros descerem. 

O sr. Bachmann saiu logo depois, e eu fingi não o ter visto de propósito. Não costumávamos nos falar muito depois que o expediente acabava, principalmente porque Chase não gostava de ver isso, e eu me sentia um pouco culpada por fazê-lo. Eu sabia que era idiotice, afinal conversar não arranca pedaço, mas também havia outra coisa ali. Era o jeito de Sebastian, ou o modo como ele levava tudo. Ele costumava ser um homem decidido, inteligente e sagaz durante o trabalho, mas a cada dia que passava, trazia uma acompanhante nova. Sempre do mesmo perfil: loira, alta, peitos e bunda grande. 

Hoje, por outro lado, ele não recebeu nenhuma acompanhante. 

— Anne? Pensei que já tivesse ido. — Disse ele, segurando uma pasta de couro na mão e na outra o capacete preto. Ele trocara seu terno chique por uma jaqueta que dizia " Diabolic Apple" e se dirigiu à moto, estacionada do outro lado da rua. Sebastian parou, me encarou e gesticulou. — Esperando um táxi? Vem. Eu posso te dar uma carona. — Ele disse, um sorriso amplo se formou em seu rosto. 

Eu segurei meu braço, meio sem jeito e assenti rapidamente, dispensando o que oferecera. Ele se aproximou.  

— Ao contrário do que as pessoas dizem — ele se aproximou um pouco mais — eu não mordo. Não se não quiserem. — Ele deu uma piscadinha. 

— Acontece que estou indo para o Pet Shop da minha irmã, e meio que é bem perto daqui. Não quero incomodá-lo. — Ele ergueu uma sobrancelha e me encarou com seriedade. 

— Certo. — Seu tom saiu seco e indelicado, nada como a voz manhosa de alguns segundos atrás. 

— O que é isso? — Perguntei, puxando conversa. Quando virou, deu para ver a estampa de sua jaqueta de couro, que abraçava os braços musculosos. 

Ele virou-se na minha direção. 

— Um clube. Diabolic Apple. Em Los Angeles. Minha casa. Um clube de motoqueiros onde o lema é a reciprocidade. — Ele contou. — Foi lá que conheci a Nina, mas… — sua voz se tornou fraca e ele baixou os olhos. — Não importa. Não mais. — Seus olhos eram tristes, e me olhavam com o que eu julgava ser curiosidade. — Posso te perguntar uma coisa? 

Eu fiz que sim. 

Era justo, depois da minha pergunta. 

— Por que namora o cara mais babaca de Nova York? Quero dizer… Chase Ward não é conhecido por ser bonzinho ou caridoso. Nem muito menos parece ser o tipo de cara que compra flores e bombons. — Eu o encarei. Onde ele queria chegar com essa pergunta? O sr. Bachmann se aproximou, começou a me rondar e continuou: — Dinheiro? Sexo? Desespero? 

Franzi o cenho. 

— Não é da sua conta. 

— Desculpe. — Ele disse. — Não foi minha intenção ofendê-la. Parece se preocupar bastante com ele, apesar de que… bom, não sei se digo o mesmo em relação a ele. 

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