(Queridos leitores, venho avisar que nessa cena haverá violência física/assassinato, mas eu quero deixar claro que isso é apenas uma ficção, apesar de nós sabermos que isso realmente existe eu não quero de maneira nenhuma romantizar isso. O nosso personagem Felipe infelizmente é um criminoso e essa é a história dele, espero que entendam)
AMANDA
Fiquei no quarto por mais alguns minutos até que o silêncio voltou a reinar na minha casa, as visitas provavelmente devem ter ido embora para que os meus pais pudessem conversar comigo. E o silêncio durou pouco, já que agora eles estão batendo na porta do quarto.
— Quê é! — falei abrindo a porta, vestida com a minha armadura invisível.
— Filha, que história louca é essa? O que está acontecendo com você? Conte para nós, somos os seus pais e amamos você, não queremos ver você sofrendo! — meu pai disse e em seguida me abraçou.
Segurei as lágrima pra não chorar não braços dele, não quero que ele se assuste ainda mais com a minha situação miserável nem que saiba o quando eu sou frágil por o dentro.
— É o que eu disse, estou cansada de mentiras, eu e o Felipe não somos nada além de dois desconhecidos.
— Não consigo entender, — minha mãe resmungou sentando-se na minha cama.
— O dia que eu fui na padaria da Ju, ela ia me dar uma coxinha e um leite pra eu lavar louça pra ela...
— Já te falei ela não fazer isso!
— Mãe, deixa eu terminar! Daí, eu vi uma pequena arma de bolso e... Roubei.
— Misericórdia... — minha mãe disse com a não na boca, transtornada.
— Mãe, não fique nervosa ainda porque é só o começo.
— Eu não criei filha pro crime! — ela veio até mim e me deu um tapa na cara que ardeu.
— Gastar o dinheiro do crime daí pode, né? Vocês sabem muito bem a origem de todo dinheiro que o Felipe deu pra vocês, né?
— Está vendo como ela está? Querido? Eu não te disse?
— Por que vocês não podem ser pessoas normais? Por que vocês tem que ficar fazendo drama pra tudo?
— Só queremos o melhor pra você, filha, é só isso que eu e a sua mãe queremos.
— Vocês deveriam pensar em querer o que é melhor pra vocês, eu já sou maior de idade e posso decidir por mim mesma.
Minha mãe se levantou e saiu do quarto, demonstrando estar fortemente magoada. O meu pai me olhou por alguns segundos e depois foi atrás dela. Fechei a porta do meu quarto e me joguei na cama outra vez.
Eu não queria ter que magoá-los, mas algumas coisas precisam ser ditas.
Preciso começar a ser dona de mim mesma. Preciso encontrar uma forma de ser forte por dentro também, não adianta nada eu fazer uma pose de durona se dentro de mim estou feito uma geleia gosmenta, toda derretida pela culpa, medo e saudade.
Arg. Por que eu estou com saudade? Não estou com saudade.
Que merda, eu dei o fora nele depois de ele ter sido tão uau comigo...
Dou um tapa na minha cara e me lembro: ele só me usou. Pare de ser idiota, foco no progresso!
É isso.
Terei uma conversa séria com os meus pais amanhã sobre o nosso futuro. Será aqui ou vamos embora?
Fecho os olhos, estou tão cansada... adormeço.
Felipe
— Vacilou feio, vai rodar pior ainda, — o sapo cuspiu no merda que está caído no buraco.
— Eu não vou mais fazer isso, eu vou pagar, eu juro!
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