Nas Mãos do Dono do Morro romance Capítulo 18

Felipe

Enquanto eu vou com a arma metendo bala em geral que tenta nos impedir, Luizinho dirige o mais rápido que consegue, tivemos que improvisar já que o outro deu no pé, aquele vacilão do caralho.

- Cadê eles?

- Acho que eu dei perdido neles, vou aceitar a parte do cuzão, acho que tá bem merecido, né?

- Com certeza, mano, agora vamos lá no estacionamento do supermercado Azulinho, lá a gente disfarça melhor, pega outro carro e vazamo.

- E a mina?

- Ela tá suave, quando a gente tiver no outro carro eu ligo pra ela e vai dar tudo certo, molezinha.

A verdade é que eu estou nervoso pra caralho. Deu tudo errado. Mas pelo menos estamos nos virando e tamo com a grana.

(...)

No estacionamento do Azulinho foi fácil por causa do movimento de pessoas desapercebidas e carros dando sopa.

Amanda

O guarda se alarmou e saiu de perto de mim pegando a arma da cintura, indo verificar o repentino movimento, aproveitei para sair de lá o mais rápido possível e comecei a andar sem rumo e sem direção, sem saber pra onde ir. Só não parei de andar, tenho medo que alguém me encontre e me enfie na cadeia. Encontrei uma praça quase deserta e me sentei em um dos bancos para descansar, estou com falta de ar de tanto andar rápido. Que loucura. Loucura demais.

Espero que tenha dado tudo certo, o vacilão do Felipe não me disse nada de útil.

Se bem que agora, passa na minha cabeça que eu devo ter sido uma idiota. Ele me usou e vai me largar aqui, terei de or embora de a pé. Isso se ninguém me prender antes.

"Oh, Deus, me ajude a escalar dessa que eu prometo ir pra igreja... Nunca mais me meto com nada de errado, nunca mais vou roubar nada, porque eu sei que tudo isso começou quando eu fui inventa de roubar aquela arma."

Uns minuto depois o celular na minha bolsinha tocou.

- Alô? É você Felipe? — perguntei cheia de esperanças.

- Onde você tá? Vamos pegar você aí.

- Deu certo?

- Certo mesmo só vai dar quando nóis tiver lá em casa, manda a sua localização que a gente vai aí pegar você.

- Tá, vou fazer isso.

Desliguei o celular e mandei a localização pra ele, o tempo todo eu tremendo de nervo. Comecei a vigiar todos os carros que iam e viam próximo da praça, o quanto antes o Felipe chegar, melhorar.

Será que a minha mãe vai ficar muito puta comigo quando descobrir o que eu fiz? Ou será que ela vai simplesmente ficar feliz pelo dinheiro que eu colocar na mesa?

Depois de longos minutos de paranoias e pensamentos negativos, finalmente reconheci o Felipe dentro de um carro branco. Corri até lá em passos lentos, pois é, eu corri, mas devagar. Não posso chamar a atenção para nós.

— Deu tudo certo? — perguntei ao entrar dentro do carro, o carro e de quatro portas.

— Por enquanto está dando, mas não gosto de cantar vitória antes da hora, — Felipe respondeu um pouco agitado.

Imagino que deve ser bastante tenso fazer isso. Eu que nem fiz muita coisa estou com o meu coração quase explodindo de tanto bater, imagino o deles.

Não vejo a hora de pegar a minha parte do dinheiro e ir embora da comunidade. Sinto muito, apesar de tudo, ali foi o meu lar por tanto tempo, mas não posso me esquecer do medo, da fome e das lutas.

Fico em silêncio enquanto o carro dá voltas e voltas pela cidade. Não faço nenhuma pergunta mais. Eles conversavam alguma coisa, mas eu não prestei atenção. Só me preocupo com a minha própria mente, se eu vou ter estrutura pra seguir adiante com isso e pegar o dinheiro.

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