Nas Mãos do Dono do Morro romance Capítulo 29

Amanda

Com o coração acelerado no peito eu o sondei por entre as mercadorias, passei alguns minutos observando-o às escondidas sem que ele pudesse me ver, olhei-o e o admirei dos pés à cabeça, me lembrei de como foi instoso e bom aquele dia em que ele tirou a minha virgindade, sinto até um frio na barriga ao me lembrar e imaginar ele me segurando e...

Não posso pensar nisso, eu estou bem, me levantando na vida, não posso pensar em coisas que me atrasam.

Me esquive aqui e ali, evitando que ele me visse. Vi tudo quando ele levou as coisas para pagar e conversou mais alguma coisa com a minha mãe e depois saiu pela porta. Alguns segundos depois eu caminhei até o caixa ansiosa pra saber sobre o que conversaram.

— Mãe, o que ele te disse? O que você disse pra ele? Contou pra ele que vocês já sabem de tudo? O quê que ele comprou? — perguntei para a minha mãe que estava anotando algo em uma caderneta.

Ainda não temos um sistema de computador instalado.

— Eu esqueci do suco — ouvi a voz do Felipe falar atrás de mim, fazendo o meu corpo inteiro se arrepiar.

E claro, me constrangi, aposto que fiquei mais vermelha que um tomate.

— Oh, fique à vontade para escolher, Felipe, — minha mãe disse.

O Felipe sorriu pra ela, passou por mim e foi até as prateleiras fingindo não me notar. Nossa, como ele é rancoroso. Que cheiro bom ficou no ar. Minhas pernas estão bambas.

Uma mulher veio no caixa para pagar as suas compras, eu nem percebi que haviam outras pessoas dentro do mercado desde que Felipe entrou aqui. Guardei as compras da mulher dentro das sacolas e logo ela saiu, meu olhos já correram pro Felipe que está voltando para o caixa, não consegui desgrudar os olhos dele: boné vermelho novo, virado para trás, uma camiseta branca larga e cumprida com algo escrito em dourado na estampa, uma calça jeans azul escura, um par de tênis preto de uma marca chique, também usa as típicas correntes de ouro.

— Oi, gata, — ele sorriu e piscou pra mim como se tivesse acabado de me ver e caminhou em direção à saída, sem me dar tempo de reagir e responder.

Virei-me para trás para segui-lo com os olhos.

O tempo parou pra mim, por isso eu não notei que ele já estava pagando e saindo. Ok. Amanda, de volta à realidade... Lembre-se que ele é escroto e sem coração. Tenha dignidade. Ele piscou pra você porque ele é frio e adora zombar de você, só por isso, não significa que ele te acha linda e que está louco pra te beijar.

— Felipe, você não disse que queria conversar com a Amanda? Aqui está ela! — minha mãe falou antes que ele pudesse sair do mercado e alcançar a calçada.

No mesmo instante ele se voltou para nós, olhando diretamente pra mim com um sorriso malandro nos lábios.

— Ah, é! Amanda, depois eu te mando uma mensagem, beleza? — me disse como quem não quer nada.

— Você não tem o meu número, — respondi falando o óbvio.

Já que o meu celular é novo. Espera. Como ele sabe que eu comprei um celular?

— Eu peguei o seu número com o seu pai, depois te mando mensagem.

— Tá, — respondi fingindo não estar interessada no assunto.

Que porra ele quer falar comigo?

Por quê o meu pai foi dar meu número pra ele?

O friozinho na minha barriga ataca novamente e a ansiedade de saber o que ele quer comigo me sufoca a garganta.

Arg. Amanda. Tenha dignidade, por favor.

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