POV GAIA.
Caspian estava lindo e elegante naquele terno sob medida. Olhei para ele, séria, mas com o coração acelerado. Era impossível não sentir nada por ele.
— O que faz aqui? — perguntei, a voz firme, cortante. — Eu disse que nunca mais me veria. — Comentei séria, mas um certo aperto no peito. Senti Minerva se agitar dentro de mim com aquelas palavras, como se elas a incomodassem tanto quanto a mim.
— Vim te ver. Queria saber se você e nosso filhote estavam bem — respondeu Caspian, subindo os degraus com passos lentos, até ficar a centímetros de mim. Seus olhos encontraram os meus, e a proximidade fez meu coração acelerar.
— Muito bem, já viu. Agora pode ir embora e levar o Levi junto. Não quero ninguém me vigiando — retruquei, virando-me para entrar em casa. Antes que eu pudesse dar um passo, senti Caspian segurar meu braço com delicadeza, seu toque quente e cuidadoso, me fazendo arrepiar.
— Espere, Gaia. Eu quero conversar, me deixar explicar. Vamos resolver tudo. Por favor, me dê uma chance de falar — pediu, a voz carregada de súplica. Virei-me para ele e vi a dor em seu olhar. Meu coração se contraiu, maldito vínculo. Eu sentia o sofrimento dele pulsando em mim, como uma corrente que eu não conseguia romper.
— Lobinha — ouvi uma voz ecoar na minha mente. Era Odin, usando nossa ligação mental de companheiros.
— Não me chame assim. O que quer, invadindo minha mente, Odin? — perguntei, séria, tentando manter a frieza.
— Amo ouvir você chamando meu nome, minha loba — respondeu ele, com aquele tom provocador que quase me arrancou um riso. Quase. Mantive-me séria, apesar do clichê descarado.
— Já te falaram que você é bem folgado? — retruquei mentalmente e cruzando meus braços.
— Eu vivo falando isso para ele — interrompeu a voz de Caspian, e eu arqueei a sobrancelha, o encarando.
— Você também vai ficar invadindo meus pensamentos agora? — perguntei, irritada, sentindo a privacidade da minha mente ser violada por aqueles dois.
— Me perdoe, amor — disse Caspian, a voz suave, quase implorando.
— Não brigue conosco, lobinha, quer dizer, amor. Nós só queremos uma chance de conversar — acrescentou Odin, com um tom que misturava charme e desespero. Antes que eu pudesse responder, ouvi Minerva e Malvina se manifestarem, como se minha cabeça já não estivesse cheia o suficiente.
— Gai, talvez seja bom conversarmos — sugeriu Minerva, cautelosa, mas firme.
— Pois eu acho que está na hora de resolver logo essa questão. E mais uma coisa: vai ser sempre essa barulheira agora? Aqui já é apertado para três vozes, e agora chegaram mais dois para ficar falando! Eu não vou aguentar isso, não — reclamou Malvina, com seu tom característico, meio debochado, meio impaciente.
— Quem é essa? — perguntaram Caspian e Odin em uníssono, suas vozes ecoando na minha mente como um coro curioso.
— Eu sou Malvina — respondeu ela, com uma ponta de orgulho.
— Malvina, não precisa ficar dando satisfação para esses dois. Agora parem de invadir minha mente e vamos conversar na sala — ordenei, bloqueando Odin e Caspian com um esforço mental. E não explique sobre Malvina.
Puxei meu braço devagar, soltando-me da mão de Caspian, e caminhei para dentro de casa, parando para dar passagem a ele. Assim que entrou, fechei a porta com um clique suave e fui até o sofá, sentando-me com um suspiro pesado.
Caspian se sentou no sofá à minha frente, e só então notei a sacola em sua mão. Será que ele comprou algo para mim? A ideia me irritou. Ele acha que pode me comprar com presentinhos? Minha raiva cresceu, fervendo silenciosamente enquanto eu imaginava que tipo de fêmea ele pensava que eu era, alguém que se deixa conquistar por mimos caros. Caspian pareceu perceber que eu encarava a sacola.
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