Eu estava quase enlouquecido.
Fazia três dias. Três dias!
Pedi a Annelise que fosse ao aeroporto me esperar quando eu chegasse. O voo até Boston foi tranquilo. O sr. Sheppard praticamente não me deixou em paz durante os três dias. Eu consegui fisgar um novo cliente para a agência, mas senti algo que não costumava sentir: medo. Pela primeira vez, eu tive medo. Tive medo do que poderia ter acontecido comigo e tive medo, em cada turbulência e atraso do voo, do que poderia estar acontecendo com Annelise. Era algo cruel e terrível, que te envolve em um abraço de frustração e desespero. Meu celular descarregou logo depois de pousarmos em Boston, e eu nunca quis tanto estar ao lado de Annelise como naquele momento.
No dia seguinte, quando enfim estava com o celular carregado, o sr. Sheppard me chamou para um evento de angariação de fundos. Conseguimos fazer contato com Chance Carter, um magnata de Nova York. Conrad tentou conversar com ele por toda a noite, mas eu fui o único que conseguiu realmente falar com ele. Tínhamos que achar novos clientes para a Shaffer & Sheppard, visto que as outras agências estavam se unindo para detonar de vez conosco.
Após o evento, fui direto para o hotel onde tinha me hospedado, tomei um banho quente e caí na cama. Imagens de Annelise vieram à minha mente, lembranças enevoadas de seu sorriso, do meu pau escorregando em sua boceta.
Eu sorri.
Meu coração ficou tão apertado, que pensei que fosse chorar.
Essa mulher estava acabando comigo, e eu não conseguia odiar cada sensação de preocupação, ciúme ou raiva, porque só de pensar nela com outro homem, meu coração se afundava dentro do peito.
Liguei para Annelise, e ela me atendeu, grogue de sono.
Vestindo uma boxer branca, tirei uma foto da minha ereção que marcava o tecido e mandei para ela em anexo.
— Viu? Eu tô duro por sua causa. — Disse. Ela riu do outro lado da linha, achando muito engraçado, mas não era. — Não ria. Não sabe o quanto sinto sua falta. De me enterrar em você. De provar você. Acho que nunca quis tanto uma coisa.
Ela fez silêncio do outro lado da linha.
Eu franzi a testa, percebendo que algo estava errado:
— Aconteceu alguma coisa? — Sentei-me, apoiando as costas na cabeceira da cama.
Annelise me contou sobre seu dia, como sentia minha falta e conversamos um pouco sobre o trabalho. Eu não queria cansá-la dizendo como foi difícil fisgar novos clientes para a agência, principalmente depois que boatos sobre a Global Media se unir a uma das maiores agências de Nova York passaram a correr. Todas as empresas queriam a fusão entre elas, e todas as agências competidoras iriam ser esmagadas.
Senti o pescoço sufocando, apesar de não ter nada ali.
Respirei fundo.
— Ainda está aí? — Perguntou ela.
— Estou.
— Aconteceu algo mais cedo. — Ela respondeu. — O sr. Bachmann me perguntou o motivo de estar com você. Eu não entendi o motivo de sua insistência, mas acho que deve haver alguma coisa…
— Não se preocupe com isso. — Eu a interrompi. — Qualquer que seja a implicância dele comigo, eu vou resolver. O sr. Sheppard vai ficar satisfeito em dar um pé naquela bunda dura do Sebastian quando descobrir sobre isso. Ele fez algo com você? A insultou? Tentou algo? — Perguntei.
— Não. — Ela respondeu.
— Bom. Muito bom. Ao menos sabe que não pode mexer com a minha garota. — Eu disse. Annelise ficou em silêncio novamente. — Annelise?
— Sim?
Meu coração bateu um pouco mais acelerado.
— O que acha de ir morar comigo? — Perguntei. — Acho que já passou da hora de admitir que não posso ficar longe de você. E… eu percebi que o trabalho me afasta, e não gosto nenhum pouco dessa sensação. Por um momento quis desistir de vir para Boston. Quis voltar só para ficar com você, agarrado naquela maldita cama. Eu queria. Muito.
— Chase… eu… não sei se posso largar meu apartamento.
— Entendo. Mas… não precisa responder agora. Pense. Pense o suficiente, e depois, me diga. Eu juro que vou me preparar para o que quiser. Até se quiser que eu vá morar com você. — Ela riu.
Isso foi o suficiente para meu coração se aquecer.
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