Nas Mãos do Dono do Morro romance Capítulo 11

Amanda

Vou parar de fingir que eu estou com medo. Tá na cara que esse "dono do morro" tá mais pra justiceiro do bem. Eu só não consigo entender o que ele quer comigo, posso até concordar se o plano dele é apenas me dar uma lição, isso seria um grande favor à sociedade. Mas não seria muita hipocrisia ele me punir por algo que ele mesmo faz com as outras pessoas?

— Amanda!?

— Sim, viemos ver como vocês estão.

— Tá, mas não foi só isso que eu perguntei pra você.

— Pai, ele é um ótimo esposo, me trata bem e me dá tudo o que eu quero.

— E você sabe disso em apenas uma noite?

— Sogro, eu garanto pro senhor que a Amanda está feliz, a gente veio aqui hoje porque a bichinha já está com saudades e eu não gosto de vê-la triste, na verdade, estamos pensando em fazer uma cerimônia de casamento, mas antes eu quero a sua benção, o senhor nos dá?

— Felipe!? Vamos com calma, né? Antes eu quero fazer o teste de gravidez pra ver se realmente estou grávida, se der positivo a gente faz a cerimônia, mas se der negativo eu acho melhor esperarmos para planejarmos com mais tranquilidade.

Eu acabei de ter a certeza absoluta: ele sofre de demência. Não tem outra explicação para as atitudes incoerentes dele.

— Estavamos um pouco abalados ontem, mas é que vocês nos pegaram de surpresa — minha mãe disse entregando um pedaço de bolo pro Felipe, — mas durante a noite nós conversamos e decidimos apoiar vocês.

Ah, tenho certeza que o pequeno embrulho de dinheiro que o Felipe deu pra eles os deixou mais mole, ao ponto de me entregarem de bandeija.

— A senhora é a melhor sogra que eu poderia ter, — nossa, que vontade de meter um soco na cara desse louco.

— Ai, estou sentindo uma pontada na barriga — reclamei fazendo uma cara de dor.

Tudo o que eu mais quero é sair daqui o mais rápido possível e acabar com essa palhaçada toda.

— Filha, o que está acontecendo? — meu pai perguntou preocupado.

— Leve ela no médico, Felipe, ou ela pode perder a criança — minha mãe advertiu.

Quase comecei a rir, se não fosse a minha raiva maior que a graça eu estaria morrendo de rir agora.

— Tem certeza, linda? Será que não foi a coxinha que você comeu?

— Minha mãe está certa, vamos pro hospital, está doendo muito.

— Toma sogrinha, pra senhora comprar uns doces pro pivetinho, — ele deu mais dinheiro pra minha mãe.

Reviro os olhos e saio pra fora. Vou direto pro carro e entro, fico sentada esperando o Felipe vim.

— Qual é o seu problema? — perguntei quando ele entrou dentro do carro também.

— Tchau, amanhã a gente vem jantar com vocês então! — falou acenando com a mão.

Fico olhando a cena, atônita e desesperada.

O vai acontecer quando eu poder voltar pra minha casa? O quê qur eu vou dizer pros meus pais?

— Ligue o carro e vamos, — falei impaciente.

— Tá, vamos, — ligou o carro e dirigiu.

— Felipe, você não precisava fazer tudo isso, né? Minha mãe gosta de você, e agora? Você é mentiroso além de bandido?

— Amanda, isso não tem que ser uma total mentira.

— Como assim?

— Podemos fazer de conta que somos realmente um casal.

— Eu sabia que você gostava de mim, você tem um jeito bem estranho de dar em cima das garotas, né?

— Não viaja, Amanda, estou tentando dizer que eu preciso de você em uns corre, em troca eu ajudo a sua família, o que você me diz?

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