Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 212

Capítulo 212 – Será que é paixão?

Hugo

Eu amei a Jordan antes mesmo de realmente entender o que era amor. Estranho, né? Mas o sentimento que tenho por ela foi me consumindo aos poucos. No começo, eu não entendia. Achava que era por tudo que o Brandon fazia, por ele oscilar entre amor e ódio.

Quando finalmente entendi o que significava tudo aquilo, eu quis me declarar. Só que o Brandon me afastou dela... E tinha a nossa diferença de idade. Pra mim, seis anos faziam uma baita diferença. E por ironia do destino, ela ficou com um cara dez anos mais velho.

Acho que isso foi um recado do universo:

“Você foi burro o suficiente.”

E eu acabei deixando o amor da minha vida escapar.

Nos últimos instantes, eu tentei. Algo dentro de mim ainda tinha esperança de que, se ela sentisse meus lábios no dela, se soubesse do meu amor… o dela também se acenderia.

Ilusão.

Mas minha gatita é boa demais, me entendeu, me perdoou.

Só que… eu ainda quero mais.

Uma parte de mim diz: “Ainda dá tempo.”

Enquanto a outra responde bem claro:

“Siga em frente.”

E foi no meio dessas dúvidas que ela apareceu.

Eloisa.

Ela me irrita num nível que ninguém jamais conseguiu.

Seu deboche, suas brincadeiras com aquele fundinho de verdade, sua inteligência, os olhos verdes que nos prendem, o cabelo que quase nunca está solto, e quando está, cai em ondas perfeitas… O jeito dela que cativa todo mundo.

E o corpo…

Droga! Eloisa é tão perfeita que me irrita ao extremo.

Agora me diz:

Como pode uma pessoa com todas essas qualidades, ao invés de me cativar… me deixar furioso?

Ela é completamente o oposto da Jordan. A Jordan é linda e nem percebe.

Enquanto a senhorita Fontana… sabe o quanto é linda. E adora se exibir.

O vestido de hoje foi a prova disso.

E o flerte com o Andrew? Aquilo foi a gota d’água.

Minha vontade era levá-la pra um canto e dizer umas boas verdades, do mesmo jeito que ela adora fazer comigo.

Mas tudo isso…

Se perdeu no instante em que a Elena foi ferida.

E eu vi na Elo um desespero que me dilacerou.

Andrew se ofereceu pra ir com ela na ambulância. Eu queria protestar, mas o Ethan me impediu:

— Deixa ele ir. A Elo precisa de apoio agora, não de brincar de cão e gato.

As palavras dele mexeram comigo.

Não era isso que eu queria.

Muito menos a impressão que queria passar.

— Andrew, acho que o Enzo precisa de um curativo. Você vai ser mais útil aqui — disse Chen.

Andrew apenas assentiu… mas a decepção ficou estampada no rosto dele.

Só não sabia se era por amizade... ou por outra coisa.

— Não estrague isso, hermano — Mateo comentou ao se afastar.

Eu fui direto em direção à ambulância.

— Temos que seguir, ela precisa de atendimento. Se mais alguém for, tem que ser agora — disse o paramédico.

— Eu vou — respondi de imediato. Mas antes que eu entrasse:

— Leva isso — Javier me entregou uma arma. Assenti, peguei e guardei na cintura.

Assim que entrei, vi a Elo chorando silenciosamente.

Ela passava a mão no rosto da irmã, que ainda estava desacordada.

Me sentei ao seu lado, em silêncio.

— Preciso que me responda algumas perguntas. Acha que consegue? — o paramédico perguntou.

Ela apenas assentiu com a cabeça.

Em alguns minutos, respondeu tudo. Depois, encostou a cabeça na parede do automóvel e fechou os olhos. As lágrimas não paravam de escorrer.

Não resisti.

Estiquei a mão e as enxuguei.

Eloisa sentiu meu toque, mas manteve os olhos fechados.

Até que encostou a cabeça no meu ombro.

Beijei seus cabelos, puxei uma de suas mãos e entrelacei nossos dedos.

Ela não disse nada.

E eu também não.

Esse não era o momento.

Mas algo dentro de mim dizia que… a gente precisa conversar. E logo.

— Mike — o motorista chamou.

— Qual o problema? — Mike perguntou ao motorista.

Mas foi o cara do banco do passageiro quem respondeu:

— Tem uns vinte caras impedindo a passagem. E todos estão armados.

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